Cinque

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Noah's POV

Por pouco não enfartei quando abri a porta para ela, é mole? Que mulher linda. Isso já está ficando repetitivo, mas não é minha culpa se ela é linda mesmo, oras. O corpo dela desenhadinho para as minhas mãos, o encaixe era insano de tão bom.

Tinha planejado ser sutil e contido em todas as nossas interações hoje, mas não deu cinco minutos trocando mais de um frase com ela (coisa que não acontecia tem muito tempo), e já estava me atirando em cima e quase a beijando. Meu corpo não conseguia se controlar, não que isso seja novidade para alguém.

A temperatura tinha aumentado consideravelmente ao ponto de ter começado a me arrepender de usar uma manga comprida. Sua boca coberta apenas por um gloss claro, ficava ainda mais convidativa. Tudo nela era convidativo para mim, pode me julgar. Não era tão inocente para esperar que algo realmente acontecesse, mas precisamos aproveitar as oportunidades que a vida dá, né.

Depois de uns minutos de uma aproximação deliciosa, a sensatez (infelizmente) se abateu sobre ela e nos afastamos. Claro que seria sobre ela, minha sensatez está em frangalhos tem muito tempo. Culpa de quem? Isso mesmo. Me afastei descontente, apenas para sorrir depois com seu deslize.

Então está difícil para você também? Ótimo, podemos trabalhar para dificultar cada vez mais ou facilitar tudo. Não pude conter a alegria que queimou em meu peito quando soube disso, a noite seria mais interessante do que pensei. O começo dela já havia sido.

Estávamos na sala, todos já haviam chegado. Sabina estava meio emburrada porque Any atrasou demais e ela acabou chegando uma hora depois do que pretendia. Nunca que a mais pontual deveria oferecer carona para a mais atrasada, que isso. Mas não tenho nem espaço e nem energia para pensar nas tretas dos outros. Tenho a minha própria.

Que está bem lindinha, sentadinha e cheirosinha aqui do meu lado.

Não acreditei quando vi a mensagem dela, imagina então minha cara quando veio a confirmação de que não estava alucinando e vendo coisas onde não tinha. Até agora, tudo estava leve. Confesso que estava ansioso e esperando demais para que ela desse o comando, porque não daria. Ando muito impulsivo, um pouco de controle não faz mal a ninguém. Só não preciso ficar que nem ela, porque aí já é abusar. Vai ter autocontrole assim na puta que pariu, que isso.

- Galera - Lamar começou - Precisamos chegar a um consenso em relação a comida...

Pronto, que comecem o jogos. Como Lamar espera que 16 pessoas entrem em acordo sobre o que comer? Talvez outras 16 pessoas até entrem, mas essas pessoas que estão a dividir a sala comigo sempre, repito, sempre, fazem uma algazarra. Vira uma confusão, toda santa vez. Ele mal terminou de falar, começaram os gritos. Um gritou tacos, outro macarrão, outro japonesa, outra indiana (Shivani, só podia. Ela sempre tenta, tadinha. Algum dia vou falar também, só para ajudar. A comida indiana é deliciosa. Mas não vou entrar nesse bafafá nem morto).

- Gente - Diarra falou baixo - GENTE! - ela gritou, me fazendo dar um sobressalto e todos se calaram.

- Tá louca, mulher? - falei, passando a mão pelo meu ouvido.

- Desculpa. - ela disse tímida, passando de leve a mão pela minha perna.

Grita mais que foi pouco.

- Olha a carinha dele - começou Bailey - Está quase implorando por mais...

- Cala a boca, May. - diz Savannah-Tu e o Josh estão parecendo duas crianças com isso. Coitado deles. Diz aí, gatinha

- Obrigada, baby - Diarra sorriu e piscou para ela. - Por que não pedimos pizza?

Eu quero piscadinha também...

Larga de ser ridículo, Urrea.

- De novo? Só pedimos isso! - reclama Krystian.

- Eu sei, Krys - ela continua - Mas é porque toda vez passamos 50 minutos nessa gritaria, para nada. Sempre acabamos comendo pizza. Podíamos economizar o tempo, dessa vez.

- Bom, não é lá uma má ideia. - diz Sabina - Que menina mais sensata! - diz dando uma piscadela.

- Ôôô - digo irônico - De vez em quando, podia ser um pouco menos... - a olho de canto e vejo a mesma revirando os olhos para mim, o que me faz sorrir.

- Ih, olha lá o cara ten..

- Cala a boca, Josh. - diz Any - Pelo amor de Deus.

Todos rimos da cara que ele fez, e Diarra perguntou quais seriam os sabores, o que foi suficiente para gerar outro falatório. Que povo mais barraqueiro, meu Deus. Depois de uns dez minutos de gritaria, Sina anotou todo o pedido.

- Quem vai ligar para pedir? - perguntou a alemã.

- Já que a ideia foi da Diarra... Ela pode ficar encarregada disso! - Lamar falou rindo.

- Que? Nem morta. A casa é sua! - ela responde.

- Justamente! Já estou aceitando esse bando de hienas aqui, é tudo o que farei hoje a noite. E já vou fornecer as bebidas, o resto é com vocês.

- Sinceramente viu - ela fala levantando e indo pegar o papel da mão de Sina - Antes você era mais gentil.

- Claro, não nós conhecíamos direito - ele dá de ombros - Hoje temos intimidade o suficiente para não ser mais tão legal assim. - ele disse e todos riram.

- Intimidade é um problema mesmo né, Noah?

Sim, se você está pensando no canadense indiscreto, foi ele mesmo. Caralho, esse menino hoje está pior do que encosto. Não precisei responder nada, porque Heyoon deu um chute nele, e pelo visto doeu. Vi aquilo como justiça divina.

- Onde está o telefone, único britânico mal educado que conheço?

Lamar sorriu abertamente com o comentário.

- No quarto dos jogos, último a direita. Agora espera - ele falou, quando a viu se movimentar em direção ao quarto - É muita coisa para você falar sozinha, você não quer ajuda? - ele disse, me olhando sugestivo.

Um poço de discrição.

- Nossa Lamar, como você é discreto. - Diarra disse com a voz recheada de sarcasmo e a sala inteira riu.

- Ninguém quer ser discreto aqui não, filha. - disse Sabina - Queremos é que vocês aliviem essa tensão sexual aí, que tá difícil viver com medo de vocês se agarrarem do nada...

- AMOR! - Pepe disse, com os olhos arregalados. O que nos fez rir, até Diarra riu.

- Nunca critiquei essa fada sensata! - disse Hina.

Mas olha para a japonesa... Mal fala, mas quando é para falar...

- Levanta logo essa bunda dessa sofá, Noah - disse Any - Mais que isso a gente não pode fazer não...

Olhei para Diarra receoso, não tenho saber o que ela estava pensando. Queria um momento a sós com ela? Sim. Queria dezenas de momentos a sós com ela, na verdade. Mas tem que ter calma, tudo está estranho. Ela deu de ombros e maneou a cabeça, como se estivesse me chamando.

- Peçam nossas pizzas antes de qualquer coisa, por favor. Vai que vocês decidem demorar, vamos morrer de...

- CALA A BOCA, JOSH! - todos falamos juntos e ele bufou, irritado.

Entramos no quarto e ela ligou uma parte das luzes, o que criou meio que uma iluminação indireta, fazendo sua pele parecer mais brilhante e bonita.

Viro para fechar a porta e, sem querer, um sorriso surge em meus lábios.

Abençoado seja quem inventou a pizza.

🌹

E aí, o que será que vai sair disso aí? 🤔

Bom domingo para vocês, gente!
Para não perder o costume: usem máscaras, lavem as mãos e pensem sempre que não é só por você, mas por vários outros. Cuidem da saúde mental também e saibam que tudo bem não se sentir bem o tempo todo. O mundo está louco mesmo.
Muita luz e positividade para todos!
Beijo grande! 🥰

We ain't finished yet. - NoarraOnde histórias criam vida. Descubra agora