Capítulo Quinze

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— No meu caso a vida não segue um fluxo, não é como se eu fosse pegar uma doença e morrer ou se o tempo fosse me matar. — Claire falou. — Eu não sei exatamente como as coisas vão ser daqui para frente, mas sei que em algum momento eu vou cansar de viver essa não vida. Você já pensou em virar vampira?

— Não. Eu me mataria sem pensar duas vezes.

— Você nos odeia tanto assim?

— A verdade é que eu realmente odeio vampiros e só a ideia de me transformar em um de vocês me deixa com náuseas.

— Então por que está comigo? — Claire parecia realmente ofendida.

— Eu não sei. — Suspirei pesadamente. — Sinceramente não parei para pensar em como me sinto sobre você e por que você está comigo?

— Eu não sei, algo em você me atrai, acho que é porque você gostosa. — Claire deu de ombros. Eu apenas dei uma breve risada nasal.

— Vou mandar a frase para Marielle, talvez ela encontre algo...

— Não precisa, é a Igreja de Carlson Village, quarta-feira, uma hora da manhã.

— Como você sabe disso? — Perguntei confusa.

— Quarta são os dias de sacrifício para os seguidores de Seth e a primeira hora do dia para nós vampiros é uma hora da manhã, sendo que nenhum lugar toca o sino esse horário porque os humanos estão dormindo. — Estranhamente Claire parecia meio chateada. — Temos que tomar cuidado, porque eles são bem perigosos.

— Claire? — Segurei seu braço de leve. — O que houve? Ficou chateada comigo por eu dizer que não quero ser vampira?

— Não é isso. — Ela suspirou. — Eu percebi que o que eu mais gosto em você é o fato de você ser humana, quentinha e cheia de vida. — Claire virou rapidamente e me abraçou. — E isso significa que em algum momento eu vou ter que te perder.

— Não pensa nisso, apenas vamos viver um dia após o outro, eu tenho feito isso desde que meus pais me abandonaram. — Fiz um breve carinho em seus cabelos.

— Eu vou tentar fazer isso, mas não sei se vou conseguir.

— Tem algo que eu possa fazer para você se sentir melhor? — Falei.

— Sexo. — Falou manhosa e deu uma mordidinha de leve no meu pescoço.

— Aí, sua safada. — Empurrei ela de leve. — Temos que falar com o pessoal do departamento. — Peguei o celular.

— Mas o capetão não vai deixar você prosseguir com isso.

— E quem disse que ele vai saber? — Peguei o celular.

— É estranho eu me tornar a parte sensata disso?

— Sim. — Tirei o celular do ouvido rapidamente. — Jhon, encontramos uma pista, você está dentro?

Você sabe que sim. — Ele respondeu. — Vou avisar aos outros.

— Pesquisa informações sobre seguidores de Seth e sobre a igreja de Carlson Village, a Claire disse que o local mencionado no cartão era lá. Também falou sobre quarta ser um dia importante para eles.

E como ela sabe disso? — Olhei rapidamente para ela. — Talvez ela saiba mais do que está falando.

— Eu não sei, sinceramente só pareceu uma informação.

— O seguro morreu de velho. — Jhon falou.

— Eu vou ficar atenta. Me mantem informada. — Falei antes de desligar.

Claire estava mexendo no celular e parecia bem entretida, me aproximei e por mais que eu achasse errado, acabei expiando e ela estava assistindo vídeo de pessoas caindo, isso parecia diverti-la.

— Eu vou tomar banho. — Avisei.

— Eu também vou. — Claire saltou do sofá e me abraçou por trás enquanto eu caminhava. — Você vai tomar seu remédio de dormir hoje?

— Acho que sim, primeiro vou fazer umas pesquisas na internet. — Fomos caminhando juntas até o banheiro. — Claire... posso te perguntar uma coisa?

— O quê? — Ela respondeu enquanto tirava sua blusa.

— Como você sabia o local.

— Humanos provavelmente não sabem disso, mas Carlson Village é território dos seguidores de Seth.

— Nós temos registros de territórios vampíricos em todo o país.

— Vocês ainda acreditam que tem controle sobre tudo? A verdade é que vocês sabem o que queremos.

— Então mulheres estão sendo vendidas e todos fingem não ver?

— Não estou dizendo que concordo com isso ou acho certo, só estou dizendo que existem coisas das quais você não sabe.

— Você já fez algo assim? Comprar pessoas?

— Ilegalmente não, mas as mulheres que matei de prazer eu adquiri num leilão. — Claire abriu o registro e simplesmente entrou, para ela não fazia diferença se era fria ou gelada. — Havia um contrato e tudo precisava ser seguido à risca, infelizmente acidentes acontecem.

Eu não queria pensar que talvez Claire tenha matado aquelas mulheres propositalmente, mas a frieza em sua voz demonstrava que ela não tinha nenhum remorso e que não parecia preocupada com a família daquelas mulheres ou algo do gênero, era quase como se fosse apenas um objeto que foi quebrado e jogado fora.

— Eu sei que você está me julgando, mas você chora por toda vaca que você come ou toda galinha que faz ensopado? E se me disser que é vegana eu sei que é mentira, eu já te vi devorar um hamburguer em poucos minutos. — Claire deu uma breve risada.

— É diferente...

— Fala isso para os veganos, para eles somos todos iguais. A verdade é que quando estamos no topo da cadeia alimentar, não nos importamos muito com a nossa presa. — Claire estendeu a mão para eu entrar e eu peguei sua mão. — Mas com você é diferente, você não é minha presa e nem meu jantar, você é minha... parceira.

— Eu sei, mas é difícil não me achar seu banquete.

— Se te faz se sentir melhor, eu posso não me alimentar de você enquanto temos relações sexuais. Eu sinceramente fico confortável bebendo aquele sangue artificial horrível.

— Você fica é? — Claire me abraçou.

— Fico. — Fez biquinho.

— Sabemos que não fica.

— Se for te fazer sentir melhor, eu fico sim. — Me beijou.

— Quem vê assim até pensa. — Coloquei meus cabelos para o lado e mostrei meu pescoço. Ela passou o nariz pelo local e suas presas começaram a surgir.

— Vai ser rápido, indolor...

— Eu sei. — Respondi já ofegante em ansiedade pelo que viria a seguir.

— E muito prazeroso. — Assim que as presas de Claire adentraram minha carne, aquele choque de prazer alcançou meu corpo. Eu a segurei com mais força e senti minhas arranhando sua pele, meu corpo, por mais que estivesse cansado do dia anterior, eu ainda queria sentir aquela dose quase letal de prazer.

Delicia de matar (Protagonistas Lésbicas)Onde histórias criam vida. Descubra agora