Capitolo Bonus

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- Meu Deus do céu, que bagunça!

Foi a primeira coisa que Diarra disse ao entrar no quarto. Claramente precisava se concentrar em qualquer coisa, a não ser o fato de que estava sozinha com Noah em um quarto. Com a porta fechada. Só os dois.

E. A. Porta. Fechada.

- Acho que Bailey e Shivani estavam travando alguma batalha épica aqui, não é possível. Olha como eles deixaram o sofá!

Disse apontando para o objeto que estava claramente torto, como se alguém tivesse o empurrado ou chutado.

- Certeza que isso foi obra do May! - Noah disse, passando por ela e indo em direção ao lugar - Ele é um péssimo perdedor. E, antes de você chegar, estava falhando miseravelmente em não perder da Shiv de uma forma vergonhosa.

Diarra observou enquanto Noah ajeitou não só o sofá, mas os puffs que estavam perto e a mesinha de centro. Ela estava evitando falar muito e usar o tempo que tinha para se acalmar um pouco. Afinal de contas, eles eram amigos.

Tudo bem que as coisas estavam meio confusas entre os dois, mas não deixavam de ser próximos por isso. Talvez não estivessem próximos do jeito que queriam estar e por razões externas, mas quanto mais você vive mais você aprende que a vida não vai seguir sempre o rumo que você quer que ela siga. Pressões externas sempre vão existir, e você só pode fazer duas coisas em relação a isso.

Enfrentar ou fugir.

E, naquela altura do campeonato, os dois sabiam que tinham fugido por tempo demais.

Não que isso fosse condenável, era realmente muita responsabilidade ter que pensar em um contrato tão cedo. Mas, parafraseando o tio Ben, com grandes poderes vem grandes responsabilidades.

A lei do não namoro não havia sido um problema por muito tempo, não enquanto não existia motivo para ser. Os dois sabiam que o contrato ainda era o mesmo de quando eles assinaram, o pedaço de papel continuava lá. Continuava dizendo as mesmas coisas. O problema é que, diferente de antes, agora lê-lo causava um mal estar.

Noah não se incomodava com o fato de não poder se relacionar com as companheiras de banda. Se incomodava por não poder se relacionar com uma companheira bem específica. E sabia que essa companheira bem específica estava parada nesse exato momento, olhando para ele.

Nesse quarto fechado.

Eles não ficavam sozinhos assim há meses. E ele não sabia quanto tempo ia aguentar até explodir e cortar toda essa distância entre os dois. Não só física, mas emocional também. Ele queria a amiga de volta. As risadas frouxas se transformaram em risadas nervosas, e ele detestava isso.

Esse sentimento estava presente nela, também. Antes de perceber que seus sentimentos estavam ficando confusos e indo para o caminho que não deviam, Diarra encontrou em Noah um confidente. Um companheiro. Estar com ele era fácil, era leve. Ele fazia a rotina deles parecer menos acelerada. Ele passava aquele calor confortável que você precisa sentir ao fim de um dia cansativo. E ela amava isso nele.

Amava o sorriso frouxo, o jeito extrovertido e a risada escandalosa dele. Ele conseguia iluminar o ambiente só de pisar nele, e ela se sentia invadida por essa energia boa toda vez que estava perto do garoto.

- Bom, acho que você deixou o ambiente apresentável novamente. - ela disse, quando o garoto terminou de organizar o espaço.

- Pelo menos assim, Lamar não expulsa a gente. - ele disse sorrindo fraco - Ele está com uma dificuldade de ser gentil, ultimamente.

- Ele está se apoiando no fato de que passou tempo demais longe e que todos nós estamos é morrendo de saudade dele. - Diarra disse indo em direção ao telefone - Aquele britânico tá é se achando.

Noah riu alto quando viu a menina bufar. "Tão incrivelmente linda", foi o que pensou enquanto se apoiava perto da porta.

- Você não pode culpá-lo por isso, vai. - o garoto deu de ombros - É o Lamar.

- Bom, Urrea... Você tem um ponto muito válido. - ela disse enquanto olhava o pedido - Não dá para não sentir falta do Morris.

- Ou da Sylla.

A respiração da garota parou por alguns segundos quando ouviu a voz dele. Baixa, séria e (ela podia jurar que sim) sedutora. Virou em sua direção e sorriu fechado, morrendo de vontade de atravessar o quarto e diminuir o espaço que os separava.

- Ou do Urrea.

Noah abriu um sorriso que Diarra tinha certeza que era o mais bonito do mundo de longe. Ele acenou positivamente, enquanto colocava as mãos nos bolsos da calça, e apoiava suas costas na parede, ficando virado de frente para ela.

- Diarra, Diarra... Você está realmente se esforçando para me enlouquecer.

Ela riu baixo.

- Posso dizer o mesmo de você, Noah. - piscou para ele.

- Mulher, não chuta quem já está no chão. Pelo amor de Deus.

Ela soltou uma risada gostosa que fez com que Urrea apertasse as mãos dentro dos bolsos. Já estava virando rotina ter que tirar forças de onde não tinha para não pular na menina. "Ajuda aí, Papai do Céu. Tá complicado", foi o pensamento dele.

Mal sabia o americano que, do outro lado do quarto, a senegalesa estava pedindo algo parecido.

A tensão (e não só a sexual que Sabina fez questão de pontuar) pairava no ar. Os dois sentiam-se quentes, os dois sentiam sede. Os dois sentiam vontade.

Ela sentia vontade dele.

Ele nunca sentiu tanta vontade de alguém como sentia dela.

🌹

Um capítulo de última hora mesmo, gente kkk Pequenininho mesmo hihi Não estava nem planejado, para ser sincera... Espero que vocês gostem!
Obrigada por todas as interações!
Muita luz e positividade para todos vocês!
Beijo enorme e se cuidem! 🥰

We ain't finished yet. - NoarraOnde histórias criam vida. Descubra agora