CAPÍTULO TRÊS

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☀️

O JANTAR | Kim Taehyung

Os ânimos de minha família para conhecer meu suposto namorado era tão grande que eu via tudo preto com pontos de luz, colapsando.

Minha cabeça doía em estresse. Meu corpo parecia travado e qualquer movimento dava a sensação que eu iria desmontar, tudo causado por um misto de preocupação e nervoso e porque fui obrigado a dividir o sofá cama com Yoongi e outra prima, ambos dormindo por cima de mim e disputando espaço. Nem todos os analgésicos que eu tinha tomado durante o dia resolveram as dores.

Agora eu estava limpo, vestido e cheiroso, com a maior carranca do mundo, controlando meu coração que estava pronto para sair fugindo a qualquer oportunidade que tivesse, enquanto uma das minhas tias passava gel e penteava meus cabelos como ela fazia quando eu era criança, com a desculpa de que eu precisava ficar ainda mais bonito para receber meu namorado. Meus fios estavam sendo penteados para trás em um topete.

Meus pais já tinham feito um discurso sobre como estavam chateados e decepcionados por eu ter escondido meu relacionamento deles, mas naquele momento minha mãe estava limpando e arrumando um quarto de casal caso Jeongguk quisesse passar a noite ali comigo, após expulsar alguns primos adolescentes do cômodo, e meu pai estava na cozinha com minha avó, preparando uma sobremesa que eu disse ser a favorita do meu namorado, informação que Jimin tinha me segregado.

O resto da família apenas organizava tudo e limpava, queriam mostrar que a família tinha uma boa aparência para o novo integrante em potencial que estava chegando. Junmyeon e seus pais apenas me lançavam olhares desconfiados vez ou outra, como se não pudessem aceitar uma vez na vida minha vitória ou porque farejavam minha mentira. Sorte deles que minha mãe ainda não tinha percebido isso, pois ela era uma verdadeira loba selvagem no quesito defender seus filhos.

— Ficou lindo, Taetae! — tia Mijoo disse após garantir que todos os meus fios castanhos estavam no lugar. Senti ela pressionar os dedos na minha testa em uma massagem. — Desfaz essa testa enrugada, menino. Vai ficar cheio de rugas cedo! E nem parece que está feliz em apresentar seu namorado a família.

Suavizei minha expressão e tentei colocar um sorriso no rosto, recebendo outro dela, apenas para tirar aquela última preocupação de sua mente. Porque sim, eu já tinha sido acusado de ter vergonha da minha família, por isso não tinha sequer citado a ninguém sobre estar namorando ou fiz menção de levar o felizardo para que o conhecessem, fazendo isso apenas sob pressão.

— Estou bem, tia, apenas sentindo dores no corpo ainda. — falei e não era de toda mentira.

— Vou fazer um chazinho para você. — tia Mijoo saiu em disparada para a cozinha. Tudo se resolvia com chá na opinião dela.

Fiquei sentado onde eu estava: uma cadeira no meio da sala de estar que tinha sido aspirada, polida e perfumada como nunca antes. Fechei os olhos, esfreguei as mãos nas coxas e respirei fundo, tentando aliviar a tensão me acalmar sobre toda aquela confusão.

O que podia dar errado?

Tudo!

Uma enxurrada de risadinhas e cheiro de doce e suor me rodeou e quando abri os olhos haviam várias crianças ao meu redor com seus sorriso de dente faltando, cabelo espetado, bochecha suja de comida, nariz sujo e tudo mais que vinha no pacote "A aparência das crianças da família tradicional". Então eles desataram a falar:

— O Taetae tem namoradinho!

— Eles trocam sapinhos!

— Eca!

UM FAVOR POR DOIS| TKOnde histórias criam vida. Descubra agora