Jéssica Pimentel Richards
Residência Pritchett, Los Angeles
7 de janeiro de 1995, 13:42— Temos que conversar! — digo firmemente para Michael que esta parado em frente a maquina de refrigerante comprando o refrigerante favorito da minha mulher, "qualquer um de limão".
— Tento conversar com você há dias Jéssica! — Michael fala sem olhar diretamente para mim. Ele escolhe uma Pepsi limão e coloca uma cédula na maquina.
— Tem que contar pra ela! — cruzo os braços e também encaro a maquina.
— Não é o momento de ser egoísta, temos que pensar nela e não em nós. Ela pensa que sou o marido dela, ótimo. Serei — ele se inclina e pega o refrigerante — E você, vai respeitar isso!
— Respeitar isso? — grito e minha voz ecoa pelo corredor vazio — Você acha que é fácil para mim? Você acha que eu posso simplesmente ficar aqui e assistir enquanto você desempenha o papel de marido dela? — ele não responde, apenas me olha com aqueles olhos cheios de compreensão. E isso só me deixa mais furiosa.
— Eu amo ela, Michael — digo em um sussurro — Eu amo ela mais do que qualquer coisa neste mundo. E dói, dói tanto vê-la assim. Vê-la olhar para você como se você fosse tudo para ela — dou um passo para trás, afastando-me dele.
— Vá até o quarto dela, fale com ela. Se ela não te tratar como noiva, me deixe levar ela pra casa. Em casa com nossos filhos, tranquila e se recuperando pouco a pouco. Quando ela estiver melhor, converso sobre tudo isso e conto pra ela sobre a condição dela! — Michael sussurra.
Eu olho para ele, incrédula. Ele realmente acha que isso é uma solução? Que eu posso simplesmente ficar de lado e assistir enquanto ele leva a minha mulher embora? Mas eu vejo a determinação em seus olhos, e eu sei que ele está falando sério.
— Tudo bem — falo entre sussurros — Eu vou falar com ela. Mas se ela não me reconhecer... — eu não consigo terminar a frase, as palavras ficam presas na minha garganta.
— Tudo vai ficar bem, só tenha paciência e deixe as coisas acontecerem. O que Deus nos dá, ninguém tira — Michael fala firmemente antes de ir e me deixar sozinha em meio a um bilhão de pensamentos.
14:02
Eu dou um passo em direção à porta do quarto dela, minha mão tremendo enquanto eu alcanço a maçaneta. Eu posso ouvir a risada suave de Petra lá dentro, e isso é como uma facada no meu coração. Eu respiro fundo, tentando acalmar os nervos que estão borbulhando dentro de mim. Eu abro a porta e entro no quarto. Petra está sentada na cama, vestida e pronta para ir. Michael está ao lado dela, segurando a mão dela. Eles se viram para me olhar quando eu entro, e eu posso ver a confusão nos olhos de Petra.
— Petra — eu começo, minha voz saindo mais suave do que eu pretendia — Eu... eu preciso falar com você.
— Onde você estava? Pensei que seria o primeiro rosto que eu veria aqui! — Petra diz indignada para mim. Mas, sua voz está mais baixa, meiga e doce, tão doce que nem parece a mesma — Você é a minha melhor amiga, devia estar aqui!
— Eu cheguei primeiro que Michael, mas, não quis atrapalhar — tento controlar minha vontade de chorar.
— Devia ter entrado assim que chegou, senti sua falta — ela diz fazendo um biquinho.
— Olha... eu não quero tornar as coisas mais difíceis. Mas eu... eu preciso que você saiba que eu te amo, Petra. Eu te amo mais do que qualquer coisa neste mundo. E dói, dói tanto vê-la assim. Vê-la olhar para Michael como se ele fosse tudo para você — Michael arregala os olhos para mim.
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The Girl Is Mine
Hayran KurguPetra Pritchett, a mulher mais poderosa do mundo, comanda o Departamento de Segurança dos Estados Unidos com determinação e coragem. Ela não se limita a dar ordens de um escritório, mas faz questão de estar na linha de frente das missões mais perig...