Prólogo - Por trás de uma rocha

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— Se continuar assim, vai prejudicar a suas costas.

— Sei me virar, só vou pescar alguns peixes. —Disse o velho pescador arrumando a alça de sua bolsa com o seu lanchinho dentro.

— Espero que o senhor venha logo, pois irá chover, cuidado. —Disse o jovem loiro já se retirando.

— Ele fala como se eu não tivesse experiência. —Resmungou entrando no barquinho de pesca rumando a onde sabia que tinha muitos peixes.

Após parar o barco, jogou o anzol e esperou algum sinal de peixes por perto.

Passou-se quase meia hora, e nada de peixe.

Mais uma meia hora, e nada.

Até que, algo bateu com força de baixo do barco fazendo o mesmo balançar.

Então a cordinha da vara de pesca foi puxada, a bolinha flutuante que sempre flutuava acabou sendo puxada brutalmente para baixo da água, fazendo a vara de pesca quase indo junto, mas, o velho pescador estava o segurando e usando a força que tinha para pegar o “Peixão” que estava o puxando.

Segundos depois, parou de puxar, ficou mais leve, a bolinha flutuante voltou com tudo para a superfície.

— Céus?!.. Será que eu tinha pego um tubarão??.. Uma baleia?? —Disse puxando o anzol de volta para si checando se tinha danificado algo.

O velho pescador vasculhou com o olhar procurando o peixe pesado.

E nada.

Ficou mais alguns minutos procurando.

E nada.

Cansou de tanto procurar, resolveu ir para casa pois as nuvens estavam se juntando e ficando com a tonalidade escura.

Quando seguia o caminho de volta para casa, parou o barco após escutar algo, parecia alguém chorando.

Procurou com o olhar, até que percebeu que o choro vinha de uma rocha grande não muito distante, curioso, se dirigiu até lá.

Quando se deparou com um garoto de cabelos ruivos, estava com as mãos cobrindo o rosto, não conseguia ver o resto do corpo por conta da rocha.

— Hey, garoto, por que está nesta rocha, e chorando? —Indagou.

Aproximou o barco com cuidado por conta das pequenas rochas pontudas que tinham perto da rocha grande, mas o ruivo se assustou com o pescador.

— Calma, eu não vou fazer nada com você.. —Conseguiu ver o resto do corpo do garoto, ficou assustado.

Ao invés de pernas, era uma grande cauda de peixe esverdeada com uma tonalidade de azul oceano, as escamas brilhavam pouco, estava machucada.

— Eu.. Eu não vou te machucar, posso te ajudar?.. —Viu o ruivo franzir o cenho.— Você me entende?

O ruivo parecia inseguro.

O velho pescador tirou o seu lanche da bolsa, partiu um pedacinho, estendeu o pedaço do lanche para o ruivo. O mesmo não entendeu do por que aquele homem estava fazendo esse gesto, mas pegou o pedaço cheirando e logo dando uma mordida.

— Gostou?.. É uma torta salgada de calabresa que fiz. —Sorriu vendo o mesmo comer todo o pedaço, então deu um pedaço um pouco maior para o ruivo, ficando com um pedaço menor, ficou contente ao ver que o garoto havia devorado toda a torta que o entregou, isso significa que a torta estava uma delícia, certo?— Você fala?

— Falo.. —Falou enquanto se deliciava com a torta.

— Qual é o seu nome?

— ... —Continuou comendo.

Tears of a fish | TaegiOnde histórias criam vida. Descubra agora