UM FAVOR POR DOIS| TK

CAPÍTULO DEZOITO - FIM

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O FIM DE MAIS UMA VIAGEM. | Kim Taehyung

A viagem de volta para casa podia ser considerada tranquila.

Não houve desaparecimento, esquecimento, extravio, ou gente hospitalizada.

Mas rolou um desentendimento sobre para onde iríamos no ano seguinte, nada demais ou fora do comum quando se tratava da minha família. Uma das sugestões era Roma e eu não queria falar nada, mas minha mente já estava calculando quanto tempo eu levaria para terminar meu mestrado e me mudar para bem longe da Itália e garantir que meu apartamento não virasse estadia de parente.

Os últimos dois dias no Havaí foram ótimos para mim e o Jeon, que agora era Kim. Nos distanciamos do grupo e eles pareceram aceitar bem que queríamos um tempo apenas nosso, para relaxar e nos curtir. Conversamos muito, começamos a colocar os pingos nos i's e a dar os primeiros passos do nosso futuro juntos. Estava tudo indo perfeitamente bem e eu esperava que continuasse assim. Eu faria de tudo para que continuasse assim.

— Quer dormir no território proibido? — Jeongguk perguntou quando chegamos ao seu apartamento de volta. Cansados e só pensando em cair em uma cama e dormir até o outro dia.

— Não é perigoso? — brinquei, seguindo seu riso pelo corredor até estar dentro do seu quarto.

Não era muito diferente do resto do apartamento: sóbrio e cinza. Mas tinha detalhes que realmente chamaram minha atenção.

Sob sua cama, estava uma pelúcia de lobo que eu tinha conseguido no parque de diversões para ele, no mês em que estivemos juntos. Estava surrada e velha pelo tempo, mas estava lá em meio aos travesseiros.

Na parede atrás de sua mesa de trabalho haviam dezenas de rascunhos e desenhos, uma enxurrada de informações e rabiscos, muitos confusos e que levavam tempo para serem interpretados e entre eles, tinha um retrato meu. Meu auto retrato na verdade. O trabalho de artes que jurei que Jeongguk tinha estragado de propósito e tinha nos rendido uma briga feia. Mas havia uma diferença gritante nele, ignorando a parte da minha boca toda borrada em tinta azul. Os olhos tinham ganhado cor e me lembrava de algo.

— Amor... — ofeguei, apontando para o braço tatuado dele e Jeongguk ergueu, me mostrando aquele par de olhos idênticos em seu antebraço. Meus olhos tatuados em sua pele. — Você é tão brega!

Jeongguk gargalhou alto, jogando a cabeça para trás.

— Achei que iria receber alguma declaração de volta e o que recebo é uma ofensa? Que tipo de marido é você? — ele perguntou recuperando o fôlego.

— Eu tenho medo de agulhas... — lembrei, me aproximando para envolver meus braços em sua cintura. — Por isso seu quarto era um território proibido para mim?

— Tive medo de você ver e zombar de mim. — assumiu. — Eu não consegui me desfazer dessas coisas, e olha que eu tentei. Mas toda vez que eu jogava no lixo, eu pegava de volta. Eu sabia que se eu nunca te tivesse para mim, eu teria pelo menos lembranças suas.

— No dia que você for a Roma, vai encontrar seu casaco azul no meio das minhas roupas, a concha que você trouxe de Busan em cima de um aparador, e aquelas meias horrorosas do homem de ferro na gaveta. — contei para ele, parecia justo.

— O tanto que eu procurei por essas meias, Taehyung!

— Você me emprestou naquele dia que passei uma tarde de chuva na sua casa e molhei as minhas. — lembrei a ele do episódio.