12°Capítulo: Papai dois

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Magnus deitou com Alec naquela noite, depois que o namorado voltou de uma curta missão com Jace no Brooklyn. Os dois conversaram sobre a série de comédia que Simon lhes recomendou no mês passado e que até hoje não tinha visto um episódio.

No meio da madrugada, por volta das quatro da manhã, Alec pode perceber uma movimentação no pé da cama, como se alguém estivesse tentando infiltrar-se nos cobertores. Alec levantou a cabeça, presumindo ser o gato de Magnus, que na maioria das vezes, dormia aos pés do feiticeiro. Mas daquela vez não era Presidente Miau, e sim uma coisa muito maior, e sem pelos.

—Ei, Raphe? –Chamou Alec, sonolenta, um pouco perdido na escuridão do quarto.

O vampiro nada respondeu, ficou sentado no meio da cama, observando o caçador das sombras. Ele pode ouvir um soluço contido, um tremor era possível ver em meio ao breu. Alec sentou-se, ficando de frente para Raphael.

—O que aconteceu? –Questionou Alec, os olhos um pouco vermelhos pelo cansaço.

Raphael nada respondeu, apenas abaixou a cabeça, movimento este, que Alec não foi capaz de ver. O vampiro olhou para Magnus, o feiticeiro dormia, cansado demais para se quer notar a movimentação em seus pés.

—Está tudo bem? –Tentou Alec novamente, esperando que o vampiro lhe dissesse alguma coisa. —O que houve?

—Louis Karnstein. –Disse Raphael, a voz embolada, como se estivesse chorando.

Alec suspirou.

—Teve um pesadelo? –Alec sabia que era idiota perguntar, sabia também que era óbvia a resposta. —Você quer dormir conosco? Não tem problema, tem bastante espaço aqui, vem... –Alec deu espaço para Raphael de acomodar, o menino não foi, Alec estranhou. —Não precisa ter vergonha de mim, sabe disso, né?

Raphael se mexeu no escuro, Alec teve quase certeza de que abraçou as próprias pernas.

—Quiero a mi papá. –Disse Raphael, baixo demais para que o outro entendesse. Alec não havia entendido uma palavra do Raphael dissera, mesmo que tivesse ouvido não sabia uma palavra de espanhol.

—Você quer o Magnus? –Chutou Alec, sua voz incerta, quando não obteve respondeu entendeu que estava certo. —Magnus está dormindo, Raphe. Que tal falar comigo, pode ser? Posso ajudar, se me permitir.

Raphael se aproximou de Alec, tão silenciosamente que o caçador se assustou quando pode ver a silhueta pequena em sua frente.

—Magnus vai brigar comigo? –Perguntou ele, a voz manhosa.

—Por que ele brigaria com você? –Quis saber Alec, estava muito confuso, mas faria de tudo para ajudar Raphael.

O vampiro não respondeu, apenas coçou os olhos, como se estivesse limpando algo no rosto.

—Pelo anjo, não me diz que matou alguém na rua. –Sussurrou Alec baixo demais para alguém com audição comum ouvir. —Por Deus, Raphael, diz alguma coisa, você parece aquelas crianças des filmes de terror que falam com o diabo...

Raphael fez uma careta, de repente, Alec podia ouvir uma risada baixinha e constrangido.

—Camille sempre diz isso. –Contou ele, seu tom de voz era semelhante ao um resmungo. —Me desculpe, não foi minha intenção.

Alec sorriu.

—O que você fez? –Alec voltou ao ponto principal.

Raphael parou imediatamente, como se tivesse esquecido o estava fazendo ali.

—Eu fiz. –Resmungou Raphael, tão baixo que Alec teve que aproximar para poder ouvir. —De novo.

—O que Raphael? –Perguntou Alec, tão cansado que mal usava sua cabeça de forma correta.

Querido Menino -Raphael Santiago Onde histórias criam vida. Descubra agora