CAPÍTULO SETE

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O INÍCIO DA VIAGEM. | Kim Taehyung

A viagem de quase quatro horas de trem entre Daegu e Incheon tinha sido relativamente tranquila, apenas porque estavam todos cansados demais depois da bebedeira e humilhação numa pista de dança improvisada no quintal da casa da vovó.

Eu realmente queria saber de quem tinha sido a ideia de fazer a festa de aniversário da vovó uma noite antes da viagem, apenas para agradecer essa pessoa por ter enfiado minha família de quarenta pessoas desmaiadas dentro do vagão do trem e ter me proporcionado quatro horinhas de quase completo silêncio, não fosse pelos roncos e choro de criança atentada que não queria dormir.

A noite tinha sido agradável e divertida. Pudemos comemorar mais um ano de vida da vovó Danah que sorria feliz e animada entre a família e convidados. Apresentei meus pais aos pais de Jeongguk e depois a família toda já conhecia meus sogros, combinando com eles de fazerem alguma atividade de lazer assim que voltassemos de viagem. Ouvir os planos fez meu coração doer e não foi difícil perceber como os ombros de Jeongguk caíram também.

Então nós bebemos. Bebemos a noite inteira, até perder os sentidos. Porque era muito mais fácil viver aquele momento na névoa da embriaguez, felizes com nada, falando besteira, o coração e a mente dormentes, enquanto nossas ações faziam parecer que de fato e verdadeiramente existia algo entre nós dois.

Após chegar em Incheon eu lembrei que estar no aeroporto era pior, se eu já não estivesse acostumado com o caos. Eu acreditava que não havia nenhuma família no mundo que conseguisse a proeza de enfiar seus componentes quase todos em um mesmo voo. E pior! Que conseguisse, de última hora, comprar mais uma passagem para um novo integrante.

O que me desesperava era saber que Jeongguk não estava na poltrona ao lado da minha. A baderna de gente de ressaca, passando vergonha, passando mal, crianças correndo ao redor e gritando, adolescentes emos nos cantos chamando a atenção de desacostumados, não era nada para mim. O aeroporto podia explodir e estava tudo bem.

— São seus parentes? — tio Seonho se aproximou de mim, fazendo a maior cara de desgosto.

— Mais seus que meus. — respondi, o fazendo rir.

Tio Seonho estava se destacando no meio de todos. Tinha se vestido como um idol mundialmente famoso que faria fotos embarcando. Ele era o tio velho rico e solteiro da família. Talvez eu seguisse os passos dele, me faltava só dinheiro.

— Sabe, quando a mamãe não for mais o motivo disso, e eu espero que demore muito ainda, eu quero ser. E meu aniversário é no final do ano, olha que maravilha! — ele comentou com entusiasmo.

— Pelo menos só terei que ver todos vocês juntos uma vez no ano. — respondi, dando de ombros.

Eu já imaginava o natal como seria. Eu solteiro, pois teria terminado com Jeongguk, todos acabando com minha paciência e alguns dizendo para eu não ficar deprimido, pois logo encontraria outra pessoa. As piadinhas de algum modo seriam atualizadas, mas pelo menos não seria porque vivi uma farsa.

— É verdade. — tio Seon pareceu refletir que sua ideia reuniria a família apenas uma vez no ano não era tão vantajoso assim. Ele olhou para uma das suas irmãs, a que fazia aniversário duas semanas antes da vovó, e seu rosto se iluminou com uma ideia. — Sohee, querida, o que você acha de quando a mamãe morrer, seu aniversário...

E saiu falando, seguindo para o meio da multidão de parentes que prestavam atenção na ideia, com feições assustadas e de desgosto. Hipócritas! Por mais que soubesse que eles ficavam felizes em comemorar mais um ano da vovó, eu sabia que eles ficavam pensando em quando a velha iria dessa para melhor e como a partilha da herança seria. Pelo menos a ideia de tio Seonho era genuína: manter a família unida. Talvez fosse porque ele tinha dinheiro suficiente para não pensar em herdar.

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