Capítulo Um

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Depois da reunião na qual Clarissa foi apresentada, a equipe se juntou na cozinha para fofocar, basicamente somos cinco trabalhando nesse departamento, com Clarissa ficamos seis. Em campo ficava eu, Jhon, Brendan, na equipe de apoio e pesquisa ficava Marielle. O capitão só participava de missões especiais, no geral ele também ficava no apoio, um vampiro com mais de mil anos e muito preguiçoso, posso assim dizer. Marielle deu uma risadinha e me encarou.

— O que eu falei sobre ler a minha mente? — Ela apenas deu de ombros. Marielle era descendente de uma fada, ela podia ler mentes de seres humanos e criaturas mestiças, como um lobisomem transformado e também podia se comunicar telepaticamente com pessoas que ela tinha um vínculo.

Sinto muito, foi sem querer. — Ela respondeu com linguagem de sinais. Marielle é muda e fisicamente não existe um porque, mas ela não consegue falar.

— Okay, vamos ao que interessa. — Falou Jhon. — A nova integrante da equipe... o que vocês acharam?

— Uma delícia de matar. — Brendan falou.

— É realmente possível matar alguém de prazer? — Perguntou Jhon.

— Vocês realmente acreditaram nisso? Vampiros são psicopatas, eles acreditam que nossa dor é um prazer e que seres humanos são apenas bolsas com sangue. Vocês não aprenderam nada durante esse tempo trabalhando caçando—os?

— Okay, gata, não vamos generalizar. — Brendan falou e eu apenas revirei os olhos. — Ela está na sala do capitão tem um tempão, o que será que eles tanto conversam?

— Talvez eles sejam amantes. — Jhon falou.

— Ela gosta de mulheres, pelo menos pelos últimos registros de relacionamentos nos últimos cem anos. — Marielle sinalizou.

— Então ela é toda sua, querida. — Bendan falou.

— Estava interessado nela, meu bem? — Falei com Brendan.

— Eu não iria morrer de prazer, mas ia ser muito bom. — Ele soltou uma gargalhada.

Brendan na verdade é uma inteligência artificial, que há mais ou menos trinta anos atrás foi extinto por terem começado a se rebelar, a rebelião deles foi um tanto engraçada, como eram robôs trabalhadores, eles simplesmente começaram a se negar a limpar ou fazer seus trabalhos, trabalhar vinte horas por dia, segundo eles era desumano e eu realmente concordo com eles, mas no fim foram desligados por medo da rebelião das máquinas. Brendan é um dos poucos que vive em sociedade ainda, ele ainda se relaciona com as pessoas, na verdade ele é um robô bissexual bem safadinho.

— Atenção! — O capitão passou pela porta com a mulher, ela estava massageando os pulsos. A prata devia estar queimando sua carne. Rapidamente todos nos colocamos de pé e ficamos em posição de sentido. — Sargento Torres e Tenente Brendan, venham a minha sala.

Caminho junto com ele e entramos em seu escritório, ele era um homem de velhos hábitos e ali no canto havia um caixão, provavelmente onde ele dormia durante o dia quando não ia para casa.

— Por que toda vez que vocês entram na minha sala vocês ficam encarando meu caixão?

— Porque é engraçado, dã. — Brendan falou.

— O que eu falei sobre você passar muito tempo em redes sociais?

— Desculpa, capitão. — Brendan bateu continência.

— Indo direto ao que interessa. Clarissa vai nos ajudar por um tempo, eu a escolhi especialmente porque ela tem habilidades muito boas para rastrear e de luta, então vamos conseguir ter duas equipes em campo ao mesmo tempo.

— O senhor acha seguro isso? — Perguntei.

— Eu sei que ela foi presa por assassinato, mas ela não é uma ameaça à segurança de nenhum de vocês.

— Isso não se trata só sobre a gente e sim de quem está lá fora. Eu consigo me defender, assim como os outros, mas existem pessoas indefesas lá fora.

— Ela concordou em usar a pulseira de imobilização, sendo assim caso tenham algum problema vocês podem ativá-la. — Ele deu um controle para cada um de nós. — Caso seja necessário pode abatê-la, mas como eu disse, ela não apresenta ameaça. — Ele nos entregou uma pasta. — Aqui estão as informações dela, é importante que saibam com quem estão lidando e sejam gentis, usem essa noite para socializar, a partir e amanhã vocês vão ficar muito atarefados. — Estão dispensados.

Voltamos para a cozinha, onde deixamos Jhon e Marielle, Jhon estava num canto olhando para a parede e Marielle encolhida, Clarissa estava sentada ao lado da jovem, que estava com rosto completamente vermelho.

— Eu adoro fadinhas, não me recordo se já falei isso. — Clarissa falou.

— O que está acontecendo aqui? — Perguntei.

— Oi, Sargento Torres. — Clarissa sorriu. — Seu perfume natural é muito bom, sabia?

— O que aconteceu com o Jhon? — Brendan foi até ele e se afastou com as mãos na boca. — O que houve?

— Eu... estou em choque.

— O que diabos está acontecendo... — Brendan me impediu. — Mas...

— Amiga, não vai lá, você vai desmaiar...

— O lobinho ficou animado porque a fadinha perdeu o controle dos pensamentos e acabou transmitindo para ele pensamentos nada católicos. — Clarissa sorriu.

— O que você fez? — Bati na mesa e Clarissa se levantou com as mãos para o alto.

— Absolutamente nada. Ela olhou nos meus olhos e perdeu o controle, afetou o lobinho e foi tudo que aconteceu.

— Jhon vai se acalmar em outro lugar e Brendan leva a Marielle para a minha sala.

Assim que todos saíram ficamos apenas Clarissa e eu, obviamente eu estava olhando em seus olhos vermelhos e sabia que ela podia me hipnotizar como fez com Marielle, mas havia um segredo, eu precisava ter foco em algo ao meu redor, sendo assim apertei minhas unhas contra minhas mãos, a dor não me faria cair no truque barato dela.

— Chega de joguinhos. — Falei prontamente. — Você não está aqui para ficar brincando com a mente das pessoas, se você ameaçar a minha equipe ou nossas missões, eu vou até o capitão e digo que você não apta e você vai voltar para o caixão num piscar de olhos.

— Uau, tudo bem bella, vou me comportar. Mas a questão é, será que você vai conseguir se comportar na minha presença? — Ela me puxou pela cintura e nossos corpos ficaram colados. 

Delicia de matar (Protagonistas Lésbicas)Onde histórias criam vida. Descubra agora