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"Minatozaki Sana - Uma modelo japonesa de vinte e quatro anos, mundialmente famosa por participar de revistas, filmes, e principalmente, ser abertamente assumida como membro da comunidade LGBTQIA+, assim, sendo chamada para diversos filmes de romance lésbicos, programas de televisão, sendo capa de notícias, fofoca e entre outros.

Seu último relacionamento foi com uma modelo taiwanesa que estava a pouco tempo na empresa que trabalha, e com seu jeito tímido, mas sedutor, conquistou o coração fraco da modelo japonesa, que embarcou em um relacionamento arriscado com a modelo prodígio.

Não ligavam para os comentários alheios, homofóbicos e desrespeitosos que recebiam, e Sana até achava que era isso que mantinha o relacionamento tão forte e seguro, o jeito que as duas se uniam, e juntas conseguiam passar por qualquer barreira ou obstáculo.

Mas com o tempo, a relação se desgastou. Esfriou. As brigas eram cada vez mais frequentes, e qualquer outro comentário que vinha de fora, era motivo para insegurança, brigas. O ciúmes dominava aos poucos um relacionamento que antes tinha uma ligação tão forte.

A modelo experiente resolveu que daria um fim em toda aquela tortura cega em que as duas se encontravam, mas em um ato impensado, resolveu passar em um bar, alegando que a bebida lhe ajudaria a criar coragem para romper aquele laço que um dia foi tão bonito e cor-de-rosa.

Mas não esperava que ao chegar em casa - Com o teor de álcool ja elevado, encontraria Tzuyu também alcoolizada. Aquilo rendeu horas de discussões, lágrimas, vasos de flores quebrados, gritos, e no frio e escuridão da madrugada, cada uma partiu para o seu canto, com corações quebrados e triste.

A Taiwanesa voltou para Taiwan, onde deu continuidade em sua carreira de modelo, e rapidamente se destacou no mundo da moda, tornando-se capas de revista, e fazendo parcerias com marcas mundialmente famosas.

Sana continuou na mesma empresa, onde era o troféu de ouro, e sempre era bajulada por donos de marcas famosas. Cada vez crescendo mais e fazendo mais fãs, e consequentemente, inimigos também.

A fortuna que ganhava sempre ficou com os seus pais, pois os mesmos eram muito controladores. Mesmo ja sendo uma adulta, seus pais sempre queriam tomar conta de tudo o que era dela.

Eles sempre faziam a cabeça da japonesa para que todo o dinheiro fosse depositado em suas contas do banco, mas enviariam para a modelo uma quantidade específica de dinheiro por mês.

E o que Sana poderia fazer? Eles faziam aquilo por amor.

E foi na frente de uma das melhores boates de Chicago, com bebida alcoólica de alto valor no mercado saindo ate pelas narinas que a modelo havia decidido que iria parar de remoer o passado.

Deixaria o que passou para trás e começaria a viver o presente, com novos amigos, novos amores, mas assim que recebeu um vídeo sobre as notícias mais recentes no dia seguinte e ainda se recuperando de uma ressaca enorme, viu que o passado não a deixaria em paz tão cedo.

"Chou Tzuyu, uma das modelos mais famosas atualmente, está vindo diretamente para Chicago, onde passará um tempo indeterminado. O motivo dessa vinda inesperada ainda não foi revelado pela artista, mas ficaremos todos na espera. Será que vem novidades por aí?"

- Essa mulher está voltando apenas para me infernizar, Mina. - Disse em praticamente um sussurro desesperado para sua melhor amiga, que estava alheia para tudo ao seu redor e olhava sorriso boba para algum canto do restaurante chique. - Mina!

- No que diabos está pensando quando a situação aqui é de real desespero? - A modelo comentou e viu a japonesa em sua frente revirar os olhos.

- Você não disse que tinha superado essa mulher faz anos? - Mina cortou o último pedaço de carne de seu prato de porcelana e levou ate a boca, olhando entediada para Sana.

- É claro que eu superei. Eu só não estava preparada para esse choque da realidade - Argumentou.

- Você não está agindo como alguém que superou, e outra, você nem sabe para qual lugar de Chicago ela está indo. - Limpou a boca elegantemente.

- Você veio aqui para me acalmar ou me humilhar? - Disse desgostosa.

- Eu vim para te acalmar e humilhar, agora vamos ir para casa pois hoje a noite eu tenho um encontro. - Sorriu maliciosa.

Andaram juntas ate o balcão onde estava um jovem garoto, com marcas recentes de acnes cicatrizados, aparentemente novo demais para estar exercendo aquele cargo, mas as japonesas resolveram não comentar sobre.

- Deixe-me pagar. - Minatozaki encostou sutilmente na mão da amiga, que ja ia pagar a conta com o seu cartão. Sana pegou sua carteira que havia recebido de presente da Gucci e tirou o cartão brilhante de lá.

Encostou o cartão na máquina e franziu levemente o cenho ao ver a luz vermelha no aparelho tecnológico, informando que havia recusado o cartão.

- Tente novamente, por gentileza. - A modelo solicitou ao rapaz que concordou, e a luz vermelha insistiu em aparecer novamente.

- Tente com o meu cartão, por favor. - Mina disse aproximando o cartão e sorriu levemente ao ver a luz verde indicando que o pagamento havia sido sucedido. - Vamos logo antes que alguém lhe reconheça. - Pegou a mão da amiga que ainda estava confusa e saíram andando, em direção ao carro totalmente preto.

- Deve ser um erro do banco, eu vou telefonar para o banco quando chegar em casa. - Entrou no carro e cruzou os braços inconformada.

- Está tudo bem, você sabe que o dinheiro aqui não é um problema. - Mina assegurou sua amiga, pois sabia o quanto a modelo gostava de pagar a conta do restaurante sem se importar com o valor.

***

Sana seguiu pensando sobre o dinheiro o caminho todo para a volta até sua casa e quando chegou, a primeira coisa que fez foi ir ligar para o banco, pois não aceitaria a situação constrangedora que lhe colocaram.

"Senhorita, aqui diz que o limite do seu cartão foi reduzido." A voz insuportável da atendente ecoou no apartamento vazio.

- E por qual motivo!?

"Aqui no sistema não diz, mas eu posso lhe dizer que é um limite bem baixo, comparando com o normal."

- Ok, Obrigada. - Não deu tempo para a atendente dizer mais nada com aquela voz insuportável e começou a ligar para sua mãe, pois ela iria a todo custo descobrir o porque o seu dinheiro não estava em sua conta.

"Alô?" A voz de seu pai se fez presente.

- Eu posso saber o porquê diabos não tem dinheiro na minha conta? - Comentou raivosa, aquela brincadeira ja estava lhe tirando do sério.

"Venha até aqui amanhã. Iremos ter essa conversa pessoalmente" A voz dura de seu pai cortou qualquer tipo de reclamação que estava por vir, e declarou aquela ligação encerrada.

Sana se pôs a pensar o que levaria aquilo a acontecer. Já estava acostumada com o jeito duro de seu pai lidar com todas as situações, então não poderia apenas deduzir por seu tom de voz, talvez se fosse sua mãe, as coisas seriam mais fáceis.

A modelo só queria que não fosse o que ela estava pensando.

Inefável. | Satzu. Onde histórias criam vida. Descubra agora