Capítulo Quatro

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— A gente vai morrer

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— A gente vai morrer... — O rapaz murmurava isso sem parar. Eu tentava me manter alerta para ouvir passos ou uma possível aproximação.

— Fica calmo, não vamos morrer, o apoio já deve chegar e minha parceira está com o Wendigo, ela é uma vampira de mil anos.

— O que diabos é um Wendigo? — Ele falou nervoso.

— Ele é uma criatura irracional com desejo por carne humana, com chifres enormes e mais de dois metros de altura, com garras muito adiadas é que habitam florestas da América do Norte, mas eles foram remanejados dessa região há anos.

— TORRES! — Ouvi Claire gritar. Levantei um pouco a cabeça e a avistei de longe. Seus órgãos internos estavam pendurados e ela estava andando como se fosse uma zumbi.

— AHHHHH ELE MATOU UMA VAMPIRA DE MIL ANOS, NÓS VAMOS MORRER!! — O adolescente começou a gritar.

— Vocês estão aí. — Ela se aproximou de nós. — Então é o seguinte, eu estou meio enferrujada e levei uma surra do Wendigo, ele saiu correndo e não sei onde ele está. — Ouvi passos atrás dela. — Ele está atrás de mim, não está?

— Sim! — Empurrei ela para que o golpe de suas unhas extremamente afiadas não lhe acertasse e nós duas caímos no chão. — CORRE! — Gritei para o adolescente.

— Eu preciso de sangue. — Claire falou. Ela segurou meu braço e puxou a manga da jaqueta para cima, eu não tive tempo de reação, apenas senti suas presas entrando em minha carne e eu pensei que sentiria dor, mas meu corpo se contraiu e uma sensação prazerosa tomou conta. Eu não estava sendo tocada de forma intima, mas era como se Claire estivesse me estimulando sexualmente de uma maneira tão boa que eu não conseguia conter meu gemido, quando sua preza deixou minha pele a sensação rapidamente foi embora e minha visão turva foi voltando ao normal, foi então que vi Claire dando socos e chutes no Wendigo, a criatura revidava, mas ela conseguia desviar, parecia mais rápida e mais focada. Ela então acertou um chute na barriga da criatura que caiu um pouco distante, mas ao levantar apenas tratou de fugir. — É bom fugir mesmo, covarde.

— Temos que ir atrás dele. — Rapidamente levantei do chão.

— Por quê?

— Porque ele é uma criatura irracional que só pensa em comer para saciar sua fome? — Falei como se fosse óbvia. Eu apenas senti os braços de Claire rodearem minha cintura e nossos corpos caírem no chão.

— Safadinho estava só esperando eu abaixar minha guarda para pegar a minha bolsa de sangue, quero dizer, minha colega de trabalho que entende que foi necessário eu beber seu sangue para poder nos proteger. Certo?

— Eu vou fingir que não ouvi isso.

— Em minha defesa... — Claire levantou do chão e ficou em posição de luta. — Eu estava muito fraca e se eu não fizesse isso todo mundo ia morrer, menos eu, porque eu podia ter ido embora, mas eu decidi ficar e lutar pela vida dos meus amigos humanos. — O Wendigo correu em direção a Claire e ela acertou um soco forte no peito dele, a criatura permaneceu ali em pé por um tempo, mas então Claire colocou o pé em sua barriga e foi só então que eu vi que sua mão atravessou o peito da criatura e do outro lado ela estava com o coração dele nas mãos. — Sinto muito amigo. — Foi a última coisa que ela falou ver o corpo cair no chão.

— MARISA! — Ouvi a voz de Jhon me chamar.

— AQUI! — Gritei.

— Claro que eles iriam chegar quando tudo terminasse. — Claire veio até mim e me tirou do chão. — Está se sentindo tonta?

— Não.

— O que tem no seu sangue? Eu me sinto tão, forte e viva. Você usa drogas?

— Eu sou uma policial acha mesmo que eu uso drogas?

— Eu sinceramente não sei como te responder essa pergunta porque ela me parece óbvia.

— Eu não uso drogas!

— Vocês estão bem? — Jhon e Brendan apareceram.

— Estamos. Conseguiram retirar todos os adolescentes da floresta?

— Ainda tem alguns perdidos por aí, mas vamos achar todos. Tem uma equipe de farejadores muito boa fazendo isso.

— Você se machucou, seu braço está sangrando; — Brendan pegou meu braço de leve, mas o tirei, se vissem a marca das presas de Claire, certamente teríamos que criar um relatório sobre aquilo e eu não estava a fim de escrever que uma mordida de trinta segundos quase me fez ter um dos melhores orgasmos da minha vida.

— Está tudo bem. Eu apenas me arranhei com um galho. Podem prosseguir recolhendo o corpo e fazendo reconhecimento da criatura, nós vamos seguir para o departamento.

Fomos seguindo pelas luzes colocadas pelos policiais, que indicavam a saída da floresta, Claire estava cantarolando e eu apenas revirei os olhos, sei que ela estava tentando me provocar pelo fato de não ter contado sobre a mordida.

— Você pode parar?

— Um galho te arranhou, é? Aposto que foi a melhor galhada da sua vida.

— Eu só preciso de um motivo para te dar um tiro nesse seu coração murcho, me dá apenas um motivo.

— Eu posso te dar até dez motivos, mas eu vou te dar um motivo para não atirar...

— Se você falar que é porque você quase me fez gozar ao me morder eu vou atirar.

— Eu... acho que ouvi demais. — Jhon apareceu do nada atrás de nós. — Eu queria devolver esse celular.

— É meu. — Claire esticou a mão e pegou. — Obrigada, lobinho. — Deu dois tapinhas na cabeça do Jhon.

— Você é uma idiota, sabia? — Esbravejei.

— Ela só fala isso da boca para fora, na real ela me quer.

— Eu disse, que só precisava de um motivo e você me deu. — Peguei a arma e tirei a trava de segurança.

— Não adianta atirar em mim, ele ouviu e nada disso vai mudar. Você gostou da minha mordida e vai ter que conviver com isso. — Ela simplesmente saiu correndo e me deixando para trás com o Jhon me encarando e com um semblante confuso.

— Não fala nada! — Apenas falei e sai a passos largos. 

Delicia de matar (Protagonistas Lésbicas)Onde histórias criam vida. Descubra agora