Capítulo 14

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John Kendrick
Hotel Hichello, Manhattan
22 de novembro de 1996, 04:19

   Com a toalha enrolada na cintura, caminho até a porta. Como ninguém me ligou avisando quem subiria, sem dúvida, é alguém da família.

   Abro a porta e me deparo com um homem de terno impecável, que me encara com uma expressão séria. Reconheço imediatamente sua postura rígida e seu olhar determinado. É Jéssica.

   — Não, eu não pedi nenhuma garota de programa, obrigado — tento fechar a porta novamente, mas Jessy entra antes que eu possa fechar.

   — John, precisamos conversar — Jessy fala em um tom de urgência, sua voz carregada de uma mistura irresistível de tensão e ansiedade.

   Meus olhos percorrem sua figura deslumbrante, seu vestido longo branco abraçando suas curvas com perfeição, alças finas revelando delicadamente seus ombros esguios. Seus cabelos ondulados, da mesma cor dourada dos raios de sol ao amanhecer, caem graciosamente sobre seus ombros. É impossível não me perder nesses olhos azuis, profundos como o oceano em uma noite estrelada.

   — Fale logo, quero dormir! — cruzo meus braços, tentando esconder a explosão de sentimentos que Jéssica sempre desperta em mim.

   — Ela e Dan não estavam juntos como desconfiávamos! — Jessy diz, sua voz vacilando ligeiramente, uma mistura de tristeza e indignação pintando suas palavras.

   Meus pensamentos giram em torno dela, incapazes de se fixar em qualquer outra coisa. Ver a dor estampada em seu rosto é como sentir meu próprio coração sendo dilacerado.

   — Petra e Dan jamais fariam isso comigo, eu desconfiei de duas pessoas totalmente inocentes — suas palavras são como facas afiadas perfurando minha alma. Eu faria qualquer coisa para protegê-la, para aliviar sua dor, mesmo que isso signifique suportar o fardo de sua mágoa.

   Ela caminha até a cama e pega a garrafa de uísque, ela, tão frágil e vulnerável, e meu coração se parte em mil pedaços ao vê-la assim. Ela não merece isso, não merece nada além de amor e felicidade. Então, sem hesitar, me aproximo e a envolvo em meus braços, segurando-a com toda a força que possuo.

   — Vai ficar tudo bem — sussurro, enquanto beijo suavemente o topo de sua cabeça. Ela se entrega ao choro, e eu estou aqui para ela, como sempre estarei. Daria minha vida por está mulher.

11:29

   Deitado na cama, ainda de toalha, encaro Jéssica dormir. Nos deitamos após algumas horas a abraçando e desde então, não me levantei mais. Ela está dormindo tão docemente a meu lado, como um anjo em repouso. Seu perfume suave preenche o ar ao meu redor, me envolvendo em uma sensação de paz e calma que só ela é capaz de trazer. Observo cada detalhe de seu rosto angelical, os traços perfeitamente esculpidos que me fascinam como se fosse a primeira vez que os vejo.

   Seus lábios entreabertos exalam um suspiro tranquilo, e me sinto abençoado por ter essa visão tão celestial diante de mim. Seus cabelos dourados espalham-se sobre o travesseiro como uma cascata de seda, convidando-me a mergulhar em sua suavidade. É como se o mundo inteiro desacelerasse quando estou ao lado dela, como se nada mais importasse além desse momento de serenidade e proximidade.

   Enquanto a luz suave da manhã se infiltra pelas frestas das cortinas, banhando-a em uma aura etérea, meu coração transborda de amor por essa mulher extraordinária. Mesmo em meio às sombras da decepção e da confusão, ela irradia uma beleza que transcende qualquer dor ou desilusão. É como se fosse feita de luz, e eu sou apenas um mero mortal cativado por sua luminosidade.

The Girl Is MineOnde histórias criam vida. Descubra agora