Tzuyu.
A dor de cabeça martelava minha cabeça a cada segundo desde o primeiro minuto que eu havia aberto meus olhos naquela manhã de sábado. Eu não fazia ideia de como tinha chegado em casa, o que aconteceu depois que eu saí do bar mais próximo ao meu trabalho ou em como eu havia trocado de roupa.
E como um sopro, me lembrei de que eu não morava mais sozinha, me levantei de supetão e logo coloquei minhas mãos sobre minha testa, pois a dor ali era tão insuportável que eu achei que não resistiria.
Após fazer minhas necessidades higiênicas básicas, ajeitei o cabelo e rumei para a cozinha afim de encontrar alguma coisa que afastasse aquela dor de cabeça dos infernos, porque eu ficaria louca se continuasse sentindo agulhas perfurando meu cérebro.
— Bom dia. — falei enquanto entrava na cozinha e vi Sana se engasgar pelo susto e eu rumei minha mão direita para suas costas onde dei pequenos tapas.
Aquele momento havia me trazido uma lembrança.
[...]
"Tzuyu bateu nas costas de Sana enquanto gargalhava da cara de sua cara de desespero. A modelo mais experiente tossia enquanto ficava vermelha e Tzuyu começou a realmente se preocupar com a namorada.
— Amor, do jeito que você ficou vermelha, eu achei que fosse explodir. — Tzuyu falou rindo enquanto via Sana se recuperar do seu recente engasgo.
— Eu tenho certeza de que você começaria a rir mais ainda se eu tivesse morrido. — Acusou revirando os olhos.
Tzuyu se inclinou para frente e deu um longo selinho nos lábios macios e rosados da mais velha que logo perdeu a postura acusatória.
— Eu continuo amando você mesmo que você tenha se engasgado com o vento e seja toda esquisita, Minatozaki. — Riu mais ainda dá cara de indignação Sana, que logo se desmanchou ao recebeu um beijo apaixonante que só Tzuyu conseguia lhe dar."
[...]
De volta para a realidade, eu percebi que Sana já havia se recuperado e que minhas mãos ainda estavam nas costas leitosas da japonesa que tanto eu era apaixonada e retirei as mãos envergonhada.
— Me desculpe. — Falei desconcertada enquanto mordia os lábios nervosamente.
Sana apenas deu uma risada frouxa do meu estado desconcertada e se levantou deixando sua caneca de algo que eu tenho certeza que era chá gelado, pois sempre foi viciada nesse lixo líquido.
A japonesa pegou tirou um comprimido da extensa cartela branca e encheu um copo de vidro com água gelada, se virou para mim e me entregou como sempre fazia quando eu acordava de uma torturante ressaca.
Tomei o pequeno comprimido junto com a água cristalina que havia no copo e me sentei em um dos vários bancos que havia na bancada.
— Por que bebeu tanto ontem? — Ouvi Sana dizer cautelosa.
— Tive um dia horrível. Meu chefe me disse coisas horríveis, ainda me falou que eu estava acima do peso ideal. Então pensei bastante sobre alguma dieta maluca.
A cara de espanto de Sana me fez querer chorar, pois meu chefe era um velho muito enjoado que se incomodava com tudo e na última vez que "pensei " sobre dieta dessas, eu passei três dias no hospital.
— Você só pode estar louca, Tzuyu! Você definitivamente não vai fazer isso. É muito arriscado e não faz bem pra sua saúde. — Eu queria debochar, mas escondi essa reação com uma expressão fechada.
— As pessoas que realmente estão no topo só se importam com o dinheiro que nós estamos deixando cair na carteira deles, eles não estão ligando para nossa saúde ou coisa do tipo. — Falei enquanto massageava as têmporas para evitar olhar nos olhos de minha futura esposa que queria me chutar de casa.
Ela parecia querer ditar um discurso de vinte minutos sobre o porquê eu não deveria aceitar essas coisas absurdas, mas se conteve com um suspiro e disse:
— Faça o que quiser, desde que não vá para o hospital e me faça perder tempo te vigiando enquanto estiver internada. — Vi ela sair da cozinha em passos contados e fechei os olhos, respirando fundo.
[...]
Eu havia saído um pouco para clarear minha mente que andava muito agitada naquelas últimas semanas, estava em um parque que eu tanto visitei acompanhada de Sana e fazia muito tempo desde minha última ida até aquele local tão colorido e agora modificado.
Não era um parque que deixaria todos de queixos caídos, apenas havia alguns brinquedos e um lindo lago, onde patos e gansos nadavam calmamente e as vezes tinham a sorte de receber algum petisco dos humanos.
Estava sentada na grama que brilhava verde e fofa, enquanto pensava em sua vida, em como havia chegado naquela situação tão estranha aos olhos de todos.
Eu ainda continuava perdidamente apaixonada por minha ex namorada e agora futura esposa? Eu deveria questionar ao meu chefe sobre o porque diabos ele não ligava para a saúde da galinha dos ovos de ouro dele?
Mas algumas perguntas apenas não foram feitas para serem respondidas, não é mesmo?
Ao sentir algo gelado tocar minha coxa direita, eu abri meus olhos e me levantei na velocidade da luz sentindo meu estômago se apertar, já pensando que encontraria uma cobra de quatro metros me dando uma lambida açucarada e me enrolando até a morte.
Mas ao perceber um pequeno cachorro com cor de caramelo me olhando com a língua para fora e uma pequena expressão que eu julguei ser de felicidade, meu susto passou e deu lugar para uma explosão de carinho.
Voltei a me sentar na grama e logo o pequeno animal oferecido estava em meu colo balançando o rabo peludo com velocidade e lambendo meu braço esquerdo.
Era um cachorro macho com os pelos um pouco sujos e grandes, mas parecia incrivelmente saudável para um cão abandonado ou que ficava no parque, era provável que o animal já tinha um dono.
— Parece que ele gostou bastante de você. — Uma voz grave fez o meu olhar e o do cão se virarem em uma estranha sincronia para trás, onde encontraram um homem já idoso e com um avental.
— Ele é do senhor? — Perguntei incerta e vi o idoso sorrir levemente enquanto observava o cachorro deitado em meu colo, que até então parecia o local mais confortável do mundo.
— Não, querida. Ele sempre esteve por aqui desde que o último dono não o quis mais. Eu sempre o alimento com alguma coisa antes de ir para casa.
Eu senti meu coração amolecer.
— O senhor se importaria se eu ficasse com ele? — Mordi os lábios em sinal de nervosismo com a reação do mais velho.
— Eu ficaria até agradecido. Eu já estou ficando velho demais para trabalhar aqui, não sei como ele vai se alimentar sem mim e você me parece uma pessoa de muito bom coração. — Disse o idoso.
— Então eu vou ficar com ele! Só preciso fazer uma ligação antes, com licença, senhor. — Me levantei em uma rapidez absurda, fazendo o pobre cachorro dorminhoco pular de meu colo rapidamente.
Peguei o celular em meu bolso e senti que em outro bolso não havia nada, e isso só queria dizer que eu havia esquecido minha carteira em casa.
Disquei rapidamente o número já decorado a muito tempo por mim e ouvi a voz calma da minha japonesa favorita soar pode trás da tela.
— Sana, por favor, eu preciso muito de um favor seu! — Disse animada e pude perceber o tom de voz curioso da modelo.
— Tá legal, o que quer que eu faça? — Sorri mesmo sabendo que ela não conseguiria ver.
— Sabe aquele parque que um ganso branco correu atrás de você? — Limpei a garganta me segurando para não rir quando ouvi a japonesa bufar — Então, eu preciso que me traga minha carteira que provavelmente está por cima do balcão da cozinha e também preciso conversar sobre um assunto muito importante com você.
— Claro, eu chego aí em dez minutos.

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Inefável. | Satzu.
Lãng mạnSana acreditava que todos tinham almas gêmeas, mas nem todas estavam destinadas a ficar juntas. Aos 20 anos de idade conheceu uma linda e sedutora taiwanesa que roubou todo o seu fôlego e coração em instantes, mas como nem tudo é cor de rosa, seu re...