· Eight.

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A Mentira de Edmundo

Entramos pela passagem do guarda roupa, Pedro e Susana tinham entrado na saleta para nós procurar, e nos três caímos no chão.

– De novo aí dentro? — disse Susana.

– Sim. — falei dando tapinhas no vestido.

Lúcia se levantou e começou a pular de alegria, Edmundo postou-se ao meu lado, mudo, Lúcia foi para perto de Pedro, o pegando pelas mãos.

– Pedro! Susana! Meri e Edmundo foram até Nárnia! Não é gente. — disse olhando para Pedro e logo depois para nós.

– Sim, nós fomos... — falei. – lá é tão lindo...

Edmundo bufou.

– É! Nós estávamos dentro do guarda roupa, fingindo estarmos no mundo de Lúcia. — ele disse maldosamente.

Lúcia chorou.

– É verdade! Meri foi com o Ed! Meri diga a eles!

Os olhares caíram sobre mim novamente.

– Lúcia fala a verdade, nós fomos. — disse, mas minha voz estava desanimada.

– Você viu o fauno?— perguntou Pedro.

– Não o vi, mas vi todo o resto, a neve, o lampião... Tudo, mas o fauno não. — disse.

Edmundo bateu o pé.

– As crianças não vêem a hora certa de parar são duas bebezonas. — disse Edmundo irritado.

– Eu tenho a sua idade seu idiota! — falei com ódio.

– Ah! Agora você fala comigo? — disse ele provocativo.

– Parem de brigar! — disse Lúcia aos berros e correu.

Meu coração estava aos pedaços, não gostava de vê-la chorando.

– Edmundo você não me tente! — disse dando um passo a frente.

– Ou o quê? Vai contar para o vovô? — disse.

– Você que pediu! — disse quase dando um soco nele.

Susana me puxou pela cintura e me trouxe para perto de si, segurando meus braços.

– Você vai para o seu quarto Meri, ele não merece sua atenção. — Susana falou.

Pedro dava bronca no irmão, fui mesmo até meu quarto, os Pevensie mais velhos foram até o escritório de meu avô, já que Lu se escondeu lá, eu estava no meu quarto a horas chorando e chorando, pedi para jantar sozinha no quarto, era quase oito horas da noite quando ouvi alguém batendo a porta.

– É o Pedro. — disse uma voz abafada atrás da porta.

– Pode entrar. — respondi com voz chorosa.

Pedro entrou devagar e fechou a porta, eu estava deirada, virada para a parede, mau tinha comido, Pedro se sentou na ponta da cama com as costas encostadas na cabeceira da frente.
Ele ficou um tempo calado olhando para frente, o espelho da cama, parecia estar querendo só me fazer companhia, pensando no que falar ou apenas tentando me deixar mais confortável.

– Meri, eu sei que Edmundo não é o melhor menino, mas ele é bom, eu acho, prefiro acreditar nisso... — disse sem olhar para mim.

Me ajeitei, sentei a frente dele na outra ponta da cama, mais ou menos no ponto que ele já olhava.

– Eu sei que ele é seu irmão, mas, ele me disse coisas tão más tão más hoje, quando estávamos em Nárnia, ele fez uma burrice... Bem, eu não vejo mais a bondade nele. — falo.

– Por isso está aqui desde hoje a tarde?.

Fiz que sim com a cabeça, o contei tudo que Edmundo me disse, chorei, Pedro parecia realmente preocupado, quando terminei ele me abraçou forte.

– Ele não podia ter dito coisas tão cruéis a você... — disse ainda me abraçando. – são só crianças...

Ri fraco.

– Você também.

– Mas sou quatro anos mais velho. — diz se afastando. – tenho 15 anos lembra? Você e Ed só 11.

– Ha! Ha! Ha! Grande diferença. — falei tentando fazer piada.

– É sim. — brincou. – Sei que depois disso não vai se reconciliar com ele tão cedo, mas, pesso desculpas, por ele.

– Acho que; perdoado. — disse.

– Meri, lhe asseguro uma coisa, você não é nada mimada, fez muito por ele, por nós quatro, divide de tudo conosco, é a pessoa mais humilde que conheço. — disse dando um leve sorriso. – quanto aos pais, eu não poço fazer nada, mas por um verão, poço ser seu irmão mais velho? Acho que levo jeito pra coisa.

Ri e o abracei, ele pareceu surpreso.

– Obrigada, irmãozão! — digo ainda o abraçando.

– De nada, irmãzinha. — ele me abraçou de volta. – e isso não significa ser irmã de Ed!

– Nunca! — disse e ri.

Certamente Pedro é o melhor garoto que conheci, e olhe que eu só conheço dois.
Quando ele foi, fiquei lendo um pouco, vovô entrou.

– Eles sabem de Nárnia? — ele disse meio alegre.

– Sim, mas não acreditam, só Lu, Edmundo foi comigo, eu não os contei, foi por conta própria, vovô, eu vi Jadis! — disse me um fôlego só.

Vovô ficou mais palido doque já era.

– Ela... Ela chegou em Nárnia?

– Infelizmente, Aslam não estavam em lugar algum, ela se diz Rainha de Nárnia! E Edmundo acredita! Eu o contei tudo vovô.. eu contei...

– Fez certo, mas ele acreditou em você?

– Não e me disse tantas coisas más... — falei lacrimejando.

Ele me puxou e me abraçou.

– Pedro contou, minha criança... Você sabe que eu te amo, não é? — disse dando um beijo na minha testa.

– Sei vovô, eu também o amo. — falei o abraçando.

– É isso, seus pais a amam até hoje, amam tanto quanto eu, até mais, quando pensar em mim, será como pensasse neles e em sua vó também, todos nós a amamos, o que importa é isso, sabe que um dia todos nós estaremos juntos, é sério.

Não respondi.

– O amor que eles tem por você supera a morte minha filha, não morre como nós, ele é eterno. — explicou. – Ei, não acha Pedro um bom menino? — ele tentou mudar se assunto.

– Sim, ele se propôs a ser meu irmão mais velho por um verão! Não é engraçado...

– Em partes, não vou mentir, ele é um bom amigo, é sim, Susana também, e a pequena Lúcia, sabe, ela só falava o quanto você faz falta na mesa de jantar. — ele disse e eu dei um sorriso. – Martha então, oh! Martha minha amiga, estava toda tristonha e desesperada.

– Vou falar com ela depois...

É, eu realmente não deveria ligar para o que aquele bobão fala.
No outro dia o clima estava meio tenso, sentia os olhares de Edmundo sobre mim, parecia mudar de ideia toda hora, em um momento ele parecia arrependido, em outro plenamente satisfeito, deveria ser efeito colateral do feitiço no manjar turco.
Espero um dia voltar a Nárnia e desmascarar tudo isso, só para mostrar a Edmundo o quão errado está.

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• Notas da autora •

Pedro um anjo, Edmundo já é outra história... KKKKKKKKKK
TÁ CHEGANDO NA PARTE QUE EU QUEROO
Esqueci de falar mas: cliquem na estrelinha, cai o dedo não, eu juro, se cair é culpa de Jadis  não minha.

The Golden Age [01]Onde histórias criam vida. Descubra agora