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" — O problema é que você sempre faz isso, Tzuyu! Deixa aquela puta barata de esquina ficar se insinuando para você e nunca faz nada a respeito! — A Minatozaki disse ríspida, jogando sua bolsa cara no sofá cinza enquanto passava as mãos nervosamente nos cabelos antes tão bem penteados.

— Nós só estávamos conversando. Não tinha nada de mais nisso e você sabe. — A Taiwanesa disse enquanto tentava manter a calma em uma situação como essa.

— Você vê o jeito que Nayeon te olha e mesmo assim não se afasta. — Tentou se aproximar de Sana para tentar acalma-la — Não chega perto de mim!

— Eu vou me afastar dela, se é isso que você quer, meu amor. A última coisa que eu quero é que isso cause algum efeito negativo em nosso relacionamento. — A Japonesa riu sem humor.

— Você diz a mesma coisa tem semanas, mas nunca tomou uma atitude sequer! — Gritou em plenos pulmões. — Realmente me parece que você quer alguma coisa com aquela puta, não é, Tzuyu? Pode dizer que você sente tesão por ela!

A face de Tzuyu se endureceu.

— É o bastante! — A mão direita de Tzuyu se levantou e ela deu meia volta, indo em direção a porta de entrada.

— Onde você vai? — A japonesa perguntou com olhos desesperados enquanto a via andar com pressa pelos corredores do prédio.

Não faço ideia!

— Volte aqui, Tzuyu. — Não funcionou. — Tzuyu!"

Tzuyu! — A voz fina de Nayeon a fez pular totalmente atordoada e suada do tão aterrorizante pesadelo/lembrança que tivera. — Nós já chegamos e você dormiu a viagem inteira.

— Vamos logo. — Balbuciou enquanto se levantava do assento com dificuldade.

As orbes castanhas de Nayeon acompanharam todos os movimentos desajeitados de Tzuyu com estranheza e uma careta perceptível em seu rosto magro.


  [...]

— E o que aconteceu com Dahyun? — Comentou Minatozaki enquanto observava a face tristonha de sua irmã.

Sana foi pega de surpresa por sua irmã que lhe fez uma ligação do nada avisando que estava passando uns dias em Chicago e se poderiam almoçar em algum restaurante do centro.

Obviamente Sana não tardou em aceitar a proposta pela tamanha saudade que estava sentindo.

Momo sempre teve o sonho de rodar pelo mundo inteiro quando ainda era uma criança e esse grande sonho começou a se realizar assim que completou seus tão sonhados dezoito anos, levando consigo Kim Dahyun, sua namorada desde os quinze.

— Eu fiz uma cena de ciúmes estúpida e agora Dahyun não quer me ver nem pintada de ouro. — Disse após engolir sua comida e suspirou. — Ela sempre diz que a confiança e comunicação é a base de todo relacionamento.

" — Como você consegue ser tão estúpida, Tzuyu? Eu odeio você! — Sana gritou.

— Eu me arrependo de cada segundo que fiquei escutando suas declarações idiotas de amor por mim, Sana! Agora eu sei que era tudo uma farsa! — A Chou rebateu furiosa. "

Sana balançou a cabeça para se livrar das lembranças ruins e sentiu o peso daquelas palavras.

— Acredito que seria uma boa programar algo só para vocês duas e fazer um pedido de desculpas descente. — Encarou a irmã. — Quem sabe ir para algum canto do mundo que seja romântico ou coisa assim.

Momo pareceu se lembrar de algo de repente.

— Sobre isso. — Engoliu antes de continuar. — Eu e Dahyun compramos um apartamento aqui em Chicago. Decidimos que seria melhor dar um tempo, pois rodar o mundo e ter novas experiências não está sendo tão divertido quanto antes.

O sorriso de Sana era tão grande no momento que Momo pensou por um instante que o rosto da Japonesa mais nova se rasgaria.

— É tão bom escutar isso, Momo. — Disse sorrindo para a irmã e sua irmã apenas acenou com a cabeça enquanto enfiava uma colher generosa na boca.

— Uau, há quanto tempo você não come? — Perguntou.

— Dahyun praticamente me expulsou de casa ontem, então tive que ficar em um motel barato até amanhecer e não comi nada. — Sana piscou.

— Você sabe que poderia ter ido para minha casa, certo?

— Eu não queria incomodar você e sua noiva. A cama do motel era até confortável. — Deu de ombros.

— Você nunca incomodaria e Tzuyu está na Itália com o pessoal da empresa.

— Acho que não será mais necessário. Vou tentar entrar sorrateiramente em casa para tomar um banho e tentar convence-la a ir em algum restaurante legal por ai, sabe, para tentar fazer um pedido de desculpas.

— Tudo bem, mas saiba que a porta de meu apartamento está sempre aberta para você e Dahyun. — Sorriu carinhosa enquanto Momo mordia agressivamente o grande bife de seu prato.

Momo definitivamente não sabia ser carinhosa.

*

O terno preto sufocava a modelo prodígio que tentava a todo custo afrouxar um pouco a gravata, e esse ato repetitivo já estava começando a irritar Im que estava sentada ao seu lado enquanto era maquiada por dois rapazes.

— Se encostar novamente nessa gravata estúpida, eu juro para você que irei arrancar seu pescoço com os dentes, Chou. — Nayeon disse entre dentes.

As mãos de Tzuyu se afastaram sorrateiramente da gravata.

— Isso é muito desconfortável. Por que só você pôde usar vestido? — Perguntou emburrada enquanto cruzava os braços morenos e malhados.

— Uau, você tem braços ótimos. — Nayeon tentou tocar seus braços e Tzuyu se afastou ligeiramente.

— Foco, Nayeon. — Limpou a garganta.

— Certo, certo. De qualquer forma, não há mais tempo para trocar de roupa agora, querida. — Disse enquanto continuava encarando seu antebraço livre de tecidos, já que estava calor e Tzuyu não queria vestir o paletó agora.

Tzuyu levou os braços para trás do corpo por instinto.

— Aqui está o bloco de notas e a caneta que pediu, Senhorita. — Uma jovem de cabelos loiros lhe disse com um inglês péssimo e quando Nayeon estava quase abrindo a boca para provavelmente fazer uma crítica, Tzuyu pisou em seu pé esquerdo.

— Muito obrigada. — Disse para a garota enquanto escutava os resmungos de Nayeon xingando até sua mãe.

— Vocês entram em dois minutos, façam já os ajustes finais. — A voz grossa do Sr. Kim se fez presente no pequeno camarim e Nayeon não se preocupou em esconder sua revirada de olhos.

Tzuyu vestiu seu paletó enquanto duas estilistas faziam diversos ajustes em suas vestimentas, e novamente o incomodo e sensação de sufocamento em seu pescoço retornou.

Ela respirou fundo e evitou encostar no pescoço, pois estava diante ao olhar fumegante de Nayeon.

— Vamos começar logo essa sessão de tortura, vadia! — Nayeon disse animada enquanto saia na frente e Tzuyu lhe acompanhou em passos apressados, rindo e negando com a cabeça desacreditada.

Inefável. | Satzu. Onde histórias criam vida. Descubra agora