Capítulo 17

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A manhã tinha chegado junto com os primeiros pingos de chuva batendo em minha janela. O cheiro de terra molhada logo chegou até mim, enquanto eu ainda estava deitada na cama, escondida embaixo da coberta, como se eu fosse uma sombra daquela Bella adolescente idiota. Algo bem estúpido da minha parte e isso me enfurecia.

A chuva tinha intensificado ainda mais o seu cheiro, que de alguma forma, mesmo com todas as brechas fechadas, ainda se esgueirava para dentro do meu quarto como se quisesse se emprenhar em tudo, me tirando o juízo durante toda a noite. Ele tinha ficado lá fora depois de tudo, eu sabia disso e ele sabia que eu sabia.

Assim como ele sabia que eu sabia o que estava passando em sua mente. E porra, eu estava pouco me fodendo para isso. Ele tinha que saber disso também.

Isso era complicado demais para mim e absurdo. E uma puta de uma sacanagem também. Toda aquela lambança em 2005 não tinha sido o suficiente? Minha vida não era uma peça dramática... Eu me recusava a interpretar um segundo ato, na mão deles...

Em algum momento, a chuva começou a cair ainda mais forte, o que me irritou ainda mais, porque de certa forma, eu ainda o sentia lá fora, o que me tirava toda a concentração e conforto que o som da chuva trazia e o fato de eu estar no que mais parecia um ninho quente e acolhedor. Nada disso parecia certo. Um movimento em meu quarto me fez colocar a cabeça para fora da coberta e encontrei Char se aproximando com uma caneca.

- Quando você vai parar com isso? - resmunguei mal-humorada.

- Nunca, doçura. - ela se virou para sair, mas parou quando eu a chamei.

- Faça-o sair. Por favor. - pedi.

Ela não insistiu em se aproximar e nem em questionar meus motivos, respeitando o meu tempo. Em um tempo diferente, eu estaria tão longe daqui, que assim como ela queria saber o porquê de eu estar me segurando próximo de todos, eu também queria saber o porquê estava sendo tão difícil para mim apenas me soltar. Voltar para Forks depois de ter saído sozinha de Portland tinha sido rápido demais, mas eu não poderia fazer nada quando estava sendo insuportável ficar longe.

A caneca de sangue ao meu lado estranhamente embrulhou meu estômago.

Eu era um pacote completo de uma criatura estranha, até mesmo no mundo sobrenatural. O banho que eu tinha tomado não tinha me livrado totalmente das sensações e cheiros que eu ainda conseguia sentir impregnados em mim, ou não passava de uma forma bem distorcida de minha mente brincando com meus sentimentos, já que eu estava me empenhando tanto em me livrar dos pensamentos assustadores que Jasper me causava... nada mais justo do que minhas últimas aventuras não se encarregarem de nublar tudo, aguçando meus sentidos e trazendo sensações que não existiam.

Tinham sido dúzias de homens escrupulosos. Eu me banhei em seus sangues, vampiros mercenários e depois mais sangue... vergonhosamente me chafurdei tentando instigar meus instintos mais primitivos, o mesmo que eu sentia quando precisei matar aqueles quatro vampiros que ameaçavam incendiar a cabana com Alice e Jasper dentro. Eu não tinha me importado em perder um braço e uma perna, eu só me importava em fazê-los em pedaços.

Essa sou euOnde histórias criam vida. Descubra agora