We ain't finished yet. - Noarra

Ventisei

Diarra's POV

— Okay, precisamos nos acalmar. — falei pulando do colo de Noah e sentando no banco de passageiro.

A nossa situação? Estávamos completamente suados, a camisa dele já estava jogada no painel tem tempo, a minha já estava abaixo dos meus seios. Noah estava extremamente vermelho, o carro absurdamente quente e os dois ofegantes como nunca achei que ficaríamos. Não dentro do carro. Não na garagem do prédio em que ensaiamos.

Nós estávamos no maior amasso dentro do prédio que costumamos trabalhar. Nós rimos na cara do perigo, sem dúvidas.

— Talvez você tenha razão — disse ele, enquanto tombava a cabeça para trás e respirava fundo.

Imitei seu gesto e fechei os olhos, enquanto esperava a minha respiração normalizar. Desci a blusa até que ela cobrisse o que deveria cobrir, e continuei parada, apenas tentando entender o que acabara de acontecer.

— Você está pensando demais, para de pensar demais.

Sorri ao ouvir do garoto irresistível.

Ele estava errado? Não mesmo.

— Como você sabe que estou pensando demais? — Falei, sem abrir os olhos.

— Porque entre nós, você é sempre a que pensa demais, gatinha.

Mesmo sem ver, sabia que ele estava sorrindo de lado, enquanto me olhava. Logo depois, senti sua mão passar levemente pela minha coxa, em um carinho gostoso e ritmado. Perceber o quanto me sentia bem perto dele, só fez o meu sorriso aumentar e meu corpo relaxar, mesmo que ainda achasse que estávamos abusando da sorte.

— De fato, sou culpada por isso. — O olhei e encontrei exatamente o sorriso que pode me desmontar, que achei que iria — Entretanto, agora, só quero aproveitar esse momento de tanta intimidade e calmaria entre nós dois.

Sua mão deixou minha perna e procurou a minha, entrelaçando-se. Noah deu um aperto de leve, como se concordasse com o que havia dito, e voltou a encostar no banco do carro e a fechar os olhos.

Aproveitei para reparar em cada pedaço do seu rosto, para guardar cada detalhe. Não é a primeira vez que faço isso. Na verdade, já perdi as contas de quantas vezes o fiz, mas sempre encontro alguma pequena parte dele que é nova e encantadora.

Ele estava ainda mais suado do que estivera ao fim do ensaio, e suas bochechas adquiriram um tom avermelhado que, em contraste com a sua pele clara, deixava todo o conjunto lindo demais para não ser admirado.

— Você sabia que é estranho ficar olhando para a pessoa durante tanto tempo?

Sorri com o seu comentário e dei língua, mesmo que ele não estivesse olhando para mim. Totalmente madura, estou ciente.

— Você faz isso o tempo todo, então acho justo que também possa.

Sua risada foi baixinha, solta.

— Como sempre, você está certa.

Passamos mais uns minutos aproveitando aquele silêncio cúmplice antes que Noah ligasse o carro e seguisse o caminho para sua casa.

Ao entrar no apartamento, o mesmo estava... Surpreendentemente limpo?

— Sua mãe estava aqui? — Perguntei, assim que cruzei a porta.

— Por que essa pergunta do mais absoluto nada?

Pelo seu tom, sabia que estava sorrindo.

— Nunca vi esse apartamento tão arrumado assim, só quando sua mãe estava aqui.