Preto e branco

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Quando Irene, Antônio e Caio chegaram ao hospital. Receberam a notícia de que Daniel havia sofrido um traumatismo craniano e estava em cirurgia, Petra estava acordada e levando pequenos pontos nos braços. Antônio foi visitar a folha que só conseguia chorar preocupada com o irmão. Mas Irene e Caio não saíram na porta da sala de cirurgia nem por um instante. A mulher sentiu como se seu coração fosse parar de bater quando um médico saiu de lá com uma cara de quem daria más notícias, enquanto ele os avisou que Daniel não passaria daquela noite. A mulher sentiu que seu mundo estava prestes a desabar, Daniel não merecia aquele fim.

Ela tentou segurar as lágrimas, mas tudo foi em vão assim que Daniel morreu em seus braços dizendo que a melhor parte da sua vida foi aquela em que ela foi sua mãe. Dizendo que a amava. Ela sentiu como se uma parte dela estivesse morrido, como se tudo em volta tivesse perdido a cor. Sua vida não tinha mais nenhum sentido.

Não sem ele.

Não sem seu filho tão amado.

Depois de ter que se despedir de Daniel, Irene não trocou mais uma palavra com ninguém, nenhum dos membros da família. Ela passou a noite toda em claro, olhando a fazenda pela sacada do quarto, pensando nos momentos que viveu com Daniel, desde que ele nasceu, suas primeiras palavras, os primeiros passos...a primeira vez em que ele disse: "eu te amo mamãe" seu primeiro desenho, quando ele começou a ir para a escola, ou quando dicidiu que queria ser advogado. Ela não podia acreditar que seu filho havia partido tão cedo, antes dela.

Um mês havia passado. Tudo parecia estar escuro, Antônio não havia dado nem se quer uma palavra de consolo para a mulher depois da morte de Daniel, nem um abraço. O homem ficava o dia inteiro trancado no escritório e quando saia ia para o bar. Sim, o bar. Desde o princípio Irene soube que estava sendo traída, mas ela não se importou, nenhuma dor podia ser maior do que a de perder seu filho. Ela não saia do quarto e mal se alimentava.

Petra e Luigi se casaram apenas nos papéis, já que Luigi já passava o dia inteiro na casa dos La Selva. Mas ele passava o dia inteiro fora fazendo algo que ninguém sabia do que se tratava. Enquanto Petra dormia o dia inteiro a base de tarja preta, ela não suportava lidar com a dor da morte de seu irmão, prefiria passar o dia dormindo.

Caio era o único que tentava seguir a vida de cabeça erguida, mesmo que a sentisse falta de Daniel absolutamente todos os dias. Ele ainda não havia tomado coragem de dizer alguma coisa para Irene, mal via a mulher que praticamente não saia do quarto. Além de que não sabia se usaria as palavras certas pra falar com ela sobre a morte de Daniel, ele nunca foi a melhor pessoa pra consolar alguém, ainda mais depois de tudo que aconteceu entre eles, mas de qual jeito, sentia um nó na garganta, uma angústia. Sentia que devia falar com ela.

•Depois de jantar sozinho, para varear. Ele estava a caminho de seu quarto (que agora era dentro da casa) quando viu Angelina voltando para a cozinha com uma bandeja de comida cheia. Estranho

Caio - O que foi, Angelina? Tá tudo bem? ~ Perguntou ao notar a expressão estranha da mulher

Angelina - Comigo sim, Irene que resolveu fazer uma grefe de fome. Como se isso fosse trazer o Daniel de volta. ~ Falou revirando os olhos

Caio - Ela não come a quanto tempo?

Angelina - Nem sei, as vezes ela toma café da manhã. Quando todos já saíram da mesa. ~ Explicou

Caio - Nossa...

"Será que eu vou lá?"

Caio pensou por alguns segundos, mesmo não sabendo se estava pronto para tentar consolar Irene depois de tanto tempo. havia uma parte dele que sentia falta até das brigas que tinha com a mulher, ele precisava vê-la.

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