Aquele era sem dúvida um dos piores momentos da minha vida, toda vez que ele tocava meu corpo nu com aquela esponja molhada, esfregando e dando risadas, me dava ânsia e eu não conseguia segurar meu choro. Eu não conseguia me mover e nem o afastar e quanto mais eu pedia para ele parar mais ele se divertia.
— Você estava tão confiante quando chegou aqui. Agora apenas chora em silêncio, como todas as outras. — Ele segurou meu rosto com um pouco de força. — Olha para mim quando eu estiver falando, bolsa de sangue.
Levou cerca de dez minutos para aquela tortura chegar ao fim, ele me vestiu com uma toga e me levou até uma sala onde havia outras cinco mulheres sentada, todas presas na cadeira por sombras estranhas, que prendiam seus corpos nas cadeiras e tampavam suas bocas.
— Gostou? Se seu comprador gostar de você, talvez ele te transforme num ser evoluído como eu e ser for boa mesmo, pode herdar habilidades únicas como as minhas. As sombras fazem o que eu quero, me levam para onde eu desejo, claro que existe limitações, mas é muito util.
Uma grande explosão foi ouvida, parecia ter vindo mais ou menos uns quatro metros de nós. Poucos segundos depois a porta parecia que estava sendo explodida, então ela saiu voando acertando a parede do outro lado, Claire apareceu tão rápido que meus olhos não conseguiram acompanhar seu movimento de acertar o homem, lançando-o contra a parede e fazendo ele atravessar o cômodo.
— Te encontrei, pitica. Sinto muito por ter demorado tanto. — Ela estava tentando soltar as sombras, mas quanto mais ela tentava, mas elas me apertavam.
— HUMMM... — Tentei avisar a ela que estava me machucando. As mulheres começaram a tentar falar algo também, mas foi então o homem acertou Claire com um forte soco e ela saiu voando.
— Ah então você já tinha uma dona. — Ele sacudiu a poeira de sua roupa. — Preciso acabar com ela antes do chefe chegar.
— Eu vou matar você! — Um rastro de poeira surgiu e logo após um alto impacto, os dois estava lutando e se jogando de um lado para o outro.
O corpo do homem caiu do andar de cima dessa vez e eu virei o rosto para proteger da poeira e das pedras que estavam caindo, ele estava empalado por quatro vergalhões gigantes, mas não parecia ser aquilo que o impedia de levantar e sim seu desgaste com a batalha. Claire pousou ao lado do corpo do homem e com o impacto da queda, ela quebrou parte do chão, seus olhos vermelhos como sangue, seu corpo sujo pelo sangue que saíram durante a luta, mais a faziam parecer um animal ensandecido. Os tentáculos ao redor do meu corpo de sombra começaram a sumir, significava que ele estava fraco.
— Não te ensinaram a não mexer com o que é dos outros? — Ela retirou o vampiro dos vergalhões e estava segurando o pescoço dele com uma única mão.
— Eu não sabia que ela era sua... mestra... eu juro. — Ele falava com dificuldade. — Se eu soubesse eu... nunca... pegaria... ela.
— A morte verdadeira é a punição para lixos como você.
— Não mata... — Não tive tempo de falar, ela arrancou a cabeça do vampiro, a coluna vertebral saiu junto e foi uma cena horrível. Sangue saiu voando para todos os lados, para então ele virar pó. Quando Claire virou na minha direção, seu rosto cheio de sangue e suas presas amostra, fizeram as mulheres gritarem com medo e eu também estava com medo, mas a postura dela foi mudando e então ela se ajoelhou na minha frente e segurou meu rosto. — Não era para você ter matado ele. — Ela estava respirando ofegante. — Ele seria um bom informante.
— Ele te machucou. — Ela então percebeu que suas mãos estavam sujas de sangue e as afastou do meu rosto. Claire então ficou de pé e olhou para as outras mulheres. — Parem de chorar, eu não vou fazer nada com vocês.
A polícia levou cerca de quinze minutos para chegar no local, fomos levadas para ambulâncias e em seguida para o hospital, eu estava desnutrida e fraca, imagino que as outras mulheres também não estavam diferentes. Acordei com uma pequena fresta sol entrando pela janela e eu nem lembro quanto tempo não via o sol.
— Você finalmente acordou, querida. — Brandon se aproximou e me abraçou. — Procuramos por você dia e noite.
— Não descansamos até achar alguma pista. — Marielle se aproximou e me abraçou.
— Eu sinto muito por não ter conseguido te rastrear antes. — Jhon estava distante e com as mãos no bolso.
— Eu não um abraço seu? — Abri os braços e ele se aproximou timidamente e me abraçou.
— Eu sinto muito, muito mesmo.
— Por que está se desculpando? Você não fez nada.
— Exatamente eu não fiz nada, eu devia ter te protegido, eu estava na segurança. Eu devia ter te protegido. — Ele falou irritado e sua voz ficou até mais grave.
— Não coloque esse peso nas suas costas, Jhon. Ele não pertence a você e nem a ninguém. Foi uma fatalidade. — Falei.
— Todos vocês fizeram o que podiam e conseguiram me achar. — Fiz um breve carinho nos cabelos dele. — Eu tenho certeza de que Marielle tentou contatas suas fontes na dark web e conseguiu informações importantes, o Brandon seduziu alguém e você não dormiu enquanto tentava achar um rastro meu.
— E a delícia de matar revirou a cidade umas dez vezes durante esses dias. — Brandon falou.
— Não digam isso para aquela idiota, mas eu sinceramente fiquei feliz em vê-la destruindo aquela porta e vindo me salvar. Admito que fiquei feliz por termos ela na equipe.
— Ela vai ficar se sentindo, mas você devia dizer isso a ela. — Brandon falou.
— Ela estava se sentindo chateada pelo que aconteceu com você e era visível o quanto ela estava preocupada. — Marielle gesticulou.
— Eu não gosto dela, mas ela foi bem util. — Jhon admitiu. — E eu sou do tipo que curte dar feedbacks positivos, acredito que isso nos torna pessoas melhores.
— Eu vou dizer isso a ela, assim que nos vermos de novo. — Soltei um longo suspiro.
— Pode me dizer agora! — Ouvi uma voz vindo debaixo da minha cama.
— Não me digam que aquela idiota está deitada embaixo da minha cama? — Respirei fundo.
— Ela não quis ir embora e está se escondendo do sol debaixo da cama. — Jhon falou.
— Estamos cuidando para que ninguém abra completamente as cortinas. — Marielle respondeu.
— Fecha isso completamente para essa idiota não morrer. — Brandon fechou a cortina.
— Own que fofa, agora ela se preocupa se eu vou morrer de verdade ou não. — Ela levantou e ficou na minha frente, Claire ia pegar minha mão, mas todos os outros gritaram a impedira, jogaram álcool em gel nas mãos dela. — Verdade, eu estava deitada no chão do hospital.
— Mas agora, conta o quanto você ficou impactada comigo te salvando e como eu sou incrível. — Ela sacudiu as sobrancelhas.
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Delicia de matar (Protagonistas Lésbicas)
FantasyEm um mundo onde vampiros, lobisomens, fadas e todo tipo de criatura podem viver em sociedade com os humanos, a lei é necessária para que o possa existir um bom convívio entre as espécies. Sendo assim Clarissa, uma vampira condenada por assassinato...