𝑹𝑨𝑭𝑬'𝑺 𝑷𝑶𝑽
A mansão Cameron nunca esteve tão tranquila antes.
Eu não menti dessa vez, realmente não tinha ninguém em casa além de mim... Ao menos por enquanto.
Senti a água quente descer em seu peito molhando minha pele ainda gelada pelo clima lá fora, que não era congelante mas comparado ao calor do chuveiro, era o suficiente.
Passei um tempo curto no chuveiro, imaginando todas as coisas que eu poderia fazer para punir Emory pelo ocorrido de hoje mais cedo.
Ela fala demais. Isso precisa ser corrigido urgentemente.
Meus dedos deslizaram entre os fios molhados do meu cabelo e Des casaram-se ali por alguns segundos, junto com um longo suspiro de satisfação. A tensão deslizando para baixo com a água e descendo pelo ralo me fez sorrir um pouco.
Eu sei que de certa forma, mesmo que não totalmente uma parcela de culpa é minha por ficar atrás dela o dia todo a observando... Mas não significa que não me canso.
Tenho 1,89 e fui obrigado a me espremer embaixo daquele balcão hoje por causa dela.
Fora a porra do desaforo que eu tenho que aguentar pela teimosia dessa filha da puta que nunca ta satisfeita com merda nenhuma.
Suspirei outra vez tentando me livrar da raiva pela segunda vez.
Eu não posso pegar pesado de todo jeito. Se ela sair muito prejudicada, me afeta. Odeio admitir mas me afeta pra cacete.
Mas eu tenho algo preparado para hoje. Uma coisa especial que eu percebi que ela gosta muito.
Mas eu não vou tocá-la. Hoje vamos foder apenas o psicológico da minha diabinha.
𝑂𝑢 𝑛𝑎̃𝑜.
Ela se mostrou alguém que sabe se virar. Mas todos sentimos medo, e hoje ela vai sentir em uma quantidade absurda.
Saí do chuveiro alguns segundos depois desse último pensamento. Mal notei um sorriso no rosto antes de chegar até o espelho. Me retirei agora do banheiro, com uma toalha em volta do corpo. O caminho até meu quarto era quase nulo já que eu tinha um banheiro dentro do próprio. Alguns passos e eu já estava em frente á minha escrivaninha.
O pó branco espalhado pelo marmore foi organizado em três fileiras com um dos cartões de crédito ali em cima. Enrolei uma nota de forma que ficasse como um pequeno canudo e criei uma passagem de uma das minhas narinas até o material.
Assim que me reergui ouvi batidas na porta. Na porta do meu quarto.
Me virei ali estava ela. Longos cabelos ondulados caídos sobre os ombros e seios. Sem óculos hoje, uma ecobag da cor do tênis, verde musgo e um short jeans escuro composto por um top branco pouco decotado.
Ela estreitou seus olhos castanhos para mim e alternou entre os meus e a mesa agora meio suja.
─Ei, você chegou cedo. ─Disse limpando o nariz com a palma da mão.
─Você... Não determinou uma hora. ─A garota disse entrando no quarto com uma expressão desconfiada.
Seus passos eram lentos e calculados assim como sua voz baixa e os olhos analisadores.
Seus passos a levavam em direção á minha cama, mas eu puxei seu braço e empurrei seu corpo para cima fazendo seus olhos encontrarem os meus novamente.