— A Dança —
Fiquei na varanda mesmo quando todos voltaram para a festa, escutava a melodia que os faunos tocavam com suas flautas, era lenta, eu estava escorada no parapeito, sentindo a brisa salgada fazendo meus cabelos voarem, notei alguém se aproximando e se escorando no parapeito ao meu lado, olhei para o alguém.
– Não vai entrar? — perguntou Edmundo despreocupadamente.
– Não, não agora. — respondi voltando a olhar a praia. – e como vai o decreto contra os manjares turcos?
– Quando a Princesinha vai esquecer isso? — falou dando uma cotovelada leve no meu braço.
– Nunca, meu caro Rei, nunca. — respondi também dando uma cotovelada em seu braço.
Ficamos por lá, vendo o fim de tarde se transformar em noite, em silêncio, as estrelas em Nárnia eram bem mais brilhantes do que no mundo em que nasci, pareciam cantar, conversar entre si.
– Ei, Meri, me daria a honra de uma dança? — disse enquanto fazia uma reverencia exagerada.
– Hum... — disse fingindo estar pensando. – claro, vossa majestade real. — e peguei sua mão.
Estávamos dançando exageradamente, desengonçados, tropeçando nós pés um do outro, ele me girou rapido e eu quase cai de tão tonta, só sabiamos rir, estavamos alí mesmo na varanda, fazendo graça, hora eu regia os paços, hora ele regia, só sei que em um certo momento caimos no chão as gargalhadas.
– Quem diria. — pensei alto.
– O que? — perguntou.
– Quem diria que depois de tudo, de todas as brigas, implicâncias nós nos tornariamos amigos. — disse olhando para ele, dei um sorriso frouxo.
Ele coçou a nuca e assentiu afirmando.
– Verdade, mas vamos combinar, nós ainda implicamos um com o outro. — ele rebateu.
– Claro, porque vossa "chiquesa real" é um bobão. — disse dando ombros.
Ele semi fechou os olhos com um sorriso de lado.
– Nem me fale vossa alteza majestosa, você também é uma completa tola. — implicou.
– Eu? — dramatizei. – se não fosse por mim o seu traseiro real não estaria mais entre nós, e sim no pais de Aslam.
Ele revirou os olhos rindo, se levantou e estendeu a mão para me ajudar a levantar, no mesmo instante levantei sozinha e virei o rosto para o lado oposto.
– Olhe! Não dá nem para ser cavalheiro com você. — disse pondo a mão no bolso.
Dei de ombros.
– Eu posso ser uma princesa, mas não preciso que nenhum Principe, ou Rei, me salve. — afirmei. – diferentemente de você, que precisou de mim para continuar vivo, umas três vezes eu acho.
– Pare com isso Meri!
– Nunca. — respondi.
– E foram duas. — comentou. – a vez que mentiu para Dona Martha não conta, ela não me mataria.
– Mas lhe salvei de alguma forma.
Ele revirou os olhos e eu dei risada dele, que me olhou julgador.
Lúcia puxava Pedro e Susana por suas mãos, os parou enfrente a porta e apontou para mim e Edmundo com um olhar animado.– Vejam, não se desgrudam! — a pequena falou.
– É Lu, você estava certa. — Pedro disse entre sorrisos sapeca. – eles estão muito próximos...
Edmundo arregalou os olhos.
– Nem venham! — disse e bateu o pé. – somos apenas amigos.
Corei ao entender do quê Lúcia queria faltar, eles pensam isso? não é bem isso que sinto por Edmundo.
– Ela ficou vermelha... — comentou Susana baixinho.
Pedro desatou a gargalhar.
– E você e Flora? — Edmundo disse com um ar de desafio. – passou os últimos dias falando dela...
– Fique calado. — Pedro falou ferozmente, começando a corar. – essa não é a questão.
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• Nota da autora •
Demorei mas cá estou, o cll descarregou galera, vou postar mais uns caps em agradecimento pelo 1° lugar no ranking♡
Ps: A partir de uns dois caps é a minha parte favorita da fic!! (No caso a fase 02)
Clica na estrelinha ★
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The Golden Age [01]
FantasiaMeredith Amare-kirke, órfã, neta de Digory Kirke e Polly Plummer, uns dos primeiros humanos que pisaram Nárnia, cresceu ouvindo histórias desse país mágico contadas por seu avô, sonhava em um dia conhecer Aslam, nunca soube ao certo se sua existênci...