21°Capítulo: Teste de Mordida

529 49 33
                                    

Depios do banho de Raphael -um dos mais calmos para Magnus-, Nadja pedira que o deixasse apenas de roupa íntima para examinar o corpo do vampiro bebê. Pedido, que para Raphael, foi motivo de um rápido choro, esse que Magnus soube lidar muito bem para que acabesse tão rápido como começou.

—Vou ter que examinar o corpo inteiro dele, quase inteiro na verdade. –Ela deu um sorriso reconfortante para Raphael, que sentiu-se menos exposto. —Vou, também, ter que observar e analisar cada parte do seu comportamento, como no banho. Eu estava ouvindo, querido, me desculpe. Mas era necessário. -Pediu Nadja. Raphael teve suas bochechas ruborizadas com sucesso, já era terrível ter que ser banhado por Magnus enquanto Alec estava na outra sala. Agora, saber que Nadja estava na outra sala era pior ainda, muito pior! —Quando os vampiros Infans são transformados tendem a ter uma grande mudança no comportamento, principalmente se estiverem na presença da criadora, o que não é nosso caso aqui. Mas temos esse grande papai aqui! –Nadja deu uma pequena cotovelada em Magnus antes de sorrir amigavelmente. —Então preciso analisar essa parte também, não só a fisionomia dele, como mordida, principalmente a mordida.

—Mudar o comportamento? –Magnus perguntou, os braços cruzando-se em frente ao seu corpo. 

—O comportamento é alterado, ficam mais sensíveis. –Disse Nadja, e indicou para onde ainda estavam, a casa de banho poucos metros de distância da real casa de Nadja. —O que aconteceu aqui, e suponho que na sua casa também.

Magnus assentiu.

Raphael estava somente de roupa íntima, sentado sobre uma grande mesa no centro do cômodo. O vampiro mostrava-se atento a conversa dos outros submundanos mais velhos presentes ali, tentando entender ao máximo que podia sobre si mesmo.

—Com licença. –Pediu Nadja passando os dedos levemente sobre uma marca no pescoço de Raphael. —Foi aqui? –O menino assentiu, mas não antes de um arrepio forte percorrer seu pequeno corpo. Sentia como se uma faca afiada e gelida estivesse pressionada contra seu fino pescoço. Como se as presas de Karnstein ainda estivessem pressionadas contra seu pescoço. —Consegue senti-la ainda, não querido? A presença dela, ou algo assim.

Raphael levantou o olhar, cansado, irritado, e principalmente com um medo absurdo da incerteza do que estavam fazendo.

—Todos os dias. –Sussurrou ele, o som de sua voz era abafado, como se lutasse para sair. —Cada segundo. –O vampiro fez uma pausa curta. —Sinto que ela está aqui, em algum lugar, me observando.

Nadja franziu o cenho, parecendo confusa. Não era aquele tipo de presença que estava falando, aquilo parecia muito pior do que realmente deveria ser para qualquer vampiro Infans.

—Querido, me diga. –Pediu Nadja calmamente. —Você poderia me dizer se existe de Louis Karnstein estar... Bom, sei lá, ainda viva?

Raphael arregalou os olhos escuros como a noite, em seguida olhou para Magnus, em busca de  alguma resposta correta.

—Não temos certeza. –Confessou Magnus, sua voz baixa e os braços ainda cruzados. —Ela foi localizada em um Hotel recentemente, o que achamos impossível se levarmos em conta que Raphael a jogou no sol depois de ser transformado.

Nadja pareceu surpresa por alguns segundos antes de continuar sua linha de raciocínio.

—Entendo. –Sussirrou Nadja baixo, ela não entendia, não entendia mesmo o que estava acontecendo.

Voltou a analisar o corpo esquelético do bebê-vampiro; no pescoço pode ver a marca da mordida onde Louis Karnstein sugou o sangue do menino anteriormente. Notou também marcas em seu corpo, como cicatrizes muito antigas, marcas não vampiricas, mas sim humanas. Haviam muitas para ser sincera, mais do que deveriam existir em um corpo tão pequeno. Aquilo não era de sua conta, não estava sobre sua jurisdição como Domini, não era sua responsabilidade, não era seu transformado, apenas um cliente vampiro que era filho de um feiticeiro, aquilo era responsabilidade de outro, de Magnus Bane.

Querido Menino -Raphael Santiago Onde histórias criam vida. Descubra agora