Próximos demais

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2 dias se passaram depois daquele momento de um misto de sentimentos, nenhum dos dois tocou no assunto de nenhuma parte daquele dia em que passaram "trabalhando" juntos e muito menos do momento em que pela primeira vez Caio viu Irene demonstrando fragilidade. Foi como se nunca tivesse acontecido.

...

2:00

Irene acordou no meio da madrugada e percebeu que seu sono havia partido rapidamente. Tantas coisas passavam pela cabeça dela a cada minuto, a sucessão, a presença da ausência de amor que Antônio tinha para com ela, o pensamento de que sua vida poderia desmoronar se o marido descobrisse que seu filho Daniel estava totalmente encantado por sua inimiga...e o fato de que tinha chorado bem na frente de Caio depois dele jogar cruéis verdades em sua cara.

Sim, verdades.

Em todos aqueles anos de casamento, Antônio nunca havia se quer dito que a amava, Irene era única que fazia isso. Na maioria das vezes ela também era única com demonstrações de carinho.

A mulher levantou da cama colocou um roupão por cima da camisola de seda que usava e então decidiu sair do quarto e ir até a cozinha preparar um chá para ver se encontrava o bendito sono.

Ela colocou a água no fogo e em seguida, abriu a porta e saiu...foi até a sacada da cozinha. Observando todas aquelas terras e tanta calmaria, a mesma se inclinou, apoiando seu cotovelo no grande corrimão branco enquanto pensava em toda sua vida até ali.

- Pensando na próxima vítima que vai fazer?

Um susurrou atrás de si, a vez virar de pressa dando de cara com Caio sério e ao mesmo tempo irônico.

Irene - Mas que...porcaria, hein? ~ Revirou os olhos - Não posso nem pensar em paz que sou incomodada. Quem é a primeira vítima?

Caio - Ué, me diz você a quantos anos estraga a vida das pessoas! ~ Cruzou os braços

Irene - Eu sou uma mulher honesta, nunca estraguei a vida de ninguém, eu-

Caio - Com certeza! ~ A Interrompeu- Honestíssima...

Irene - Senti um tom irônico e não gostei nada disso ~ Ela se virou chegando mais perto de Caio

Caio - Não gosta da verdade, né?

Foi a última coisa que perguntou antes de dar um passo para frente, diminuindo mais a distância entre seus corpos

Irene ergueu a cabeça olhando o mais novo nós olhos, tentando fazer parecer que aquela proximidade não lhe causava nada, como se dissesse na cara dele que era superior.

Aquilo era o que causava mais ódio em Caio, a madrasta sempre foi daquele jeito.

Com aquele olhar de superioridade pra ele.

O olhar de Caio para Irene como um predador observando sua presa, desejando comê-la de forma primordial.

Um pequeno e inevitável suspiro  escapou da garganta dela que aínda tentava se manter firme, o olhando nos olhos. Caio continua a observa-la.

A ansiedade toma posse deles, fios de eletricidade correm por suas veias, os corpos esquentam com o quão tenso estava a volta dos dois.

Quase involuntariamente, o olhar do mais alto percorre o corpo de Irene. O roupão dela estava aberto e a camisola de seda marcava completamente suas curvas. A mais velha era sem dúvidas uma mulher muito atraente. Mas Caio jamais admitiria isso em voz alta. Os olhos dele observam a madrasta com tanta intensidade, tanto poder que a consome, a deixa fraca, completamente sem chão, suas pernas tremem...

Irene On

O que era aquilo?

O que eu estava sentindo?

Sempre detestei Caio, cada gesto pequeno dele me irritava como nada mais. Ele gostava de me provocar sempre que tinha oportunidade. Sempre. E eu nunca deixei isso barato, fazia de tudo para ferrar a barra dele com o pai e dar sempre o melhor para meus filhos, mas desde o dia da nossa discussão por causa dos brincos da mãe dele que eu dei pra graça, começei a sentir algo. algo que não podia.

Irene - Verdade...que verdade? ~ Perguntei tentando parecer calma

Caio - Que você não é honesta porcaria nenhuma! ~ Falou apontando pra mim e se aproximando mais

Irene - Você n...não sabe nada sobre mim.

Caio - Sei sim, aliás, sou o único que te enxerga como você realmente é.

Dou mais um passo para trás me afastando sinto minhas pernas se chocarem com a parede da sacada. Merda! Estou encurralada, ele se aproxima ainda mais, perto demais, próximo demais, seu olhar cai sobre minha boca, voltando em seguida a me encarar tão intenso quanto antes. Sinto o ar escapar dos meus pulmões, mas ainda conseguem me manter em pé e com a postura firme, estou tensa com tamanha aproximação. Ele não parece estar tão tenso quanto eu.

Irene - Acho melhor não brincar comigo! ~ respondo friamente, tentando manter o contato visual para cumprir a veracidade de minhas palavras.

Caio - Acha que me amedronta? ~ ele diz em um sussurro com a voz rouca e falha, aproximando mais o rosto do meu

seus olhos mergulhavam nos meus, profundos, intensos, percebo desejo e malícia. Por um momento deixo-me levar por aquele olhar, desejando tanto quanto ele que aquela aproximação fosse adiante, o ar de sua respiração quente atingindo minha pele. Mas não posso, não posso me deixar levar por uma onda de sensações carnais absurdas que se fazem presente. Caio é meu enteado. Irmão dos meus filhos e meu inimigo.

Estamos cara a cara, nossos narizes quase se tocando, uma onda de raiva, tensão e desejo se misturam em nosso olhar. Meu corpo estremece ao sentir o toque da ponta dos dedos dele em minha cintura...

Continua....

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