9°Capítulo: Papai pato e seu patinho

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—Eu disse várias vezes para você para de morder esse dedo! –Magnus tinha acabado de dar um tapa na mão de Raphael, o vampiro reclamou. —Vai acabar machucado seus dedos.

Raphael revirou os olhos.

—Primeiro você conta para Alexander, e depois me mandar para de fazer, se decide!

Magnus segurava uma caneca de chá de camomila, o feiticeiro sentiu que o chá, quando se tratava de Raphael, não fazia o efeito necessário.

—Em primeiro lugar, eu disse a Alexander, vulgo meu namorado, sobre você, minha criança, chupar dedo. Que, com observação, era algo que ele já sabia. –Magnus deu um gole lento e silencioso. —E segundo, eu disse que você chupava dedo, e não mordia, são duas coisas diferentes, eu amenizei a situação!

Raphael bufou irritado.

—Isso é pior! –Raphael cruzou os braços, um beicinho havia formado em seus lábios.

Magnus riu divertido.

—Eu tenho uma dúvida, uma questão que quero muito saber a resposta. –Magnus induziu a curiosidade do vampiro, que ergueu os olhos curiosamente. —Quer saber o que é?

Raphael deu de ombros, como se não ligasse para aquilo, mas obviamente queria saber, ele tinha alma de fofoqueiro, mesmo que não tivesse uma alma.

—Gostaria de saber quem é mais dramático aqui. –Começou Magnus, o sorriso divertido ainda estava em seu rosto.

—Com toda certeza é você! –Respondeu Raphael rapidamente, sem nem pensar direito.

Magnus pareceu surpreso, logo soltou uma risada sincera, porém curta.

—Eu? –Disse o feiticeiro. —Você que sempre faz confusão em copo da água! –Ele riu.

Raphael deu, novamente de ombros, tentando ignorar a fala do mais velho. Magnus era o mais dramático ali, nem precisavam discutir sobre, era óbvio demais.

—Eu tenho certeza que é você, papá. –Disse Raphael.

Magnus sorriu levemente, adorava quando sua criança o chamava por "papá".

Raphael durante o dia parecia um patinho andando atrás da mamãe pata, vulgo Magnus Bane. O vampiro não sabia o que deveria fazer, não queria dormir, por mais que Magnus tivesse insistido algumas vezes para ele tirar uma soneca.

—Não estou com sono! –Dizia Raphael, e em seguida batia o pé no chão.

Magnus sabia que Raphael tinha a tendência de ser birrento ou confrontador quando se tratava de pessoas mais velhas que ele, então o feiticeiro sempre buscava ter o máximo de paciência possível, em algumas vezes até se divertia com a personalidade difícil do vampiro.

Raphael podia ouvir Magnus não muito longe falando com um de seus cliente, não conseguia distinguir a voz robótica no telefone, mas tinha quase certeza de que não era os caçadores das sombras de sempre, talvez fossem novamente lobisomens  briga de território, como daquela vez. Raphael não se importava com os clientes de Magnus, não gostava da maioria deles, na verdade não deveria gostar de nenhum deles.

Os livros de Magnus estavam espalhados pelo tapete da sala, alguns empilhados, outros abertos, Raphael no meio deles com uma caneca na mão esquerda, tentando entender o que lia em um dos manuscritos mais antigos do feiticeiro.

Um espirro.

Um espirro foi o suficiente para Raphael arregalar os olhos, olhou para o corredor totalmente vazio. Mais um espirro, Raphael pulou do chão, claramente assustado. Aquilo tinha sido ele?

Querido Menino -Raphael Santiago Onde histórias criam vida. Descubra agora