Capítulo 5

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Michael Jackson
Hotel Plaza, Washington 
17 de outubro de 1985, 21:13

   — Você está roubando! — digo indignado para Lily, que gargalha e se deita no chão. Thomas olha para mim boquiaberto com a audácia da sua irmã ladroninha. Cruzo os braços e a encaro sem acreditar — Minha própria filha me roubando assim!!! — nunca me senti tão prejudicado antes no banco imobiliário.

   — Ah, papai, foi só uma jogada estratégica! — Lily diz, tentando me convencer com um sorriso encantador.

   — Estratégica? Mais parece uma trapaça! — respondo, mas não consigo segurar o riso ao ver o quão adoráveis eles são, mesmo quando estão me tirando vantagem no jogo.

   — Vocês são os melhores trapaceiros que eu conheço — admito, rindo junto com eles — Mas não se esqueçam, eu sou o mestre do jogo. Vou recuperar o que é meu! — assim que fecho a boca, o telefone do quarto toca. Me levanto e vou até o telefone. Atendo e me sento na beira da cama.

   — Alô? — digo, segurando o telefone próximo ao ouvido, enquanto observo os gêmeos brincarem animadamente no chão ao meu lado.

   — Senhor Jackson, me chamo Rick. Sou amigo da sua esposa — a voz grossa do outro lado está baixa como se estivesse ligando escondido — Preciso que o senhor venha até um galpão na autoestrada, segue reto até a 179 e de longe vai conseguir ver o galpão. Venha sozinho por favor.

   — Mas, o que aconteceu... — antes que eu termine a frase ele desliga.

   — O que foi, papai? — Thomas pergunta, olhando para mim com curiosidade. Lily também para de brincar e olha para mim, esperando uma resposta.

   — Nada, meus amores — respondo, tentando parecer calmo — Papai precisa sair por um tempo, mas volto logo.

   — Mas e o jogo? — Lily pergunta, apontando para o tabuleiro no chão.

   — Vamos dar uma pausa, tudo bem? — digo, sorrindo para eles. Eles concordam, um pouco desapontados, mas entendem.

   Pego meu casaco e saio do quarto, deixando os gêmeos para trás. No corredor, encosto na parede e fecho os olhos, tentando entender o que está acontecendo. Depois de um momento, respiro fundo e sigo em direção ao elevador. Os seguranças estão posicionados em frente a porta cuidando da segurança dos meus filhos. Com essa segurança posso sair tranquilo.

21:29 

   A noite está fria e escura, enquanto dirijo tento prestar atenção aos dois lados da estrada para encontrar o tal galpão. A estrada está deserta, apenas os faróis do meu carro iluminam o caminho. O silêncio é interrompido apenas pelo som do motor e do rádio tocando baixinho. Meus pensamentos estão a mil por hora, tentando imaginar o que pode ter acontecido.

   Finalmente, vejo o galpão à distância. Estaciono o carro um pouco afastado e saio, olhando ao redor. O lugar parece abandonado, com apenas uma luz fraca vindo de dentro do galpão.

   Respiro fundo e caminho em direção ao galpão, cada passo aumentando a tensão. Não sei o que vou encontrar lá dentro, mas estou pronto para enfrentar o que vier.

   Chego à porta do galpão e paro, ouvindo atentamente. Não há nenhum som vindo de dentro. Com a mão trêmula, alcanço a maçaneta e a giro lentamente...

   — Quem está aí? — uma voz ecoa de dentro do galpão, me fazendo pular de susto. Reconheço a voz. É Rick. Respiro aliviado e entro no galpão, pronto para descobrir o que está acontecendo.

The Girl Is MineOnde histórias criam vida. Descubra agora