A mansão branca no condomínio de luxo esbanjava dinheiro, com as gramas brilhavam em um verde intenso e vivo, uma fonte de água estava ligada e uma água cristalina que descia em cascatas, repetindo o mesmo ciclo milhares de vezes por dia.
Sana estava deslumbrante. Um vestido preto colado que ia até acima dos joelhos, com um decote consideravelmente grande, que dava total liberdade para todos apreciarem a serpente tatuada no começo do vale de seus seios medianos.
O cabelo loiro estava caindo sob seus ombros em ondas sedosas e hidratadas, resultado esse de suas horas em salões de beleza. A maquiagem em sua pele era leve, pois ela não viu necessidade de se arrumar tanto para uma ocasião tão fútil como aquela.
A noite estava fria, mas não o suficiente para fazer a modelo cobrir seus braços finos. A brisa fria trazia para a japonesa uma estranha sensação de calmaria, paz.
Passou pelas lindas portas francesas e sentiu os pequenos pelos eriçados de seus braços se abaixando lentamente devido ao aquecedor. Conseguia ouvir apenas o barulho de seus saltos, mas ao atravessar a sala de entrada, conseguiu ouvir as vozes abafadas de seus pais no jardim.
Não sabia porque, mas Sana nunca conseguiu se sentir muito bem naquela casa. Uma sensação estranha invadia sua mente toda vez que pisava no local, e a modelo sentia isso desde quando era adolescente.
Quando chegou ao grande jardim com várias flores roxas, azuis, rosas e gnomos o enfeitando, sentiu uma náusea roubar sua visão, foco e respiração. Parecia estar voltando novamente ao seu maior medo, O Passado.
Talvez fosse coisa da sua cabeça, uma alucinação, o começo de uma esquizofrenia, mas ali em sua frente, estava a própria Chou Tzuyu em carne e osso, com uma beleza arrebatadora, um vestido brilhante e jóias de diamante puro enfeitando seu pescoço e mãos. As mesmas mãos que seguravam uma taça com champanhe, provavelmente um dos mais caros possíveis.
Ao seu lado estava o Sr. Chou e Sra Chou, ambos com sorrisos divertidos, mas ao mesmo tempo, tensos enquanto conversavam com os seus pais, provavelmente colocando o papo em dia, ja que havia anos que não se encontravam.
Engoliu em seco enquanto caminhava com as pernas falhando em direção aos outros adultos presentes ali. Não sabia se era o choque que estava lhe deixando daquela forma, a confusão ou a beleza indescritível da modelo.
— Sana! Que bom que chegou, só faltava você. — Seu pai anunciou com um sorriso sem dentes, fazendo todos os olhares irem em direção a modelo, que devolveu um olhar atordoado.
— Tudo bem, querida? Está pálida. — A mãe de Sana comentou preocupada.
— Eu vou beber água e já volto, com licença. — Disse e saiu praticamente correndo do jardim, passando pela porta tão rápido que ficou surpresa por não ter tropeçado em seus próprios pés.
Sana não queria acreditar no que estava acontecendo ali, queria que tudo não passasse de um sonho bobo de uma peça que sua mente estava tentando pregar em si.
Aquele demônio — que nem deveria ser considerado uma pessoa — estava ali apenas para desestabiliza-la, tirá-la dos trilhos certos, infernizar a vida de Sana até que a mesma explodisse. Não fazia sentido que depois de tantos anos, Tzuyu decidisse procurá-la.
Pediu gentilmente um copo de água para a cozinheira, que prontamente lhe serviu, mas a água pareceu descer em sua garganta como fogo assim que ouviu a voz rouca atrás de si.
— Por que parece tão surpresa em me ver? — Sana se virou lentamente para trás e viu Tzuyu com um sorriso relaxado vir até si.
— Você definitivamente não era algo que eu esperava encontrar aqui. — Murmurou.

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Inefável. | Satzu.
RomanceSana acreditava que todos tinham almas gêmeas, mas nem todas estavam destinadas a ficar juntas. Aos 20 anos de idade conheceu uma linda e sedutora taiwanesa que roubou todo o seu fôlego e coração em instantes, mas como nem tudo é cor de rosa, seu re...