Orgulho

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Semanas depois....

Depois da revelação do delegado, de descobrir que seu filho não havia morrido num acidente, da briga com Caio a vida de Irene se tornou ainda mais complicada. Naquela noite, poucos minutos depois de Caio sair do seu quarto furioso, ela percebeu que havia cometido um tremendo erro em culpá-lo.

Só que não pediria desculpas. Não admira que estava errada, ela preferiu guardar para si toda a culpa que estava sentindo, seu orgulho falava muito mais alto do que qualquer sentimento

A mulher era dura e teimosa. Não cederia fácil, mesmo sabendo que estava completamente errada. Mas sozinha entre quatro paredes, ela lembrava dos momentos que teve com Caio, os beijos, o jeito bruto dele, de como ele foi a única pessoa que a acolheu quando mais precisava. Nossa, como sentia falta dele.

Caio também pensava em Irene, sentia falta de tudo na mulher. Até daquele jeito mandão e autoritário, do perfume dela, de seu sorriso. Que sorriso. Do som da voz dela dizendo "meu bem" mesmo que sem querer.

Os dois mal se cruzavam pela casa, e quando acontecia nem mesmo se olhavam nos olhos, tudo havia voltado a ser como antes, mas dessa vez pior. Porque tinham memórias.

Toda maldita vez que deitava em sua cama ela lembrava da última noite que passou com Caio.

Cada segundo tão intenso que não voltaria a se repetir.

21:00

A matriarca dos La Selva estava prestes a ir se deitar quando recebeu uma ligação de Graça, fazia tempo que a ex noiva de seu falecido filho não entrava em contato. A loira comunicou a Irene que estava de mudança e que venderia sua butique para ajudar os pais que estavam com problemas financeiros

Quando ouviu aquilo foi como se uma lâmpada surgisse na cabeça de Irene, seria perfeito pra ela comprar a loja de roupas e colocar em seu nome. Ela tinha economias no banco e realmente precisava de um negócio só seu, o casamento com Antônio não andava nada bem. Os dois brigavam cada vez que tentavam iniciar uma conversa, Antônio passava o dia no trabalho e a noite no bar, além de que a mulher não suportava a ideia do mais velho lhe tocando. Tudo estava monótono, indiferente entre os dois

Ela marcou um encontro com Graça no dia seguinte para falar sobre a papelada que teria que assinar e é claro, sobre o pagamento também.

Naquela noite a mulher conseguiu dormir um pouco mais tranquilamente, pensando no dia seguinte. Apesar de que sua cabeça ainda estivesse bem perturbada, não havia um minuto se quer que ela não pensasse nas palavras do delegado.

Quem foi capaz daquela crueldade?

1,2,3...

Lá estava ela nos braços de Caio, chorando enquanto o mesmo a consolava com palavras gentis, com carinho..

Num susto ela acordou, se sentando na cama.

Irene - Não, nunca! Nunca! ~ Disse para si mesma. - Mas que porcaria!!!

Eu não o obriguei a me ajudar aquele dia!

Pensou consigo mesma, na intenção de se sentir melhor. O que não funcionou!

No dia seguinte...

Logo cedo Irene foi a casa de graça, todos estavam bem contentes que a mulher ia comprar a botique. Ela nem se deu o trabalho de contar pra Antônio sobre sua decisão, afinal o dinheiro que gastaria era dela

Irene passou a manhã toda com Graça e Tadeu, resolvendo todas as burocracias, passando tudo para seu nome, a cada linha que assinava, sentia sua liberdade mais próxima.

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