Capítulo Dois

834 131 27
                                    

Bora de mais um capitulozinho? Não deixem de comentar e me dizer o que estão achando

Eu a empurrei e foi então que senti meu corpo tremer, quase como a sensação de quando sonhamos que estamos caindo. Ela estava longe, encostada na parede me encarando com um largo sorriso no rosto e suas presas a amostra novamente.

— Foi boa a ilusão? — Clarissa perguntou.

— O que você fez comigo?

— Nada, eu fiquei bem longe de você. Tocar sem o consentimento é assédio sexual.

— Eu não acredito em você. — Andei até ela.

— Se não acredita é só olhar nas gravações da câmera. — Ela apontou para a câmera. — Eu fiquei um pouco decepcionada, a fadinha teve uma noite de sexo selvagem completa comigo e com o lobinho, em cinco minutos de ilusão, você durante quinze minutos só ficou brigando comigo e tentando se controlar para não cair na minha ilusão. Poderia ter tido o melhor sexo da sua vida sem nem tirar a roupa.

— Eu não estou interessada em sexo. Principalmente com você. — Me afastei dela e segui para a minha sala, queria ver como os outros estavam.

— Você é assexuada? Já encontrei, posso te dar prazer de outras formas. — Ela veio me seguindo. — Tem pessoas que sentem prazer ao comer algo muito gostoso, posso fazer isso também.

— Primeiro... — Parei. — Nunca mais faça isso com ninguém, apenas se te pedirem. Segundo, eu não sou assexuada e não importa o que eu seja, eu não quero que você brinque com a minha cabeça e com a de mais ninguém.

— Eu estou enterrada no concreto há dez anos, eu estou querendo me divertir.

— Você não está com fome?

— É uma pergunta um pouco difícil de responder, eu estou com fome o tempo inteiro, ouvir sua veia pulsar, ainda mais que fica nos seus seios é algo muito atrativo para mim, mas eu tenho mais de mil anos de prática então, meio litro de sangue que me deram foi o suficiente para eu conseguir não avançar nos seus seios e bom... sabemos o que vem depois.

— Como ela está? — Perguntei ao Brendan assim que passei pela porta.

— Hamm... envergonhada.

— Eu também estaria se tivesse imaginado aquelas coisas. — Clarissa falou num tom de deboche e eu apenas dei um pisão no pé dela. — Aí! Eu sinto dor também.

— Que bom. — Me aproximei de Marielle. — Querida, não precisa se sentir mal. A culpa é dessa sangue suga albina...

— Esse foi o apelido mais carinhoso que já me deram... se eu tivesse um coração, ela com certeza estaria batendo mais rápido.

— Ela implantou aqueles pensamentos em você.

— Em partes, o que ela imaginou com o lobinho foi apenas a mente dela e eu acho que bom... é meio que desproporcional.

— Depois de ver, eu pensei isso também. — Brendan falou.

— Brendan! — O repreendi.

— Ai desculpa amiga. — Falou com Marielle. — Todo mundo tem fantasias sexuais com os colegas de trabalho, está tudo bem.

— Não, é óbvio que todo mundo não tem. — Falei como se fosse óbvia.

— Você não está ajudando, querida. — Brendan falou.

— Quer saber, você fez isso, agora você resolve. — Falei com Clarissa.

— Eu, por quê? Ela que pensou isso.

— Vai logo, faz ela esquecer aquele momento. — Ordenei.

— Eu preciso de uma outra memória para colocar no lugar. Que tal nós três?

— Uma memória simples dela conversando, bebendo café e se divertindo. — Respondi.

— Que sem graça. — Ela se aproximou de Marielle. — Oi fadinha... — Passou menos de um minuto e o semblante de Marielle mudou. Para então depois ela se virar para o computador. — Feliz?

— O que você fez?

— Ela vai ver fotos de unicórnios e coisas que ela gosta, daqui a cinco minutos ela volta e esquece tudo. Agora o que eu ganho por ter feito isso?

— Nossa ela quer um prêmio por ter resolvido a merda que ela fez. Vamos, ainda tem mais um. — Segurei sua blusa e a puxei até a porta do banheiro masculino. — Tira ele de lá, Brendan.

Quando Jhon apareceu seus olhos estavam vermelhos e seu rosto também, acho que ele estava chorando. Era estranho pensar num homem de dois metros e três de altura, cheio d músculos e com muitas tatuagens, ser tão sensível a ponto de chorar com facilidade, mas esse era nosso Jhon.

— Por que você está chorando? — Perguntei.

— Foi errado...

— Mas foi bom. — Clarissa o interrompeu.

— Dá para você parar? — Falei de maneira irritada. — Faz a mesma coisa que você fez com a Marielle nele.

— Você acha que eu sou o encantador de cães? Eu não posso fazer nada com ele.

— Foi a fadinha que incluiu ele na brincadeira. Mandou bem. — Clarissa deu dois tapinhas no ombro de Jhon. — Mas agora você precisa ser adulto e superar isso, acha que consegue? Eu sei que consegue. Toma uma ducha fria e pensa em gatinhos fofinhos quando estiver perto dela, vai dar certo, confia.

Jhon correu para dentro do banheiro de novo e eu apenas soltei um longo suspiro, não tinha muito o que fazer, por trás daquele homem enorme, tinha alguém muito sensível, pedi para que Brandon cuidasse dele e o acalmasse

— Você está aqui há menos de um dia e já causou muito alvoroço.

— É mesmo, não sei como vocês ficaram esse tempo sem alguém como eu. — Ela estava rindo.

— Eu vou falar com o capitão...

— Não, fala com o mestre! — Ela me impediu. — Quero dizer, com o capetão. Eu fiquei presa por muito tempo, eu admito que passei do ponto e eu vou me comportar, a partir de amanhã.

— Tem que ser a partir de hoje. — Coloquei a mão na cabeça e suspirei pesadamente. — Olha, faz o que quiser, mas não mexe com a cabeça das pessoas. Eu estou indo embora. — Peguei minhas coisas. Era minha folga e eu não queria ter que lidar com aquela situação.

— E o que você vai fazer agora? — Ela ia me seguindo.

— Vou lavar roupa. — Peguei meu capacete que estava no guidão da moto, coloquei a chave e passei a perna, para montar na moto.

— Posso ir com você?

— Não. — Liguei a moto, tirei o descanso e coloquei a primeira marcha, para então dar a partida.

— Você sabe que eu sou rápida não sabe? — Ela estava correndo a sessenta quilômetros por hora. — Eu vou te seguir até a sua casa. Cuidado! — Ela segurou a minha moto e logo a frente avistamos o que parecia ser um acidente, mas foi então que assim que o farol iluminou o local, era na verdade corpos despedaçados no chão e uma criatura saindo correndo para a floresta.

— Aquilo era um... lobisomem? — Clarissa perguntou.

— Eu sinceramente não sei. 

Delicia de matar (Protagonistas Lésbicas)Onde histórias criam vida. Descubra agora