𝑬𝑴𝑶𝑹𝒀'𝑺 𝑷𝑶𝑽
Depois da festa, Kie ficou em cima de mim perguntando como foi com JJ e que estavam todos comentando sobre o beijo.
Se minha mãe descobrir que eu beijei um pogue eu to tão fodida que não consigo nem contar.
Saí mais cedo pro trabalho, Sophia estava de ressaca e inventou uma desculpa para o chefe dizendo que não iria por estar doente.
Então é, hoje seria só eu, por isso peguei mais cedo.
Estava no balcão organizando as bebidas quando ouvi alguém bater no vidro do balcão.
Me virei e ali vi o loiro com um sorriso de canto, olhos azuis e um cigarro entre os dedos.
─JJ? Ta fazendo o que aqui?
─Então, é... Eu vim te pegar pra sair.
─Ficou doido? Eu to trabalhando.
─Não tem problema, eu sento aqui e espero você acabar.
Eu não pude deixar de rir quando o loiro se sentou em uma das mesas pra realmente me esperar.
Dei de ombros, até porque eu tinha realmente marcado de sair com ele, e se ele iria esperar, por que não?
Da distância de JJ pra minha nós podíamos facilmente conversar, então colocamos algumas coisas em dia para nos conhecer melhor.
Falei sobre minha faculdade e os estudos, livros, músicas e filmes e JJ sobre maconha, surfe, skate, nadar e andar de moto.
Somos bem diferentes. Muito diferentes mesmo, mas ele é alguém legal.
Ele é doce e atencioso, gosta de ouvir e parece se importar mais com os outros do que com ele mesmo, e eu estranhamente gosto disso em pessoas. Essa lealdade.
O papo era completamente animado até ouvirmos um carro estacionar, seria o primeiro cliente do dia, jã que abrimos a pouco tempo.
─Merda...
─Que foi? Ta tudo bem?
─Ah.. Ta, ta sim. Olha, bebe isso.
Eu entreguei para ele um dos drinks que ficavam prontos na vitrine.
Rafe estava estacionando e agora entrando no bar. Maybank tomou a bebida sem questionar e Rafe parou por uns segundos ao nos ver juntos.
Ele deu uma olhada em Maybank e em seguida se virou para mim parecendo bem descontente.
─Emory, preciso falar com você sobre a Sarah, podemos conversar a sós?
Eu saquei o jogo idiota dele na mesma hora, suspirei e assenti, saindo de trás do balcão para o seguir até fora do estabelecimento.
─Que merda ele ta fazendo aqui? ─Perguntou a ponto de explodir.
─É um bar. Pessoas vêm aqui pra beber, comer... Espionar. ─Falei como uma indireta bem reta e ele travou o maxilar.
─Não brinca comigo, porra. Eu vi vocês ontem, eu vi vocês juntos dançando e agora a ilha toda ta inventando que vocês se beijaram por isso.
─Ah mas não é invenção. Ele me beijou e eu deixei.
─Que? Por que diabos você fez isso?
─Porque eu sou adulta, solteira, trabalho pra pagar minhas coisas, estudo pra ser independente no futuro e faço a merda que vier na minha cabeça. Não vem me fazer de submissa, Rafe, eu não tenho vocação pra brat de psicopata.