Capítulo 23

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Quando eu despertei para uma "vida" que eu não achava ser possível, confesso que por um momento eu cheguei a me arrepender de não ter dado a devida atenção aos sermões da missa nos domingos. Depois de sentir meu corpo arder em brasas de uma forma torturante, aquilo me fez crer que eu tinha estado no inferno, e não foi por um momento. Eu só não entendia o motivo de estar de volta e por que tudo estava tão diferente.

Eu me lembrava da clareza com que meus olhos viam as coisas, milhares de sons chegando aos meus ouvidos e minha mente ecoando rapidamente todo o tipo de informação que um dia eu já poderia ter conhecido. Muitas delas eram desconexas, algumas eu não conseguia entender o que se referiam, mas no meio de tudo isso a forma como eu estava ofegante me fazia sentir estranho. O ar tinha um cheiro diferente, um gosto diferente e eu podia jurar que até mesmo parecia ter uma funcionalidade diferente. Minha agitação fazia um som feroz crescer em meu peito, um som cada vez mais alto e feroz.

Eu não estava muito diferente agora.

Eu saí correndo pela porta da delegacia, deixando todos para trás sem saber se Maria tinha algo mais para contar. Na verdade, eu não sabia se queria ouvir qualquer outra coisa. Eu nunca perdi minhas lembranças de como tinham sido meus anos no exército dela, passei todo esse tempo reprimindo qualquer vislumbre do meu passado por não gostar e até mesmo por não ter nenhum orgulho do meu passado, mas era impossível não me recordar agora.

Eu não sei se foi a lembrança de celeiros abandonados no meio do nada, cheios de sons de rosnados e gemidos, ou se foi Peter entrando na minha frente tentando me conter que fez com que eu tropeçasse, mas foi o suficiente para fazer meu corpo tombar e eu cambalear, clareando um pouco a minha mente. Meu irmão tinha tentado conversar comigo desde que saí, eu ouvi todas as suas palavras, eu até concordava com ele que eu tinha que manter a calma, que tudo isso tinha passado, que Isabella era forte e que ela estava bem.

Eu concordava com ele, mas isso não me fazia sentir melhor.

Algo tinha quebrado em mim, minha mente estava ainda mais confusa do que quando "despertei". Minhas lembranças do passado e do "presente" se misturavam de uma forma tão bagunçada que me deixava doente, se é que isso fosse possível.

Imagens de uma Bella com um pequeno sorriso não saíam da minha mente, era uma imagem tão vívida que parecia que eu a estava vendo na minha frente. Aquela menina era tão diferente da mulher que amanheceu ao meu lado nessa manhã, seu corpo e seu rosto poderiam ser os mesmos, mas o pequeno sorriso tímido não existia mais. Ela estava com o rosto erguido, admirando mais uma vez as imagens que estavam no escritório de Carlisle. Edward estava ao seu lado, falando sem parar, e eu tinha minhas dúvidas se ela realmente estava prestando atenção ou não. O vestido verde que eu tinha ido buscar junto com Alice tinha ficado bom em seu corpo, eu não tinha dúvida de que ficaria, mas ao mesmo tempo eu sabia que nada daquilo combinava com ela. O arco em seu cabelo e o casaquinho em seus ombros, assim como a sapatilha em seus pés, completavam todo o personagem de boa garota que ele queria tanto que ela fosse.

Essa sou euOnde histórias criam vida. Descubra agora