2. Faísca Da Origem

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Não é muito recordado essa parte, mas é necessário fazer uma longa viagem para o passado de uma moça da qual possui informações sobre a sua vida e da sua mente. O nascimento dela permanece um mistério.

Ela não sabe confirmar se realmente foi uma pessoa desejada por todos da família ou não. É fato que ela teve a "sorte" de ter surgido para ter criado esse livro. Uma família com uma irmã mais velha, a mãe e o pai.

Outra coisa que foi debatida durante anos foi o nome da menina. Muitos anos antes dela surgir, o pai e a mãe já planejaram um nome belo e justo para a garota.

Mesmo com debates entre a tia, o nome da garota continuou preservado antes de nascer, pelo seu direito de honra. Talvez por esse fato, é bem provável que foi desejada na família.
Na época que a garota nasceu, a família tinha acabado de se mudar de casa. Antes, vivia em uma favela perigosa.

Depois, passou a morar em uma casa simples, porém mais abençoada que a anterior. Era a casa da tia dela, que passou a morar em uma casa em um bairro nobre da cidade.

Os primeiros anos de vida da criança é até difícil pincelar aqui, visto que nem ela mesmo lembra de muita coisa. Mas, melhor especular e acertar um pouco do que acertar nada.

A criança demorou um pouco para dizer suas primeiras palavras e raciocinar. Então será um rápido panorama desse período.

Sua irmã mais velha entrou em um período muito conturbado mentalmente. Ah, a adolescência. Hoje em dia talvez teria mais facilidade em resolver esse caso.

O pai é uma pessoa bruta, bruta mesmo. Claro, se fosse boazinha com ele, nada a reclamar. A menina via sua irmã sendo violentada após desobedecer ao homem da casa. Nem é preciso ressaltar que isso marcou negativamente a vida da criança e mudou para sempre a percepção com o seu pai.

O lado bom da história é que sempre teve uma certa recepção por parte da família. Brinquedos, roupas e brincadeiras faziam parte do cotidiano da menina.

Ela amava ser considerada fofa. Amava atenção. Gostava de fingir que era um animal peludo e bem bonitinho. A sensação de ser considerada fofa é de uma tranquilidade e proteção inimagináveis. Talvez esse senso de proteção foi importante para tentar ensinar a ela a encarar os problemas futuros da vida.

Sobre a parte de entretenimento, ela adorava assistir e repetir inúmeras vezes certos filmes específicos. A mãe ficava impressionada e irritada com a persistência.

É até fácil imaginar que a repetição era uma coisa prazerosa naquele momento. Aquilo colava no cérebro dela. Repetições da mesma cena de novo, de novo e de novo. Abençoada infância!

Um fato inusitado era o álbum de fotografias. Ela amava ver a imagem das pessoas em sua volta no passado. Tinha o seu próprio álbum, mas fez questão de desmontar ele todinho por pura curiosidade e criatividade.

Também escreveu com uma caneta uma espécie de relatório sobre seus dados. Até o tamanho do dedo ela fez questão de colocar!

Brinquedos que envolviam a criatividade era o forte dela. Brinquedos com peças, Lego, carrinhos...Tudo que fazia ela montar e desmontar. Criava e brincava. É justificável o motivo do álbum dela ter ficado no estado que ficou.

Ela amava tomar mamadeira, chupar chupeta e cheirar as chupetas velhas. Para ela, havia uma fragrância dentro dessas chupetas que prendiam a sua atenção.

Ela colecionava até três chupetas mordidas e usadas para degustar elas com seu nariz. A mamadeira servia como se fosse um banho quente e aconchegante dentro da alma.

Aparentemente ela sempre precisou de atenção e de muita proteção. O motivo disso tudo ainda é incerto para ela, mas a mente dela se acostumava com isso tudo. Se não tivesse a sua chupeta próxima, ela gostava de morder alguma outra coisa qualquer.

Digamos que sentia uma coceira agoniante, implorando para morder alguma coisa. Quando mordia, aumentava cada vez mais a vontade de morder. Esse ritual só terminava quando a dor vencia.

Memórias De Uma Garota GóticaOnde histórias criam vida. Descubra agora