17. Pandemia Com Guerras

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Ah o ensino médio! Agora a garota era considerada uma moça. Muita expectativa se criou para saber como seria a jornada dela nesses três anos. A mente dela criava inúmeros cenários de como se comportaria em uma classe nova, em um horário novo e matérias novas para estudar.

A expectativa era muito maior do que quando ela tinha quando foi pela primeira vez nessa escola particular. Ela faria na mesma escola o ensino médio, com isso, continuava a bolsa que ganhou tempos atrás.

Seu amigo Leon continuava também na mesma escola, mesmo ano e, coincidência ou não, mesma classe.

Quando ela foi para a sua nova classe, veio muitas novidades. Todos os meninos menos o Gavi se transferiram para outra escola, sobrando apenas o Leon, Gavi e a garota.

De resto, havia muitas alunas e pouquíssimos alunos. Eles se sentaram em um grupo de garotas onde Gavi e Leon interagiram facilmente com elas, deixando a garota um pouco mais de lado e dando atenção mais as novas colegas de classe.

Isso foi um peso que a garota teve que suportar durante toda a aula. Ela queria e muito participar da conversa e ser notada pelas pessoas novas, porém infelizmente isso não acontecia.

Poucos alunos da sua classe anterior permaneceram na sala e uma novidade surpreendente aconteceu, a garota bonitona de franja estava na mesma sala.

A parte negativa era que ela estava abraçada com um garoto, confirmando que já estava comprometida. De resto, eram pessoas novas. As aulas foram seguindo em frente e, realmente, as novas matérias a surpreenderam, assim como seus amigos da luta estimaram que ia acontecer quando ela entrasse no ensino médio.

Tirando esse fato, o sistema funcionava da mesma maneira que todos os anos que ela frequentava só que de manhã.

Ela realmente acordava muito cedo para ir à escola. Antes, era uma pessoa acostumada a acordar tarde e dormir tarde. Teve que se adaptar para um novo horário.

Nesse período, muita coisa ela deixou de fazer. Aos 12 anos, deixou de usar a chupeta. Aos 13 anos, a fralda e a mamadeira. Aos 15 anos, finalmente conseguia dormir sozinha em seu próprio quarto.

Para muitas crianças, eram coisas que se resolviam muito mais cedo. Mas mesmo assim, isso animava bastante a garota. Estava finalmente tendo autonomia e se sentindo cada vez mais confiante para seguir em frente.
Quanto a Suori, ouve inúmeros altos e baixos.

Ela terminou o relacionamento com Leon e acabou tendo uma discussão com a protagonista sobre os sentimentos dela. Houve uma recusa de namoro, bloqueio de contatos, estresses e depois muito arrependimento. Na psicóloga que passava há tempos, ouvia sempre a mesma história com essa garota virtual.

O amor realmente mexe e muito com a pessoa. A garota nunca tinha se apaixonado seriamente por ninguém, porém Suori era diferente!

Parece que era a metade perdida dela, uma deusa na terra, a última esperança amorosa. Muita coisa a garota fez.

Pediu implorando que a garota mandasse foto do rosto, áudio, ligação, sobre a vida pessoal e entre outros desejos.

Agora a sua relação com o seu pai piorou de vez. Sua mãe finalmente decidiu se libertar das garras opressoras de seu pai.

O homem ficou enlouquecido quando sabia que sua esposa andava para os lugares sem avisar ele. Eles passaram a dormir separado e começaram um conflito mais intenso. A garota estava aos poucos demonstrando desaprovação com as atitudes de seu pai, pois isso aliviava tamanho sofrimento que sentia durante muito tempo.

O ódio pelo pai crescia a cada dia.
Ela continuou indo e voltando para a escola com o Tio Atelbaldo, porém sem Leon. Ele decidiu ir e voltar para sua casa de ônibus. Muitos alunos saíram de lá também, deixando muita saudade para a garota.

Havia muitas pessoas legais na van escolar, porém o destino decidiu que fosse por isso mesmo. Ela sempre ia pela janela da van e via o magnífico céu claro e o sol nascendo. Era uma sensação libertadora e muito gratificante. Depois que ela viu um filme de animação japonesa que retratava o céu, passou a ver com outros olhos.

Aquilo preparava ela psicologicamente para um novo dia e uma nova batalha contra as suas adversidades futuras.

Ela continuou estudando e conhecendo novos professores, inclusive uma professora muito linda. Porém, nem o mundo esperava que certa coisa ia acontecer.

Parece que chegou para atrapalhar os planos do ensino médio da garota, a pandemia do COVID-19. Com isso e a obrigatoriedade do isolamento, a garota tinha que se adaptar de alguma maneira.

Era a primeira vez depois de 100 anos que acontece um isolamento em larga escala pelo mundo inteiro.

No jornal, sempre citava o número de óbitos pelo Coronavírus, as proteções que as pessoas faziam, os hospitais batalhando pela vida humana e polêmicas na política.

A garota já era acostumada a ficar em casa direto, mas isso querendo ou não impactou a vida dela também. A escola demorou um tempo para poder mover seu sistema de estudo para a versão offline, porém uma hora chegou esse momento.

A garota sentiu até um alívio momentâneo por ficar em casa, visto que sofria e muito na escola por constantes buscas de atenção e também estudos. Ela tinha mais tempo para fazer seus lazeres em casa e se divertir com os amigos no videogame.

Passou a jogar com o Gavi no videogame. Os dois curtiam o momento que viviam juntos jogando o jogo e conversando assuntos divertidos.

Foi nessas jogatinas que ela passou a ser mais próxima dele e conheceu melhor ele e vice e versa. Gavi, depois que começou a pandemia, mudou de escola e passou a estudar em uma das melhores escolas públicas do país, onde sobrou apenas a garota e o Leon na escola.

O dia a dia era bem normal e divertido tirando a parte onde o seu pai ficava também em casa e ficava indo para o bar e enchendo o saco de sua mãe cada vez mais. Houve momentos em que ela deixava de jogar por conta de seu pai. Até então era o seu maior problema.

A pandemia também atrapalhou a sua academia de luta. Teve que deixar e ficar mais uma vez sedentária.

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