Nenhuma lágrima.

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Irene sentiu como se tudo passasse em câmera-lenta como um filme, por seus olhos. Ela sentiu sua visão ficar meio embaçada e as pernas tremerem, tudo fazia sentido agora.

Irene On

Eu tive a merda de um pressentimento horrível quando Petra me disse que Caio havia saído cedo. Eu sabia que algo estava errado e não era tão recente, a umas duas semanas ele tinha começado a dar umas saídas, dizia que ia resolver algumas finanças, eu desconfiei sim, afinal Caio sempre detestou lidar com números, prefiria por a mão na massa, se enfiando no meio do mato. Ele me avisava sim, todas as vezes, mas mesmo assim eu tinha uma impressão ruim, de que ele estivesse me escondendo alguma coisa

Me inclinei um pouco pra frente e disfarça mente aspirei o cheiro que vinha do seu pescoço. Um perfume de mulher do mais vagabundo.

Além das saídas ele também recebeu ligações umas 3 vezes e assim que essa pessoa telefonou ele pegou o celular e se afastou para atender. Mesmo com tudo isso eu estava fingindo que não percebia, tentando me convencer de que talvez eu estivesse vendo coisa onde não tinha, mas naquele momento as peças se encaixaram.

Irene - Desgraçado... ~ Eu falei baixo enquanto respirava profundamente e no momento seguinte empurrei as mãos dele que ainda estavam em minha barriga

Caio - Irene, o que foi? ~ Perguntou como se estivesse sem entender

Irene - Se afaste de mim agora, antes que eu passe mal com esse cheiro de perfume vagabundo que está impregnado em você! ~ Falei um pouco mais alto

Ele me encarou com os olhos arregalados assim como Petra, mas não se moveu, um ódio tomou conta do meu corpo que ainda estava totalmente dolorido, mas tirei forças de algum lugar pra sair da cama.

Ele me olhou com preocupação e se aproximou tentando me ajudar

Irene - Não encosta em mim! ~ Eu gritei o fazendo se assustar - Aliás é uma coisa que você nunca mais vai fazer...

Caio - O que é isso Irene?

Petra - Também não estou entendendo, mãe.

andei até o outro lado da cama, o suficiente para ficar longe dele

Irene - Olha a gola da camisa desse desgraçado do seu irmão, Petra! ~ Falei sem paciência.

Petra o fez, colocando a mão na boca surpresa ao ver a mancha e isso também fez Caio perceber

Caio - Meu amor-

Irene - Não me chame de meu amor nunca mais, seu canalha! ~ Falei

Caio - Não é o que você está pensando... ~ Ele tentou falar sendo cortado por mim

Irene - Nunca é, né? Todos são iguais. ~ Esbravejei usando todas as minhas forças para prender o choro já intalado em minha garganta

Caio - Eu posso explicar...isso foi-

Irene - Cala essa boca! ~ Gritei - Não quero suas explicações imundas, saia desse quarto agora! ~ Ela ordenou

Caio - Eu vou porque não quero te ver estressada, mas depois vamos conversar!

Irene se virou para não ter que encara-lo nos olhos. Caio sai do quarto com a cabeça baixa, enquanto Irene permanece em silêncio, sentindo uma mistura de tristeza e raiva.

Petra se aproxima abraçando a mais velha, tentando conforta-la.

Petra - Eu não achava que o Caio seria capaz de uma coisa dessas...

Irene - Nem eu, mas não importa. Eu sou muito forte e nós vamos deixar o Caio e todas as mentiras para trás.

Petra - Pra trás? ~ Perguntou sem entender

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