𝑹𝑨𝑭𝑬'𝑺 𝑷𝑶𝑽
Os dias tem sido uma merda. As acusações foram graves, levaram até a delegacia.
Maybank ficou enfurecido naquela noite e por mais que eu odeie admitir, quase acabou comigo.
Minha família me julga, por mais que ainda tentem me defender. Meus amigos estão estranhos e as pessoas em Outer Banks me olham de canto como se eu estivesse sempre carregando uma metralhadora no ombro.
Nada disso dói tanto, não comparado ao que eu senti quando ela disse aquelas malditas palavras.
Não pelo que disse, não pelo que estão fazendo comigo... Mas por pensar todos os dias o quão fodida eu a deixei ao ponto de apelar para algo desse tipo.
Algo que eu cogitei fazer na primeira vez que nos falamos. Algo que repreendi de minha alma naquele mesmo momento.
Eu a feri.
Emory foi se quebrando aos poucos sem perceber. Sua alma sumindo a cada segundo que eu a consumia.
Eu nunca a mereci, mas sou babaca o bastante para querer uma segunda chance mesmo sabendo que não mereço isso.
Como de costume, venho a observando. Contando seus passos de longe, já que agora a atenção era toda em nos. Haveria um julgamento que decidiria a porra do meu futuro e o dela também.
Eu não posso perdê-la. Se eu for preso, quem vai cuidar dela? Quem vai a segurar todas as vezes?
E então eu me lembro de que nem mesmo a solta tenho feito isso.
Eu não sou o cara que vai protegê-la.
Sou o cara que ela deveria temer e fugir.─Emy...
Chamei com a voz baixa, vendo a garota sumir entre as árvores da floresta escura. Rapidamente olhou para trás.
Seus olhos de arregalaram ao me ver e os passos dela começaram a ser rápidos enquanto ela corria de costas.
Segui no mesmo ritmo.
Emory jogou em mim um galho pesado, que soquei fazendo trocar de direção, e mesmo com os dedos sangrando meu foco agora era encontrá-la e fazer entender como as coisas são. Como seriam e como sempre vai ser para nós dois.
Ela é minha. Gostando ou não.
Toda minha.Emory corria bem. Não caiu em momento algum e muito menos bateu em árvores, mas eu tinha quase o dobro de seu tamanho, e agarrá-la pelo cabelo pressionando seu pequeno corpo contra uma das árvores não foi exatamente difícil.
─Me solta!
─Por quê? Vai dizer o que dessa vez? Que te espanquei, Emory? Talvez eu devesse.
Devagar soltei os cabelos da garota e desci minha destra até os pulsos, os segurando juntos em suas costas.
─Me deixe ir....
─Retire a queixa.
─Nunca!
─Não fodi você sem a porra do seu consentimento, caralho.
─Quando eu disse que queria?
Ela murmurou. Porra, não precisava dizer. Era óbvio pra cacete, eu sei o quanto ela queria... Ela me deixou tocá-la.