Desconfiança e mágoa.

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Irene chegou a sala, tendo todos os olhares sobre si. Marino estava conversando aflitamente com Antônio, Caio, Petra e Luigi lado a lado com os olhos arregalados esperando o que o delegado tinha para dizer.

Antônio - Finalmente! ~ Falou indo em direção a mulher e segurando seu braço

Irene - Aí, Antônio! O que é isso? ~ Perguntou.

Antônio - Onde foi que você se meteu? ~ Perguntou, desconfiado

Irene - Estava...passeando no jardim! ~ Mentiu desviando seu olhar, para Petra e Luigi

Antônio - Acha que tenho cara de idiota?

Acho.

Irene - Pode parar com esse show? Todos estão olhando para a gente ~ Ela pediu, nervosa

Antônio - Se estiver me traindo, vai se arrepender do dia em que nasceu! ~ Susurrou no ouvido da mulher, em tom Ameaçador. - Bom, posso começar a falar o...delegado! ~ Falou indo até o centro da sala, levantando Irene junto

Marino suspirou, como se estivesse prestes a soltar uma bomba e se virou em direção a família

Marino - Bom, o que tenho pra dizer pode ser difícil para a maioria de vocês... ~ Avisou - É sobre o Daniel.

Irene - Daniel??? ~ Ela foi em direção ao delegado - O que tem pra falar sobre meu filho? ~ Perguntou já começando a se desesperar.

Marino - É melhor a senhora ter calma...

Petra - Ele tem razão, mãe! ~ Ela se aproximou abraçando a mais velha, tentando acalma-lá

Irene - Tá bom, vou tentar, agora por favor diz!

Marino - Ok, é...diante de muita investigação cuidadosa, descobrimos que...na verdade, a morte do Daniel não foi um acidentes, alguém sabotou os freios do carro dele.

Irene - O QUE? ~ Ela gritou e seus olhos imediatamente se encheram de lágrimas

Antônio - Que brincadeira é essa Marino? ~ Perguntou, furioso.

Petra - Então meu irmão na verdade foi assassinado?

Caio - Tem certeza disso delegado? ~ Ele levantou do sofá onde estava indo em direção a Marino. - Pode ter algo errado, algum engano...

Nesse momento os olhos de Irene foram em direção a Caio.

Marino - Não, temos certeza.

Caio - Certeza, mas...-

Irene - Caio, por que você está fazendo essas perguntas? ~ Ela disse apertando os olhos

Caio - Ué, porque...derrepente o delegado vem com essa teoria.

Delegado - Não é teoria, foi provado pela perícia! ~ Afirmou

O sangue de Irene gelou.

Caio está tentando fazer parecer que o delegado está errado, mas por que?

Petra - Quem teria motivos pra querer o Daniel morto? ele era o melhor homem do mundo!

A frase de Petra fez Irene pensar ainda mais, nos últimos dias antes da morte de Daniel

A memória clara de Daniel nervoso veio em sua mente, depois da discussão dele com Caio, porque o irmão mais velho não havia aceitado o fato de Antônio ter nomiado Daniel como seu sucessor.

Caio.

Marino - Preciso que vocês lembrem, se Daniel tinha uma rixa com alguém, se ele fez inimigos...

Antônio - Pelo que eu me lembre, não. ~ Disse pensativo

Irene - Tudo isso...é difícil de mais pra mim, preciso me retirar! ~ Ela falou baixo, mas antes que pudesse sair Antônio segurou novamente seu braço

Antônio - Quantas vezes tenho que dizer que não podemos demonstrar fraqueza na frente dos outros?! ~ Disse olhando nos olhos da mulher.

Irene - Isso não vale quando se trata do meu filho, Antônio! ~ Puxou seu braço com força conseguindo o soltar - Você não tem coração, não?

Antônio - Olha quem fala!

Irene - Eu tô cansada, cansada! ~ Explodiu a mulher, antes de sair andando em direção ao quarto.

Irene entrou no quarto e bateu a porta, indo em direção a cama. Ela sentou, sentindo que o teto estava prestes a cair sobre sua cabeça.

Daniel foi assassinado

Então novamente, pode ouvir em sua cabeça sonoramente as perguntas que Caio fez ao delegado e também lembrou da discussão que ele teve com Daniel sobre a sucessão.

Desconfianças se passavam na cabeça da mulher, ela não queria acreditar que havia sido Caio a provocar a morte de Daniel, mas ao mesmo tempo, era a explicação mais plausível.

Foi o Caio!

Quase no mesmo segundo em que ela pensou isso, a porta do quarto se abriu. Era ele.

Irene - Não pode entrar aqui desse jeito-

Caio - Calma, meu pai já saiu, Petra e Luigi foram até a delegacia com o Marino. Eu vi como você ficou nervosa... ~ Falou se aproximando dela

O coração dela batia desesperadamente, seu corpo inteiro tremia. Tudo o que passava na mente de Irene naquele momento a deixava extremamente apavorada.

Caio - Eu... ~ Ele tentou tocar a mão dela que se levantou no mesmo segundo.

Irene - Não encoste em mim!! ~ Ela gritou

Caio - Irene, eu sei que foi difícil pra você saber que....

Irene - Para, para de falar! Se se fazer de inocente! ~ Falou, enquanto as lágrimas voltavam a escorrer por seu rosto

Caio - O que? Do que você...

Caio parou de falar, ao perceber o que estava acontecendo. Ele entendeu as reações da mulher, juntou as peças do quebra-cabeça.

Caio - Está achando que fui eu? ~ Perguntou baixo

Irene não disse nada, ela encarou o chão. Tentando pelo menos parecer calma

Caio - Não acredito nisso! ~ Disse olhando para mulher.

Um sentimento terrível de mágoa e traição tomava conta de Caio. Ele estava despedaçado.

Irene - Como teve coragem? ~ Ela perguntou passando a mão no seu rosto já borrado de rímel - Como?

Caio - Coragem de que?

Os olhos dele também se encheram de lágrimas.

Irene - Para com esse joguinho, para! Não acredito em uma lágrima se quer! ~ Falou, ríspida

Caio - Irene, você não tem idéia do que está fazendo! Está sendo injusta, muito injusta!

Irene - Quem é você pra falar de injustiça?

Caio - Eu jamais mataria uma pessoa, ainda mais o meu irmão! Meu irmão.

Irene - Por que é que eu deveria acreditar nisso?

Caio - Quer saber? Chega! ~ Gritou, apontando para a mulher - Eu devia estar louco quando me apaixonei por você, uma mulher fria e sem coração! Que só deseja e faz mal para todos ao seu redor, o que eu esperava? ~ Ele deu uma risada totalmente coberta por tristeza - Que existisse algum pingo de sentimento nesse cubo de gelo que é você? talvez sim, mas agora posso ver que estava errado. Você ainda vai vir atrás de mim, se rastejando como a cobra que é, vai me pedir desculpas pela grande injustiça que está cometendo e eu NUNCA vou aceitar! ~ Ele passou pela mulher, fechando a porta com força ao sair.

Ele disse "apaixonado" ?









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