· Twenty-seven.

348 32 40
                                    

A Chegada do governador

Já tinha se passado uma semana desde o jogo de xadrez com Edmundo, eu mau o vi durante esse tempo, apenas na hora das refeições, mas ele vivia quieto, Lúcia disse que anda estressado com a construção da ponte Ilha de Galma, lá era um dos lugares mais próximo onde tinham sua população como filhos de Adão, ou humanos.
Eu e Susana estávamos no Salão das Meninas, eu com meu cavalete, tentando ter uma ideia do que pintar, mas nada fluía, Susana estava lendo um romance, todo o momento me contando sobre as cenas, Lúcia entrou correndo, ofegante, com Flora atrás dela.

Rápido! — disse Lucia.

– Meninas, o governador de Galma e seus filhos estão aqui! — Flora completou.

Susana levantou do sofá num salto, me virei e olhei para Susana.

– Tinha me esquecido completamente. — falei nervosa.

– Pedro deve querer que nós demos as boas vindas, não é? — Susana comentou enquanto limpava a saia.

– Exatamente por isso que viemos chama-las — Flora disse fazendo menção a descermos.

Lúcia assentiu e pegou minha mão, me puxando para descermos até a entrada, assim que chegamos ao térreo vi o governador Alastor e sua filha, Pedro era o único que estava com eles, começamos a andar mais devagar, vi Edmundo cruzando o corredor, ele parecia ter saido do Salão dos Tronos nesse momento, Pedro nos viu e limpou a garganta pegando a mão de Flora relutante.

– Como tinha dito, está é minha namorada, Flora. — apresentou e Flora deu um sorriso gentil. – a... futura rainha.

Flora deu um suspiro pesado, sem parecer muito confortável, aparentemente tem algo de errado com os dois de novo.

– É um prazer conhece-lo, vossa excelência. — ela disse estendendo a mão para o homem apertar.

– O prazer é meu, é verdade que a senhorita é uma ninfa dos bosques? — ele perguntou curioso, sua voz escondia um desdém.

– Sim senhor, minha árvore é uma macieira. — comentou envergonhada.

O governador pareceu um pouco preconceituoso ao ouvir, fez uma leve feição de desprezo, Pedro levou Flora um pouco mais distante do homem sutilmente, como se ele pudesse a fazer mal, admirava isso nele, por mais que estivesse irritado com alguém não gostava menos dela por isso, encontra partida Ed se isolava dela.

– Creio que já conheça todos os meus irmãos, também Rei e Rainhas. — Pedro falou disfarçando.

– Sim, menos a mocinha. — disse se referindo a mim.

Eu estava ao lado de Edmundo e Lúcia, olhei para minha amiga de relance e dei um passo a frente.

– Boa tarde, sou a Princesa Meredith. — estendi a mão para ele.

Ele fez uma leve reverencia e a apertou.

– Devo dizer que Vossa Alteza é uma moça bem encantadora. — sussurou.

Sorri fraco e envergonhada, ouvi alguém limpar a garganta, mas não soube destinguir quem.

– Uma pena meu filho Atlas não estar aqui, teria gostado de comhece-la. — disse ao soltar minha mão. – está é minha caçula, Âmbar.

A jovem fez uma reverencia, ela tinha minha idade aparentemente, olhos azuis e cabelo ruivo, não era alta nem baixa, me parecia alguém agradável mas no fundo alguma coisa me dizia o contrário.
Um garoto veio andando até nós, era alto tinha olhos castanhos e cabelo preto, ele parou ao lado do governador, me olhou e deu um sorriso de lado.

– Falando nele, pai. — Âmbar disse e cruzou seus braços.

– Boa tarde majestades. — disse curvando-se, tomou minha mão e se curvou a mim também. – Alteza, está linda com esse vestido. — falou e beijou minha mão.

Corei.

– Um prazer conhece-lo. — falei baixinho.

– Ele é todo meu, uma dádiva conhecê-la, ouvi muitas histórias sobre vossa Alteza. — disse se endireitando. – todas boas.

Sorri fraco, envergonhada novamente, mas de um jeito bom.

– Bem, Meri, vamos? — disse Edmundo, parecia encomodado.

– Vamos? — repeti confusa.

Ele bufou, me virei para ele e o moreno revirou os olhos.

– Tenho que falar com você.

Os outros já não prestavam mais atenção em nós, apenas Atlas pareceu nos ouvir, ficou intercalando o olhar entre mim e Edmundo, assenti mesmo sem saber exatamente o que aconteceu, me aproximei de Ed, que puxou minha mão e me levou para dentro.
Estávamos andando até as escadas quando simplesmente parei de andar.

– Ed, o que houve? — perguntei.

– Nada. — mentiu. – só acho que faz tempo que não conversamos.

Isso era verdade, mas do nada?

– Diga a verdade, Pevensie.

– Não fui com a cara dele, esse tal de Atlas. — falou voltando a subir os degraus, fui atrás dele.

– O achei muito... cortês. — escondi um sorriso.

Até demais. — se virou para mim e revirou os olhos.

Limpei a garganta.

– Ciúmes? — disse provocando-o.

– De quê? — rebateu.

– De mim, ele só foi educado e você se prontificou a me tirar de lá as pressas. — comentei cruzando os braços. – sabe que não vai perder seu lugar para ninguém, não sabe?

Ele ficou em silêncio e engoliu em seco.

– Ed! não seja tolo, é meu melhor amigo, depois de Lúcia. — falei, ele permaneceu calado. – não acredito que vai mesmo me deixar falando sozinha.

Não entendo ele, em um momento diz que quer conversar comigo em outro me ignora, o que ele acha que sou? Uma piada?
Comecei a subir a escada mais rápido, passando a frente dele, fui em direção a biblioteca, ele chamou por mim e eu o ignorei, abri a porta da biblioteca e corri para a sessão da História de Nárnia, que ficava no fundo da enorme sala, amava ler a parte do surgimento, matava a saudade de vovô.
Ouvi a porta abrir, Edmundo gritava meu nome, tentei ficar o máximo quieta que consegui, parecia que tínhamos 11 anos de novo e eu estava brincando de esconde esconde, se bem, que ele era um idiota nessa época e nesse momento era realmente um.

– Sabia que estaria aqui. — Edmundo surgiu e se sentou ao meu lado.

Fui eu que permaneci em silêncio dessa vez.

– Desculpe — murmurou. – eu sei que foi idiotice da minha parte te ignorar.

– Ainda bem que sabe disso. — respondi.

– Mas não acha que ele é muito saidinho?

Olhei julgadora para ele.

– Não.

Ele piscou algumas vezes e franziu o cenho.

– Bem, eu tenho que ir, essa recepção de Pedro fez eu me atrasar uma reunião com uns arquitetos. — ele se levantou.

Assenti e ele foi embora.

— — — — — — — — — — — — — — — — —

• Notas da autora •

Não sei se gostei mas tá aí.
Passando para dar um spoiler bom, daqui para frente teremos capítulos — e fragmentos deles — narrados pelo nosso rabugento favorito... Ok q ele não é mais rabugento, mas tá valendo, não tá? KKKKKK
Aperta na estrelinha♡

The Golden Age [01]Onde histórias criam vida. Descubra agora