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CASA DO NAMORADO | Kim Taehyung.
O sol do verão coreano entrava morno pela porta da varanda que tinha no ateliê da casa da vovó. No ângulo em que eu estava, conseguia ver o as pessoas passando alegremente pela rua e as crianças brincando no jardim, como se o céu azul de verão desses um novo brilho a vida, enquanto eu descansava a mente e as mãos, pois havia horas que eu estava sentado naquele banquinho acolchoado pintando um pedido da minha própria avó.
Eu gostava daquele clima. Calmo, quase silencioso, a claridade do dia, a vida fluindo feliz. O cheiro úmido da tinta e de móveis antigos que embebiam o ambiente, sendo expandidos pelo frescor do ar daquela época do ano.
Benny Goodman tocava baixo na vitrola que tinha sido do meu avô, chiando e às vezes engasgando em sua glória antiga de um vinil comprado em um brechó por uma mixaria.
Se soubesse, minha mãe brigaria comigo dizendo que eu deveria comprar coisas novas e não gastar com coisas velhas, mas ela apenas não entendia a magia de entrar em um brechó com quinquilharia, livros, vinis, e mais um monte de coisa, e ficar teorizando a história de cada uma delas, quando foram feitas, por quem foi dado, para quem foi dado, quando, porquê. Na capa do vinil que rodava na vitrola, por exemplo, tinha uma dedicatória que dizia:
"Para você ouvir e se lembrar daquela noite que dançamos Don't Be The Way até nossos pés doerem, Jungwoo. Assinado, seu querido Taecyeon."
Eu ficava fantasiando como tinha sido a história de amor deles, como tinha sido a noite que dançaram até os pés doerem e que aquele vinil tinha sido perdido em uma mudança para uma casa maior porque a família tinha crescido, então caído nas mãos de alguém que não viu tanto valor no vinil e ido parar naquele brechó que garimpei até achá-lo na tarde passada. E melhor, eu fantasiava se eles tinham tido a sorte de serem a alma gêmea um do outro, naquele nosso mundo em que poucos eram privilegiados com esse milagre do destino. Eu esperava que sim.
Meu irmão às vezes dizia que eu deveria ser escritor, não pintor, pois seria muito fácil eu vender romances melosos e clichês, com um quê de criatividade, onde as pessoas leriam ávidas e logo chegariam a uma conclusão e ao final que queriam, do que ficar pintando traços enigmáticos que forçavam as pessoas a pensarem demais sobre algo que nem tinham tanta certeza assim, para no final não ter alguma conclusão sólida também.
Mas eu até que gostava de pensar que plantava essa sementinha de mistério na mente daqueles que viam minhas obras e colocavam as engrenagens de suas mentes para pensar em que diabos de mensagem eu queria passar com aquelas cores e traços.
No meio daquela calmaria reflexiva, imaginação fértil e música ambiente, o toque do meu celular ecoou.
Era meu irmão. Foi só falar no diabo...
Atendi a chamada de vídeo, vendo ele rindo de alguém e ignorando totalmente a ligação, até perceber que eu havia atendido.
— Ih, ouvindo música de velho de novo? — ele disse virando o rosto para a câmera.
— Não conheço outra versão minha. — retruquei.
— Velho e ranzinza. — ele reclamou.
— Falta só eu receber minha aposentadoria.
— Está fazendo o quê? — Jin perguntou. Ele parecia estar no antigo quarto de Jimin, se aquele rombo coberto por mais uma camada de tinta na parede fosse o mesmo que Ji e eu fizemos aos quinze anos e nunca foi fechado por motivos de: "sempre bom guardar as boas lembranças dos momentos engraçados". Jimin costumava dizer que eu não batia bem das ideias, mas ele batia bem menos.
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UM FAVOR POR DOIS| TK
FanfictionKim Taehyung sempre teve uma relação de amor e ódio com as festas e viagens em família, pois elas nunca pareciam favorecê-lo, na verdade, sempre o colocava em situações péssimas. E como esperado, sua vida vira de cabeça para baixo no seu primeiro di...