CAPÍTULO DEZESSETE

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TANTA DOR |Kim Seokjin, seis meses antes da mentira.

Eu ouvi a discussão assim que parei na porta do apartamento.

Era a voz magoada de Taehyung, enquanto dizia que aquele relacionamento não daria certo, que não era o que ele queria. A moça, que estava bem irritada, disse algumas coisas a ele, pediu para tentar mais, ela gostava dele. Mas Taehyung não quis.

Quando a porta se abriu, a mulher saiu em disparada, o rosto molhado por lágrimas, me empurrando para eu sair da sua frente. Taehyung estava parado no meio da sala, a cabeça baixa, os olhos espremidos, as mãos nos quadris. Esgotado.

— Tae. — chamei com preocupação, entrando no apartamento e fechando a porta atrás de mim.

Namjoon e as crianças estavam brincando na praça que tinha em frente ao prédio, eu tinha subido apenas para buscar um lanche para meus filhos, não era minha intenção ouvir nada. Na verdade, eu nem imaginava que a mulher visitaria meu irmão naquele dia.

— Está tudo bem, Jin. — a voz embargada disse querendo me tranquilizar. Mas não era assim que funcionava. Eu era o irmão mais velho de Taehyung, eu me preocuparia com o bem estar dele até o fim de nossas vidas.

— Vocês terminaram, não foi? — perguntei. A resposta era bem óbvia.

— Eu não consigo. — Tae disse levando as mãos a cabeça e apertando como se quisesse esmagar o crânio e fazer a dor aliviar. — Sempre assim. Eu não consigo.

— Não consegue o que? Porquê?

Me aproximei de Taehyung, puxando as mãos dele e o conduzindo até que estivesse sentado no sofá, de frente para mim. Meu irmãozinho parecia tão esgotado.

— Eu consigo seguir em frente. Não consigo estar com outra pessoas por muito tempo, eu sempre as magoo antes que elas me magoem primeiro. Não é intencional, eu não me sinto bem com isso, mas eu não consigo ficar à vontade. Não consigo. E é tão solitário. — Taehyung desabafava algo que ao mesmo tempo que tinha sentido, não tinha, pois dos cinco relacionamentos que eu soube que ele teve desde sua juventude, nenhum realmente durou o suficiente para ele sequer pensar em apresentar a nossa família, mas eu não entendia o porquê era assim.

Era sempre rápido demais. Ele tentava estar com a pessoa e agradar e então de uma hora para outra estava sozinho novamente, cabisbaixo, fingindo que a vida era boa.

— A moça que acabou de sair pediu mais tempo, Tae, porque você não deu? Dê uma chance, quem sabe agora as coisas fiquem bem. — falei apontando a porta, como se a mulher fosse voltar novamente.

Meu irmão apenas negou com acenos.

— Eu encontrei minha alma gêmea e fui rejeitado. Do que adianta eu dar mais tempo para algo que está fadado a dar errado, Jin? — a fala de Taehyung me pegou totalmente de surpresa. Era realmente para uma minoria aquela condição, poucos tinham a dádiva. Quem tinha, sabia a grandeza de tudo, quem não tinha, sonhava em sentir amor tão forte. — Meu coração tem dono, nunca irei amar ninguém além dele, por mais que eu tente.

— Quando foi isso, Tae? Quem é? — me levantei do sofá abismado com a informação. Meu irmão nunca tinha me contado aquilo, algo realmente importante.

— Jeongguk. — suspirou — Jeon Jeongguk. — Taehyung respondeu com dor na voz e eu fiquei ainda mais surpreso.

Até onde eu sabia, eles não se davam nada bem. Tinha estado juntos em algum momento no meio de toda a confusão, dias que Taehyung estava radiante e feliz, me contando tudo como um segredo que deveria ser guardado a sete chaves e ele confiava apenas a mim. Mas então, pouco tempo depois, ele me disse cheio de tristeza que não tinha dado certo, que no final Jeongguk era um grande idiota mesmo e o inferno recomeçou.

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