Memórias De Uma Garota Gótica

24. Viver? Ou Não?

O começo do ano da garota foi o pior possível. Ela foi para a rotineira viagem ao nordeste e sofreu muito psicologicamente. Não era um local que trazia lembranças boas.

Sempre foi marcado por humor negativo e presença de brigas e conflitos familiares. Parece que todos os parentes odeiam uns aos outros. Isso mexia com a garota. Tanto que a ansiedade dela aumentava e fazia a compulsão por alimentos serem mais frequentes.

A cobrança por parte da família de ser um pouco mais gorda e os conflitos que eles tinham entre si foram os fatores principais que fez ela se sucumbir no controle alimentar.

Tinha dias que ela comia, na madrugada, um bolo de forma inteiro, um pacote de bolacha inteiro, dois iogurtes com leite em pó, chocolates, muitos shakes, uma pizza inteira...Eram muitas comidas comparadas as restrições que ela impôs no ano passado. Sua mãe ficou desesperada.

Qualquer comida sumia de uma hora para outra. Ela ficou bem furiosa com a filha, porém tentou compreender os motivos que levavam ela a fazer tudo isso. A autoestima criada com muito esforço da garota agora estava se desfazendo aos poucos.

Ela estava começando a engordar e estava alterando a forma do cabelo dela, muito estresse envolvido.

Depois da volta para a sua casa, a mãe tentou fazer de tudo para impedir da filha comer compulsivamente. Ela até chorou quando quase teve o horário da filha riscado na agenda da psicóloga.

O motivo para isso era as ordens que a clínica colocava. Claro que essas notícias deixaram a mente dela cada vez mais abalada. Quando ela já se sentia bem mais inchada que antes, a depressão começou a aumentar.

Após a decisão de sua mãe e ela, pensaram em fazer faculdade em casa, porém o rendimento e a determinação que ela tinha acabou diminuindo.

Chegou em um ponto que ela apenas conseguia ficar deitada em sua cama o dia inteiro, comia compulsivamente escondida e se arrependia desse ato. Isso persistiu tanto que ela acabou que desenvolveu uma depressão mais séria.

As comidas que ela mais comia compulsivamente era Mingau de farinha de aveia, pão com algum recheio, milkshake e mais alguns complementos como frutas. Ela comia muita coisa em pouquíssimo tempo.

Uma refeição dessas ela demorava menos de 5 minutos, complicando a saúde física e mental. Também teve vários períodos que se isolava de todo mundo. Isso doía muito no coração dela.

Os devaneios acabaram se modificando com o passar do tempo. Antes era orgulho de si mesma, depois passou ao medo de engordar, passou várias cenas tristes do passado e chegou ao ponto de pensar em sua própria morte.

Ela imaginava pegando uma faca e perfurando o seu coração. O fato de pensar isso deixava ela muito mais frágil. Tirando essa desgraça de situação, ela dedicou todo o seu tempo de vida pesquisando cada dúvida que vinha na cabeça.

Perguntas sobre os tipos de ansiedade, depressão, medicamentos e seus efeitos, transtornos de personalidade, conceito da felicidade, compulsão alimentar, autismo...Vários temas relacionados a saúde mental.

Essas pesquisas a deixavam mais segura e sabida sobre as demais situações. Ela conseguiu algumas consultas com profissionais da área da saúde e fez os exames solicitados.

Descobriu que tinha intolerância à lactose, o que fazia a dor física aumentar e os pensamentos suicidas aumentarem também. Descobriu uma profissional que fazia diagnósticos de doenças mentais e psicólogo para ajudar ela.