12. Navegando Em Um Mar Desconhecido 3

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A escola tinha um sistema bem diferente de avaliação de alunos. Os que tiravam a melhor nota da sala de aula ganhavam medalhas das mãos do diretor.

Essa foi a gota d'água para ela sentir ainda mais inveja de Leon, visto que ele começou ganhar sequencias de medalhas de ouro e ela de vez enquanto levava um bronze ou prata. A sala superestimava o Leon pela sua capacidade intelectual, ofuscando o brilho que a garota achava que tinha desde o fundamental.

Mesmo ela não recebendo medalha, sua mãe não se importava com isso e ficava feliz quando sua filha pelo menos tirava boas notas. A voz da garota também era quase inaudível publicamente para as pessoas, o que dificultava cada vez mais para ela buscar amizade.

Esse sistema de medalhas atrapalhou o interesse ao aprendizado que ela tinha. Ela somente queria ganhar a medalha de ouro e ser reconhecida pelos outros colegas e, quem sabe, ser elogiada por eles.

Tinha uma garota muito linda que conversava direto com o Leon e a protagonista. Porém com o passar do tempo, ela se interessou mais pelo jeito de Leon do que da garota., drenando mais um pouco da autoestima que já não tinha. A garota que fazia Bullying com ela, por algum motivo, parou de fazer e se afastou do grupo do Leon.

A garota achava uma das gêmeas da van escolar muito bonita, porém ela era muito extrovertida para a garota, deixando claro para ela que não era de sua laia. Formou uma espécie de hierarquia social na cabeça dela, onde ela era da camada mais baixa e esquecida de todas.

Teve alguns passeios que ela fez com o Tio Atelbaldo e seus colegas para lanchonetes. Na mente dela, era claro que não conseguiria arrumar amizade, mas que ser humano nunca pensa que milagres existem? Claro que nunca acontecia, mas a sensação sempre era boa de sentir esperança e incerteza.

Outra mania que ela fazia além de ficar trocando de canal de Youtube toda a hora era ficar trocando de celular. Ela sempre via alguma oportunidade que sua família deixava e ela rapidamente insistia a sua mãe a trocar o celular.

Essa mania vinha por desejo de novidades de outros celulares e por "TOC". As vezes o celular quebrava e ela não se contentava em ficar com o mesmo celular. Ela já perdeu o celular de diversas maneiras, obrigando sua mãe a dar um jeito e comprar outro.

Passou um ano e a dificuldade aumentou um pouco mais. Agora, a garota e o Leon estavam em um grupo de amigos que interagiam entre si durante muito tempo. As pessoas conversavam mais com Lion do que a garota, deixando-a mais entristecida com a incapacidade. Isso também atrapalharia e muito quando havia trabalho em grupo.

Os outros meninos não faziam a parte do maior esforço do trabalho e o Leon queria ser o líder supremo do grupo, deixando a garota quase com nenhuma tarefa para fazer no grupo. Essa sensação de ser excluída do grupo não é novidade. No fundamental mesmo acontecia.

É incerto o motivo que faziam as pessoas se afastarem tanto dela assim.

Em casa, sua irmã se esforçou e conseguiu ter uma viagem para os Estados Unidos através de uma agência. Isso deixou a garota muito preocupada com a solidão que ia encarar, porém ficou muito orgulhosa da própria irmã e apoiou ela. Passou meses e ela decidiu partir para os Estados Unidos.

Inicialmente, a garota achava que ela foi lá apenas para realizar seu sonho, todavia mais para frente o tempo ia explicar o real motivo dela ter ido embora. Sem a irmã por perto, tinha a sua mãe para contar.

Quando o pai ficava selvagem, ela simplesmente se afastava por se sentir incapaz de enfrentá-lo.

Na escola, o grupo do Leon sempre brincava de rpg de mesa na sala. A garota não tinha repertório algum com os personagens. Mesmo assim, Leon incentivou a começar assistir anime. Insistiu mesmo.

Chegou uma hora que a garota teve que ceder e ver se era bom mesmo. Inicialmente, ela viu um com uma história mais simples, depois assistiu um dos mais famosos e simplesmente apaixonou.

Ela nunca imaginaria que conseguiria assistir animes e gostar de assistir. Isso deixou mais animada para assistir cada vez mais e aprender sobre a história de cada um. No rpg de mesa, ela finalmente tinha repertórios o suficiente para poder participar.

Com o passar do tempo, tinha cada vez mais. Essa brincadeira marcou bastante ela. Finalmente ela participava de uma brincadeira e poderia ser considerada uma igual perante os outros. Porém, com o tempo, até nesse jogo o poder dela acabou sendo diminuído.

Os amigos escolhiam personagens cada vezes mais fortes e facilmente eliminavam ela do jogo. Mesmo com mais um local para ela se sentir inferior, ela gostava de jogar.

Quando a irmã estava no Brasil, era muito comum os dois saírem juntos para a casa dos pais do pai dela. Era um ambiente calmo e pacífico, porém os dois idosos eram pessoas depressivas e reclamões.

Como a garota era criança, ela não se importava muito com os assuntos deles e simplesmente ficava lá. Tinha dias que ela voltava para a casa da avó e ficava lá por um tempo até depois ser levada para a sua casa. Teve um dia que foi o único que ela saiu a sós com o seu pai.

Ela estava na casa da avó dela e o pai dela levou ela junto para um show cristão no centro de outra cidade. Na época, sua mãe ficou desesperada por não ter tido nenhum aviso prévio. A garota queria tentar conhecer melhor o pai. Entender ele e suas razões para as ações que ele realizava.

Ela ganhou até uma camiseta nesse dia. Mesmo com esse passeio, a relação dos dois não se estreitaram nem um pouco. Ele continuava a beber e encher o saco da mãe dela.

Memórias De Uma Garota GóticaOnde histórias criam vida. Descubra agora