Uma semana havia se passado, as duas modelos que agora moravam juntas não haviam trocado mais de 5 palavras ao decorrer da semana. Sana continuava de férias, mas Tzuyu ainda continuava trabalhando sem parar, chegando tarde da noite em casa quase todos os dias. Sana muitas das vezes nem via Tzuyu chegando, ja que ela conseguia ser tão silenciosa quanto uma coruja noturna.
Sana poderia até achar que estava morando sozinha outra vez.
Porém hoje, como era sexta-feira, as duas seriam obrigadas a conviver no mesmo espaço pelo menos o resto, ou um pouco do final de semana.
Estaria mentindo se dissesse que Tzuyu era a coisa que ela mais odiava, mas estadunidenses com certeza iriam vir sempre em primeiro lugar.
Mas algo estranho estava acontecendo naquela noite fria de sexta feira, já era madrugada e Tzuyu ainda não havia chegado e por mais que Sana odiasse dizer isso, estava preocupada. Pois quando elas ainda estavam juntas, Tzuyu nunca foi de ir para outros lugares ao sair do trabalho, pelo menos assim era.
A porta de madeira do apartamento foi aberta de supetão, o que fez os olhos amedrontados pelo susto de Sana irem diretamente para a porta de entrada, onde avistou uma certa Taiwanesa cambalear para dentro do apartamento e se debater com as chaves para tentar trancar a porta, obviamente fazendo um enorme barulho, quando conseguiu, começou a tentar se movimentar e tropeçando em seus próprios pés antes que conseguisse dar o primeiro.
Aquilo só não se resultou em uma grande e feia queda porque Sana foi mais rápida em segura-la, fazendo Tzuyu levantar os olhos arregalados em sua direção.
O cheiro de bebida forte fez Sana torcer o nariz.
— Eu acordei você? — Falou embolado e arrotou logo em seguida.
Sana tentava não surtar e dizer para Tzuyu o quanto ela era irresponsável ao ponto de não conseguir controlar a bebida e precisar de alguém para ajudá-la a ficar em pé, e preferia nem imaginar como Tzuyu conseguiu acertar o andar do prédio e chegar no apartamento certo sem ter que incomodar 6 vizinhos batendo na porta errada.
A sua sorte era que ela já sabia lidar com Tzuyu bêbada, era só ignorar todas as perguntas e puxar assuntos aleatórios enquanto a guiava para um banho frio.
— Eu já estava acordada. Onde você estava? — Perguntou enquanto pegava no braço de Tzuyu tentando guia-la para o quarto.
— Eu tava' estressada e passei em um bar. — Tropeçou novamente, quase caindo e levando Sana consigo.
Com muito esforço, Sana conseguiu chegar ao quarto com Tzuyu, essa que não parava de falar um só segundo. O álcool deixava Tzuyu bem mais tagarela que o normal.
Pensou que Tzuyu conseguiria tomar banho sozinha, mas quando viu Tzuyu simplesmente tombar para o lado, se chocando com o chão e começando a gargalhar tão forte que chegava a chorar e rolar, desistiu do pensamento.
— Vem Tzuyu, levanta do chão. — A mulher estava de pé com muita dificuldade novamente, ainda rindo baixinho.
— Você tá toda estranha, cara. — Gargalhou. — Ei! O que está fazendo? — "Falou" ao ver Sana tentar tirar sua blusa e quase se desequilibrou novamente.
— Estou tirando sua blusa, como vai tomar banho desse jeito? — A modelo japonesa estava perdendo a paciência.
— Minha noiva não vai gostar de ver você me despindo dessa forma. — Tentou se afastar a todo custo, mas Sana foi mais forte em segura-la pelos ombros e falar totalmente contra sua vontade:
— Eu sou sua noiva, Tzuyu. — Fez uma careta com o gosto amargo que dizer isso lhe proporcionou.
O rosto de Tzuyu se iluminou e ela parou de se afastar, cheirando o ar feito um cachorro cheira a entrada de uma padaria repleta de pães frescos, e de repente, pareceu sentir o cheiro de Sana.
— Então dessa forma, pode continuar. — Levantou os braços com um sorriso estranho, facilitando o trabalho de Sana.
Os pensamentos de Sana estavam a milhão, pois a todo custo pensava que seria muito desrespeitoso com Tzuyu ver o corpo da modelo prodígio nu, mesmo que ela já tenha visto milhões de vezes enquanto praticavam atos libidinosos, a diferença era que agora Tzuyu estava totalmente bêbada e não deveria sequer saber seu nome naquele momento.
"mas Tzuyu não se importaria, não é?"
Isso era o que um lado de sua cabeça estava dizendo, o outro estava em total desespero pensando que Tzuyu iria processa-la, ela iria ser presa e morta na cadeia, e então acabando com sua carreira de modelo mundialmente famosa.
Um certo fato que lhe tranquilizou foi que Tzuyu poderia até ser desmiolada 80% do seu tempo em vida, mas que ela nunca iria lhe acusar de assédio ou qualquer outra coisa do tipo, porque Tzuyu sabia que a intenção de Sana era apenas ajudar.
Ela já estava com Tzuyu nua, enquanto escutava a modelo mais nova tagarelar sobre como foi seu dia e as vezes reclamar sobre a temperatura da água, ela tentou alertar para Tzuyu não molhar os cabelos longos, mas se lidar com uma Tzuyu sóbria já era ruim, imagina embriagada.
O silêncio que se instalou no banheiro chique fez os pensamentos de Sana sumirem e fazê-la mirar seus olhos para os da Taiwanesa — os mesmos olhos que estavam cheios de água.
— Por que está chorando? — Sana perguntou confusa e viu a modelo mais nova negar com a cabeça, começando a cair em um choro ainda mais profundo.
O banho chegou-se ao fim e a japonesa caminhou pacientemente com a mais nova, que depois do banho frio já conseguia coordenar seus passos com clareza, sem tropeçar com o vento.
Sentou a Taiwanesa na grande cama de casal enrolada em uma toalha branca e observou as lágrimas grossas caírem livremente pelo rosto moreno, os soluços já eram altos naquele momento.
Talvez Sana estivesse com um pouco de pena, mesmo sem saber o motivo do choro, só um pouquinho.
Pegou uma roupa larga do guarda roupa de Tzuyu e vestiu nela com cuidado e calma, se certificando de não olhar para nenhuma parte íntima do corpo da modelo, e mesmo com o barulho do secador ainda era possível escutar os soluços de Tzuyu, e Sana estava começando a ficar realmente preocupada agora.
Desligou o secador quando viu os cabelos longos e pretos já devidamente secados e se sentou ao lado de Tzuyu, mas engolindo seco antes de se sentar.
— Tzuyu, o que aconteceu com você? Por que está chorando tanto? — Viu a modelo secar os olhos com as costas das mãos, mas não adiantando muito.
— Eu sinto muito, Sana. — Mais lágrimas caíram e ela fungou. — Eu não deveria ter bebido, eu só estava com medo.
— Medo do que exatamente, Tzuyu? — Pela primeira vez naquela noite, ela olhou nos olhos de Tzuyu e sentiu um arrepio percorrer pelo seu corpo quando viu o medo que eles transmitiram.
— De ter que olhar nos seus olhos, Sana, e ver a mágoa e raiva. — Tzuyu engolindo o nó que se formou em sua garganta.
— Eu acho que você deveria descansar. — Tentou se levantar da cama e sentiu Tzuyu segurar sua mão, lhe parando.
— Eu amo você, Minatozaki. Por que você não consegue me desculpar? Eu já pedi desculpas milhões de vezes e você parece me odiar cada vez mais. — Uma lágrima escorregou.
— Tzuyu, por favor...
— Eu só queria que você pudesse me dar só mais uma chance, Sana, uma chance para te provar o quanto eu te amo e o quanto eu mudei. — Sana se soltou da mão de Tzuyu.
— Você está cansada e é melhor você ir dormir, boa noite. — Saiu do quarto apagando a luz, deixando uma Tzuyu bêbada, triste e apaixonada para trás.
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Inefável. | Satzu.
Любовные романыSana acreditava que todos tinham almas gêmeas, mas nem todas estavam destinadas a ficar juntas. Aos 20 anos de idade conheceu uma linda e sedutora taiwanesa que roubou todo o seu fôlego e coração em instantes, mas como nem tudo é cor de rosa, seu re...