Sei

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- Isso, serão doze pizzas, todas elas com dois sabores.

A menina dizia ao telefone, enquanto o garoto estava apoiado ao lado da porta, com os braços cruzados e observando-a. Ela podia sentir os olhares dele, e isso fazia com que um calor gostoso passasse pelo seu corpo.

Uma batida leve se fez ouvir e ele foi atender. Deu de cara com a brasileira e a olhou interrogativamente.

- Peçam as pizzas e bom... Conversem. É o melhor momento para isso, longe de todos. Nós receberemos tudo e vamos começar o filme, então... Tenham o tempo de vocês. - ela deu de ombros.

- Obrigado, Any! - disse Noah, sorrindo de maneira sincera.

- De nada, Urrea. Vê se não faz merda. - ela sorriu fechado, seguindo pelo corredor em direção à sala.

Ele rolou os olhos, fechando a porta com um sorriso aberto.

- O senhor quer que eu repita o pedido?

Diarra o olhou, perguntando silenciosamente quem era na porta. Noah apenas balançou as mãos, pedindo que ela não desse importância para isso e terminasse o que precisava ser feito. Ela apenas deu de ombro e se dedicou ao que fazia.

Ele estava ansioso. Tudo o que mais queria era ter a chance de conversar com ela, esclarecer as coisas, decidir o que seria feito. E agora que a oportunidade se fez real e estava em sua frente, suas mãos suavam.

Arregaçou as mangas da camisa que usava e se jogou em um dos puffs enormes que ficavam perto da televisão ao lado do sofá, sem cortar o contato visual com a menina que repetia o pedido pela terceira vez. Bufou com a demora, mas poucos minutos depois, a ligação foi encerrada e o telefone colocado na base.

- Bom - ela disse - Vai demorar cerca de uma hora para chegar, talvez seja melhor avisá-los.

Ela passou a mão pelo cabelo, e o garoto acompanhou todo o movimento com os olhos. Pode não ter sido nada demais, mas ele achou incrivelmente sexy e sentiu sua boca ficar seca e seu corpo tremer de desejo.

- Não precisa. - ele disse, vendo-a ir para a porta - Any disse que eles cuidam do que precisar em relação a isso, querem que a gente resolva o que tem para resolver.

Diarra parou no meio do caminho e girou lentamente sobre os calcanhares, o olhando. Sempre sentia uma pancada, uma batida forte quando o via. Lindo demais para esse mundo, era o que ela sempre pensava. Assentiu e seguiu em direção ao frigobar que havia no cômodo, abrindo-o e pegando uma água.

- Quer alguma coisa? - perguntou sem olhá-lo.

- Você.

Sua respiração descompassou e ela agradeceu por estar apoiada em algum lugar, porque sentiu suas pernas bambearem. Respirou fundo tentando se acalmar, fechou o frigobar e o olhou.

Diarra's POV

Só pode estar querendo me matar. Não há outra alternativa para esse menino brincar com minha sanidade o tempo inteiro. Fiquei parada no mesmo lugar, pois minhas pernas ainda estavam parecendo gelatina, e a probabilidade de cair e dar de cara com o chão se tentasse me mover, era enorme.

Noah me olhava mas não consegui identificar de que forma. Não era absolutamente brincalhona, mas também não era inteiramente séria. Me olhava e, como sempre, me sentia ardendo por ele.

- O que? - perguntei, bancando a desentendida enquanto arriscava dar uns passos em frente.

Ele rolou aqueles perfeitos olhos verdes e cruzou os braços sobre o peito, fazendo seus bíceps ficarem mais marcados pela camisa e minha boca salivar.

We ain't finished yet. - NoarraOnde histórias criam vida. Descubra agora