Capítulo Dez

776 135 25
                                    

E ai o que estão achando? Espero que estejam gostando em breve algumas revelações e sexoooo :x

Ser sequestrada e torturada psicologicamente me renderam uma semana de folga forçada e sinceramente eu odiava, ficar em casa só me fazia pensar naquelas situações e nas coisas do passado. O capitão usou Claire como guarda costas para prevenir que eu não saísse de casa para trabalhar. Durante aquela noite eu tive pesadelos mais uma vez, acordei suada e com os olhos cheios de lágrimas, e eu acabei chorando com as mãos no rosto.

— Você quer um abraçou ou algo assim? — Procurei de onde vinha a voz. — Aqui em cima. — Olhei para o teto e lá estava Claire.

— AHH! — Soltei um grito. — Por que você está ai?

— Você disse que eu não podia ficar na cama e eu queria ficar de olho em você. — Ela pulou do teto para o chão e acabou quebrando algumas tabuas. — Eu... vou pagar por isso. — Coloquei as mãos no rosto. Eu me sentia triste e estressada o tempo inteiro. — Você não quer sair um pouco? Eu vou estar com você. — Ela sentou do meu lado.

— Eu não estou com medo de sair. Eu só não estou me sentindo bem. — Ela me deu dois tapinhas nas costas. — O que é isso?

— Para tentar aliviar suas dores emocionais.

— Isso não funciona, você sabe né?

— É... é... tô sabendo. — Ela parou de fazer. — Mas tem algo que eu possa fazer ou te levar em algum lugar?

— Eu acho que vou voltar a tomar meus remédios para dormir.

— Seria uma boa ideia, talvez você consiga dormir melhor.

— Você já comeu?

— Se considera aquele sangue falso comer, então pode-se dizer que sim.

— Eu estou com vontade de tomar raspadinha, você já tomou raspadinha de sangue?

— Raspadinha de sangue?

— Sim, é sangue numa textura quase como gelo, eles inventaram isso tem quase um ano.

— Geralmente eu prefiro sangue quente, mas parece interessante. — Deu de ombros.

Tomei um banho rápido, troquei de roupa e seguimos para uma loja de conveniência que não ficava muito distante de casa, então dava para ir andando e não havia como estar mais segura do que com uma vampira de mais de mil anos do meu lado.

— Obrigada por ficar por perto, seria mais difícil se você não estivesse lá. — Prontamente falei.

— Eu sei que seria. — Claire riu.

— Você é uma babaca. — Dei um empurrão de leve, mas ela se mexeu.

— Eu sei disso também. — Claire riu, mas logo ficou séria. — Eu tive medo de te perder.

— Por quê? Você mal me conhece.

— Eu não sei. Os dez anos que passei presa parece que mexeram com a minha cabeça, eu estava me sentindo sozinha e te ver foi como, se eu tivesse encontrado alguém familiar. Eu comecei a sentir vontade de estar por perto e te proteger.

— Eu sei que para você sou apenas um saco de carne ambulante, mas eu não preciso ser protegida.

— Os últimos eventos dizem ao contrário.

— Foram eventos específicos.

— Posso te pedir algo? — Claire abriu a porta da loja de conveniência e eu passei.

— Depende.

— Eu... sei que parece meio louco, mas eu gostaria de fazer um laço de sangue com você.

— Eu não quero virar uma vampira. — Prontamente falei.

— Seria mais fácil de quisesse, você é bem responsável, te transformaria sem hesitar.

— Eu prefiro morrer a me tornar uma vampira.

— Tudo bem, seu tom me ofende, mas eu vou fingir que eu estou bem com isso. — Chegamos ao caixa.

— Duas raspadinhas grandes. — Peguei o dinheiro e paguei. — Sabe o que pensei hoje, você é uma vampira de mais de mil anos, mas não contribui com nenhum centavo para as despesas da casa.

— Eu não preciso de dinheiro para viver.

— Então onde você vai morar se eu te expulsar? Nos esgotos?

— Eu sinceramente nunca pensei em dinheiro, eu tenho vagas memórias que pessoas sempre cuidaram disso para mim.

— Eu não sou essas pessoas, suas garrafinhas de sangue são caras. — Primeiro coloquei a raspadinha de sangue para ela e a entreguei e depois me servi da minha, uva era meu sabor preferido. — Vai experimenta.

— Roxo é uva?

— Sim. O cheiro é bem forte, não está sentindo?

— Eu só sinto cheiros específicos, não consigo sentir cheiros e comidas, perfumes ou flores ou coisas assim. — Ela sugou um pouco do líquido e fez um sinal de joinha, mas quando foi tomar mais líquido parece que seu cérebro congelou, porque ela pareceu sentir dor. — Ahhh que dor infernal. Você me envenenou... — Colocou as mãos na cabeça.

— Não pode beber rápido, congela o cérebro. — Tirei a bebida de suas mãos.

— Eu não quero mais beber isso, vai acabar me levando a morte verdadeira.

— Não vai, ninguém nunca morreu com cérebro congelado, pelo menos não que eu saiba. — Comecei a rir e saímos da loja. — Não vai querer mais?

— Vou. — Ela pegou da minha mão.

— Mas agora eu tenho duas perguntas, por que seu cérebro congelou se você está morta?

— Meu cérebro está vivo e meu coração também. São os únicos órgãos que estão vivos. Essa resposta era fácil. Manda outra mais difícil. — Claire ia caminhando ao meu lado.

— O que é um laço de sangue?

— Bom, basicamente vampiros podem fazer laços de sangue com humanos sem transformá-los, é uma forma de te sentir e te rastrear.

— Por que eu precisaria disso?

— Porque se alguém te sequestrar de novo, eu vou te encontrar na hora ou caso precisar de mim, você poderá me chamar a qualquer momento.

— E como funciona?

— Você bebe uma gota do meu sangue e eu bebo uma sua.

— Então é simples. Tem data de validade?

— Precisa ser renovado toda semana.

— Então acho que podemos fazer. — Não seria tão simples, óbvio que eu iria pesquisar na internet sobre isso, mas não parecia ser tão arriscado. — Não tem mais nada que eu precise saber?

— Outros vampiros vão sentir meu cheiro em você e nenhum deles vai se aproximar. — Ela deu um sorriso como se estivesse se gabando.

— Isso te deixa feliz, não é?

— Triste que não me deixaria. — Ela terminou de beber sua raspadinha e jogou o copo numa lata de lixo. — Podemos também fazer outras coisas se você quiser.

— Sexo consensual.

— O quê? Não! — Respondi de supetão.

— Então ficar gemendo meu nome enquanto se masturba não significa que você queira sexo consensual comigo? — Eu acabei me engasgando com a raspadinha e ela saiu pelo meu nariz. Eu nunca pensei que em algum momento ela poderia me ouvir dentro do quarto.

Delicia de matar (Protagonistas Lésbicas)Onde histórias criam vida. Descubra agora