𝐄𝐌𝐎𝐑𝐘'𝐒 𝐏𝐎𝐕
Agora éramos todos adultos. Formados e bem sucedidos, com a vida toda pela frente de modo confortável, onde podemos nos divertir. Mas no fundo, ainda éramos os adolescentes de antes que amavam sair e se divertir juntos em lugares duvidosos.
JJ principalmente, a diferença é que ao invés de esconder e separar da vida profissional ... ele vive. Demonstra. Deixa óbvio a paixão pelas coisas que adultos não deveriam apoiar. Por etiqueta, por se manter na linha, pela visão do mundo.
Ele não tinha medo de ser quem sempre foi, tanto que vivia nos arrastando para lugares peculiares. Como hoje.
─ Acho que hoje eu saio daqui casada e grávida. ─ Sophia disse admirando o local que nunca havíamos pisado antes.
─ Se alguém puder ficar de olho na Sophia eu vou ficar muito agradecido, não quero ser proibido de entrar aqui. ─ JJ comentou em um tom irônico e apanhou.
Atravessamos a rua chegando ao outro lado da Estrada, abandonada, mas nem tanto.
Era um caminho não mais usado pela cidade, já que haviam construído outro como atalho, mas usado por adolescentes ou até mesmo adultos que gostavam de apostar racha de carros.
O lugar estava cheio. Pessoas enchiam a cara de bebida e cigarro ao lado de seus automóveis, todos extremamente chiques e caros. Era incrivelmente interessante, por mais que nunca tenha sido minha praia.
Meus amigos se afastaram para conhecer melhor o lugar, sendo guiados por JJ que o frequentava sempre que podia, e claro que também apostava, mas com a moto.
Haviam motoqueiros aqui também, vários, na verdade. Era pra eles que Sophia estava olhando quando chegamos. Se dividiam em grupinhos em cada canto, recostados em suas enormes motos, vestidos de jaquetas de couro.
Embora não fosse fácil respirar com tanta fumaça, dos carros, motos e dos cigarros, ainda era um ambiente agradável.
Sorri.
A Emory de anos atrás jamais diria isso. Provavelmente julgaria até a última geração e consigo até ouvi-la dizer; Jesus, quem é o imbecil que arrisca a própria em uma corrida idiota?
Mas a Emory de agora... Bom, participaria.
─ Pensando fora de hora. ─ ouvi à minha direita e virei o rosto.
Era um homem bonito. Pele pálida, bem alto, cabelos lisos escuros caídos sobre o rosto. Também vestia uma jaqueta de couro, jeans escuros e botas pretas.
Seus olhos estavam escuros, mas quando levantou o rosto em aproximação o azul intenso brilhou iluminando até mesmo meu rosto.
O filho da puta é tão bonito que dói.
─ Como é? ─ questionei, fingindo que não esqueci até como se andava sob o olhar dele.
─ Não pensamos aqui, apenas fazemos o que vier na cabeça. E você parecia concentrada demais para o ambiente.
─ Estava analisando, apenas.
O homem não disse nada. Seus olhos ainda sustentavam meu olhar e seu corpo estava encostado em meu carro, assim como eu. Nos encarávamos como se fosse uma guerra e pensei que assim seria por muito tempo, mas ele apenas sorriu de canto e desviou o olhar para baixo.
Suas mãos vasculharam o bolso da jaqueta de couro. Ele tinha um cheiro másculo, mas muito bom
Parecia uma mistura familiar de menta, um pouco amadeirado mas ainda sim sutil.