20. Pandemia Com Guerras 4

10 2 0
                                    

Outra coisa notória era que ela passou a fazer suas necessidades básicas no vaso sanitário. Antes, ela só conseguia fazer ou no chão ou na calcinha. Agora conseguia fazer isso com as mudanças alimentares. Isso dava mais liberdade para ela e deixava bem animada.

Os estudos estavam cada vez mais interessantes. Leon passou a ser uma pessoa que ajudava a garota e acabou sendo mais maduro e inteligente. Ele também passou a admirar as habilidades da garota ao invés de menosprezar.

Ele infelizmente desistiu de desenhar e de escrever sua história que estava ficando muito interessante. Talvez mais interessante do que esse monte de vômitos que está surgindo com o passar das páginas.

A relação entre ela e Gavi ainda era bastante boa. De vez em quando ela conversava com sua irmã no celular e perguntava sobre como era a sua vida nos Estados Unidos e sobre pedir ajuda para ela sobre conselhos a respeito de seu amor doentio por Suori e entre outros problemas sociais que a garota tinha desde sempre.

O segundo ano foi um ano cheio de aprendizados, conflitos, mudanças e evolução. Outra coisa que vale a pena comentar é que Willian e sua família acabou mudando de casa, deixando a amizade de muitos anos que os dois tinham.

A garota ficou chocada com esse fato. A casa acabou recebendo novos inquilinos e pessoas novas para interagir. Mas é inegável a importância que a família de Willian foi para a garota e para a mãe dela.

Os 17 anos da garota foi o ano em que ela mais evoluiu em todos os sentidos até então. Finalmente a pandemia seria dissolvida no Brasil e ela poderia visitar a escola e quem sabe conhecer novas pessoas.

Ela sentia como se a consciência estivesse ainda maior e saberia muito bem que seu amigo Leon mudou seu jeito. Como ela não tinha mais seu grupinho, tinha a missão de descobrir. Infelizmente o ano começou bem ruim. A paixão que tinha por Suori ainda estava bem grande.

Ela ficava horas no celular para poder compreender tudo que se passava e os reais motivos de que Suori não ligava tanto para ela.

A viagem ao Nordeste foi marcada por essa relação complexa entre os dois. Porém, quando ela voltou para São Paulo e decidiu dá um tempo de conversar com ela, deu uma aliviada.

O problema nem era conversar, era a obrigação que seu corpo fazia para ela insistir em continuar conversando com ela. O bom é que ela teve companhia de seus amigos, de sua irmã e de sua mãe.

O seu pai continuava a ficar bem mais agressivo com sua mãe e com a garota devido a liberdade que as duas tinham para opinar de acordo com suas crenças. Ele só não agredia fisicamente ninguém porque era uma pessoa fraca mentalmente.

Isso foi uma vantagem que elas tiveram, apesar do absurdo da situação. A mãe era incentivada por uma amiga para largar o casamento dos dois e viverem cada um em seu canto, mas o medo que ela tinha com o que isso ia proporcionar era muito grande. Porém, sua filha sempre deixava bem claro que isso ajudaria a vida das duas.

Até os novos inquilinos ajudaram e muito as duas nesses momentos difíceis. Eram pessoas acolhedoras e muito bem positivas quando conversavam com as duas.

Na escola, ela recebeu quase nenhuma surpresa. Seu amigo Leon estava bem mais bonito, a voz grossa e um jeito de uma pessoa bem resolvida com sua vida.

Era impressionante que uma pessoa dessas ainda dava atenção para ela. A autoestima da garota estava melhor do que antes devido as mudanças alimentares, todavia continuava bem baixo.

O 3º ano foi bem interessante para ela. Duas meninas começaram a conversar com os dois por causa do Leon.

A garota sabia muito bem que Leon era chamativo ao ponto de fazer essas meninas ficarem na cola dele. Ela sentia como se elas tivessem obrigação de conversar com ela ao lado de Leon. A parte social não mudou muito de situação.

Ela não conseguia conhecer mais ninguém e já ficou bem magoada porque uma menina fofocou para ele uma coisa que ela falou quando Leon ainda era um idiota. Leon ficou bem triste em saber disso, mas a garota com certeza ficou mais afetada.

A amizade de longa data iria terminar por causa de uma rapariga falsa?

Na parte dos estudos, foram muito bons. Finalmente ela conseguia entender a profundidade que essas matérias tinham para dar.

Porém três professoras foram fundamentais para poder formar a mente filosófica dela. Uma de português e redação, que amava contos antigos, mitologias, Guimarães Rosa e gostava de filosofar e fazer os alunos pensarem fora da caixa e criticarem qualquer ação.

Uma de história, que era uma pessoa que honrava a cultura do Brasil, era uma pessoa divertida e bem jovem, era bem-vinda em todas as salas e gostava bastante de fofocar. Quem não gosta de receber? Enfim...Uma de Filosofia e Sociologia, que tinha como objetivo ensinar os alunos compreenderem essa matéria de uma vez por todas e, quem sabe, aplicar na vida real.

As tarefas que essas três professoras passavam, a garota pesquisava e aprendia muitas coisas que eram impensáveis. O sentimento de epifania estava a todo vapor. Eram livros de escritores brasileiros renomados e importantes, história de países, guerras e motivações; Além de filósofos e sua maneira de pensar. Ela sempre imaginou o porquê eles não trabalhavam antes para desenvolver o cérebro mais cedo e compreender tudo.

Claro que deve citar todos os outros professores, foram igualmente fundamentais para formar o pensamento crítico e maduro na cabeça dela.

Tinham momentos que ela ficava com recaídas e desabafava com alguns desses professores. Isso eram experiências que nunca podiam ser substituíveis. A diferença de idade não fazia a garota achar tedioso os assuntos.

Ela sempre gostou de conversar com pessoas mais velhas. Isso foi um problema, porque não dava interesse nela em conhecer pessoas de sua idade.

Os seus parentes mais velhos achavam impressionante a preferência que a garota tinha em certas coisas como músicas antigas por exemplo.

Memórias De Uma Garota GóticaOnde histórias criam vida. Descubra agora