6. culpa

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Estávamos no hospital esperando notícias da Carol, anitta estava desolada, eu só pensava que tinha avisado mas não ia esfregar isso na cara dela no momento, então apenas a acolhi.

-eu avisei- não resisti-desculpa precisei, eu tô aqui amiga.

-valeu, devia ter te ouvido- diz baixo

-eu sei, você tem que me ouvir mais vezes- reclamo e ela sorri fraco, quando Henrique chegou e se sentou.

A mãe de anitta chegou com a luisa já perguntando se estivermos com a carol nós negamos e Anitta se pôs de pé como Henrique, passou alguns minutos e a mãe de carol chega e nos deixa ir pro quarto dela, entramos no quarto e ela estava desolada e estava chorosa.

-Eai Carol, como cê tá?- diz Luísa se aproximando da prima- ta doendo muito?

Anitta se aproxima mais dela, me mantenho mas mais distante, Anitta sorri pra prima.

-Ai prima, ainda bem que você tá bem.

Carol olhou para Anitta com um olhar de cortar o coração.

-bem? eu vi o menino que eu gosto beijando outra menina do time, fui atropelada e vou perder o jogo mais importante da minha vida.

A mãe de Anitta se aproxima.

-ai carol, você podia ter morrido tenha paciência- ela sorri pra carol.

Eu fiquei em silêncio em uma cantinho, não queria atrapalhar o momento família, quando meu telefone toca e dou uma olhada e era minha mãe, sai do quarto e atendi a ligação.

-alô..eu to no hospital, a prima da anitta foi atropelada...Ela tá bem, só quebrou o braço.. Quer que vá pra casa? certeza-reclamo em silêncio- tá bom, já vou tchau mãe- desligo, não entro novamente no quarto, apenas vou pra casa, conhecendo a minha mãe.

Quando cheguei, ela que abriu a porta e me deu um abraço forte, me surpreendi, já que ela não é de demonstrações de afeto.

-Ai minha filha, eu fiquei tão preocupada quando me disse que a Carol foi atropelada- ela passou as mãos em meus cabelos- eu fiz a janta, seu irmão já tá na mesa- ela vai indo em direção a cozinha.

-ha, eu achei que ia trabalhar hoje- fui logo atrás.

-Ah eu consegui uma folga- sentou à mesa e eu fiz o mesmo.

-eai beth, beth a feia- meu irmão sorri pra mim- lembro que tem casa ou foi obrigada a voltar.

-cala a boca- digo- eu só gosto de passar um tempo com a minha amiga só isso, e não quero ver a sua cara nunca mais e não verei.

-beth a feia, beth a feia, beth- reviro os olhos enquanto ele falava, nossa mãe servia nossos pratos.

-Chega! eu não gosto desse apelido- ele e minha mãe me olham.

-você não gosta, mas seu pai sempre te chamava assim- diz minha mãe surpresa.

-eu não gosto desde que ele foi embora mãe, não suporto esse apelido mais- pego meu prato e começo a comer.

-ta beth a feia, não te chamo mais assim, feliz- diz meu irmão colocando uma garfada na boca.

-sim, mínimo que você pode fazer- digo.

O resto do nosso jantar foi em silêncio, eu terminei primeiro que eles, então fui direto pro quarto, era reconfortante estar em meu antigo quarto, pois minhas memórias de adolescente estavam voltando a tona, mas por azar do destino meu irmão bate a porta e entra no quarto, até então não dizendo nada apenas me olhando, ele senta na cama e me encara nos olhos.

-você não gosta mesmo-encarei o mesmo com estranheza- do apelido animal- diz Matheus.

Sinto uma irritação que não deveria, já que ele não fez nada até agora.

-eu nao gosto, me lembra nosso pai, entao nao gosto- digo rápido.

-eu sei, também nao gosto de parecer com ele- ele olha pra porta -olha é que, você pode me ouvir, só ouvir.

estranhei então me sentei ao lado dele e fiquei parada de braços cruzados.

-ta, eu sei que não somos próximos e que você não gosta muito de mim, mas eu ainda sou seu irmão e depois que nossos pais se divorciaram você ficou mais distante que antes, antes até tínhamos interações básicas e saudáveis de quase irmãos normais, mas agora você passa mais tempo fora e nem se quer fala comigo- ele olhou pra mim- eu sei que você não quer falar com o seu irmão que tem a mesma idade ainda é o irmão mais velho sei la, careta? eu só queria que agente fosse mais próximo, mesmo que voce nao acredite eu gosto da sua companhia, você é minha irmãzinha caçula- cruzou os braços- não quero que a gente vire adults tristes e solitários por teimosia, quero poder te ajudar nas suas pinturas ou seja lá o que você quer fazer da vida.

Ele terminou de falar, e o quarto ficou em silencio, parecia que ele tinha conhecimento do futuro que sabia que a gente nao se falava por pura teimosia e uma briga estupidamente idiota de adolescente, eu nao sabia o que responder pra ele, na verdade eu sabia mas nao queria falar ou talvez queria mas nao sabia como, ele deu um sorriso se levantou, me deu um beijo na cabeça e começou a sair do quarto.

-ai matheus- ele parou e olhou pra mim- você não é careta, você é maneiro.

Ele sorri entendendo o meu recado, bem mal dado e saio do quarto, pela primeira vez ele fechou a porta, me senti um pouco melhor, talvez seja por isso que vim com a anitta pro passado, pq eu tenho que resolver questões familiares, nossa isso não é bom.

-maravilha, pq pra mim sempre é mais difícil- me joguei na cama- eu acho que preciso descansar

no outro dia, acordei cedo e esperei meu irmão para irmos a aula juntos, eu não sou perfeita então dá pro gasto esse pequeno ato de afeto, chegando na escola meu principal alvo era a anitta, então fui a caça dela, achei a mesma em frente ao prédio da escola parecendo uma barata tonta.

-oie ta bem, como está a carol- digo pra mesma, que nao me responde pega no meu braço e me arrasta para perto do fabrício- oi fabis.

Ele franze as sobrancelhas pra mim, mas antes de qualquer resposta a anitta se meteu no meio.

-precisamos conversar- diz pro garoto- a carol ta bem e ta com gesso no braço, mas olha só fica quieto e não fala pra ninguém.

-não sei- diz Fabrício- talvez eu deixe escapar sem querer pra alguém assim, que toda essa bagunça foi ideia sua.

-haa eu falei- digo um pouco alto e os olhares de ambos caem em mim- desculpa, essa eu não tinha falado mas pensado.

-Qual é a sua em moleque- anitta estava levemente brava.

-Qual é a sua, vai cumprir o combinado ce ta me devendo uma- fiquei confusa nessa parte mas lembrei, não tava na hora que eles acordaram o plano- eu quero que você convença a sua irmã a sair comigo.

eu amo a vida da anitta de certo modo, eu to aqui vendo esse rolo todo de camarote.

-cê tá falando sério, tá eu prometo que vou tentar- diz ela e logo ouvimos a risadinha "agradável" do Eduardo.

-Ai joel vamo passa reto pra não atrapalhar, ha é a beth já ta fazendo isso- ele se aproximou junto de joel.

-Ei meninas- ele sorri e logo o relógio toca três vezes no horário errado- converteram errado tocou três vezes e agora são 8 horas- encarou anitta.

-hahaha que relógio maluquinho em, vamo anitta vamo mete o pé- peguei ela pelo braço- ah até mais joel e fabis, morra eduardo- sai de lá correndo com anitta mas joel foi atrás de nós.

-Ai anitta, como você soube de tudo aquilo no trote- diz o garoto- o relógio toca na hora errada.

-sei lá eu só ouvi dizer- ela olhou pro joel- acho que você se importa muito com o que o Eduardo e o Fabrício acham de você, sendo que você só serve pra fazerem piada.

-mas não sou só eu que to sendo feito de fantoche- diz ele se aproximando da anitta.

-ta anitta eu me vou, boa sorte e resolve teus b.o pq eu me fui, te amo até mais- entrei na sala, nem morta eu tava afim de ouvir esse diálogo.

de volta aos 15 Onde histórias criam vida. Descubra agora