UM FAVOR POR DOIS| TK

CAPÍTULO SEIS

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O ENCONTRO DE AMIGOS. | Jeon Jeongguk

Algo sobre Kim Taehyung que ninguém, nunca, jamais, poderia dizer era que ele não tinha estilo e era feio.

Ele simplesmente vestia uma calça de alfaiataria, marrom com cinto fino, e uma blusa social de seda branca. Apenas! E apenas com isso fazia pescoços virarem em sua direção.

O conjunto parecia ter sido feito sob medida, não era justo, mas marcava perfeitamente o corpo grande dele. E de quebra, ainda tinha penteado seu cabelo em um topete despojado, deixando a testa amostra e todos sabiam que ele ficava ainda mais bonito com a testa amostra e as sobrancelhas grossas à vista.

Eu já tinha me segurado para não babar pelo cara quando ele saiu do quarto, porque Taehyung estava realmente bonito, mas estava sendo insuportável depois que chegamos ao campo de futebol de nossa antiga escola que estava cheio com os alunos de nossa época. A quantidade de pessoas que ficavam o encarando e ou tentando chamar a atenção dele estavam me deixando irritado.

Eu estava lá, do lado dele, de mãos dadas com ele, deixando claro que éramos um casal e os outros simplesmente não podiam respeitar isso?

— Por que você parece irritado? — a voz rouca de Taehyung soprou bem próximo do meu ouvido.

— Não está vendo todos esses atirados? Estão me deixando irritados. — respondi me aproximando mais dele para ver se ficava claro que o Kim era meu.

— Achei que o papel de possessivo na relação seria meu. — Taehyung comentou rindo. Ele não estava reclamando nem um pouco, tanto que passou o braço por minha cintura enquanto nos conduzia pelo ambiente, sempre sendo tão educado com as outras pessoas, nem parecia que as odiava no tempo de escola.

— Ser corno de verdade já é péssimo, de mentira é ainda pior. Nem se atreva a deixar um desses assanhadinhos ou assanhadinhas se engraçar com você, entendeu? — falei. Taehyung riu mais e eu sabia que era da minha cara brava e o bico que se formava em minha boca.

— Eu nunca seria tão baixo, Jeongguk. Nem mesmo na nossa situação. — ele me garantiu.

Eu acreditava.

Já tinham se passado alguns poucos dias desde que Taehyung me apresentou a família dele como seu namorado e mais alguns desde quando ele estava passando as noites em minha casa. Os dias que se seguiram eram tranquilos em sua maioria, nos outros havia indiferença e presenças retraídas. Mas no final, nada assustador ou que colocasse nossa mentira em risco. Eu almocei quase todos os dias com os Kim, ouvi suas histórias de família, dei risada das piadas, sai com um grupo deles para fazer compras e xingar nossos namorados ou maridos; participei de um spa de mentirinha com as crianças, ajudei alguns adolescentes a se arrumar para sair, dei dicas a eles e pedi que tivessem juízo, ouvi as fofocas e desabafos deles; ajudei a preparar as refeições; joguei apostado e participei de uma foto em família. Eu me senti acolhido e amava a família Kim, me doía pensar que aquilo acabaria em algumas semanas.

A minha família era desunida, brigavam por qualquer besteira e eram brigas horríveis, não haviam almoços de domingo ou em datas comemorativas, muito menos uma série de coisas legais que eu já tinha feito em apenas uma semana com os Kim. Então estavam aí duas coisas que eu estava ganhando com aquele acordo com Taehyung: a experiência de fazer parte de uma família legal por um mês e um possível contrato com uma empresa conhecida mundialmente.

Não que meus pais e irmãos fossem ruins, longe disso. Mas éramos apenas nós cinco e o marido e esposa dos meus irmãos mais velhos, e claro, naquela semana, Taehyung entrava na conta.