· Thirty-four.

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A Trilha

Meredith

Já tinha passado da hora do almoço, foi desconfortável dividir mesa com Atlas, de vez em quando ele lançava uns olhares raivosos, eu estava a frente de Ed, que não se dirigiu a mim em momento algum, ao meu lado direito estava Lu, ela já sabiá, mas os meninos não, segurava a mão dela em alguns momentos, ela retribuia e olhava para Atlas raivosa murmurando xingamentos e palavras reconfortantes a mim.
Tinha arrumado forças sabe Aslam de onde, mas lá estava eu na linha de partida, cada dupla recebia um mapa com o trajeto da trilha e quem chegasse em primeiro basicamente recebia uma medalha.
  Me posicionei ao lado de Edmundo, ele fez menção a virar o rosto para mim mas antes que fizesse realmente e rapaz desistiu, não entendo eu não fiz nada de errado, ele que não entendeu o contexto, vai entender.
A trompa de concha para marcar a largada foi tocada por Diana, cada dupla entrou na mata, pelo mapa teríamos que cruzar metade das florestas narnianas, isso vai levar literalmente o dia todo, obrigada Lúcia Ana Pevensie.
Andamos em silêncio por um tempo, Ed não queria minha ajuda com o mapa ou com a bússola, andava a minha frente resmungando com raiva, novamente me lembrando daquele menininho mal humorado que costumava ser, sorri quando a lembrança me veio a mente, mas logo o sorriso se desmanchou.

– Ed. — tomei coragem.

– Hum. — foi tudo que ele disse.

– Desculpe por aquela cena que presenciou. — disse com vergonha.

– Sei que vai ser feliz ao lado dele. — disse tentando disfarçar o encômodo.

Não mesmo. — respondi em tom de desdém – você podia ter ficado mais uns minutos.

– Para quê? — disse parando de andar e virando apenas o rosto para mim.

Respirei fundo.

– Para quê Meri? — repetiu, seus olhos marejaram. – para ver ele fazendo aquilo que não tive coragem?

Franzi o cenho.

– Não! Para que o impedisse, já que não conseguir fazer sozinha. — eu disse quase chorando.

– O que ele fez com você?! — cerrou os punhos, amassando o mapa.

– Me beijou a força. — disse rangendo os dentes.

Edmundo resmungou um xingamento.

– Vamos procurá-lo agora.

– Não Edmundo, eu já resolvi. — me aproximei dele.

Ele fez que não com a cabeça.

– Não Meri, eu não permito que aquele engomadinho volte a chegar ao menos um mísero metro perto de você. — sua voz estava carregada de ódio.

– Eu sei me defender! — protestei cruzando os braços. – a sorte dele era que minha espada não estava comigo.

– Esse é seu problema, Meri, sempre teimosa. — olhou para mim. – me deixe fazer algo por você pelo menos uma vez!

Bufei.

– Não é hora de falar sobre seu ego. — disse irritada.

– Não é essa a questão, inúmeras vezes você salvou minha vida e eu nunca pude lhe retribuir.

– É exatamente isso! — sussurei.

Ele fechou os olhos e suspirou pesadamente.

– Eu te amo Meredith Amare-Kirke. — ele falou tentando soar calmo. – não entende?

O olhei espantada, eu não esperava ouvir isso, algo bom que não sei explicar me invadiu, meu coração parecia bater mais rápido, quase dei um sorriso, mas não consegui, os olhos de Ed brilhavam olhando fixamente os meus, o jeito que me olhava era totalmente diferente de como Atlas me olhou, era... carinhoso.

– Como? — não consegui falar outra coisa, foi literalmente a única coisa que pude pensar.

– Eu amo você, sempre a amei, desde o dia que te vi pela primeira vez, coberta de tinta, que me encobriu quando quebrei aquele jarro da casa do seu avô. — eu ri e ele quase fez o mesmo. – desde que tentou me buscar no Palácio de Jadis, eu nunca tive dúvidas, talvez, ou claro, eu estivesse sendo chato com você, mas eu era assim com todos. — assenti. – eu estava revoltado, com raiva por terem esquecido de mim quando papai foi a guerra, ele era o único que se importava comigo. — olhou para os pés ao lembrar dele, Ed mal falava de seu pai, era difícil para ele. – eu achei que você faria o mesmo, sabe, me deixar.— abri a boca para falar mas ele fez que não com o dedo. – eu quero falar, isso tudo está entalado a cinco anos. — engoli em seco e assenti. – quando te vi com Atlas, quando vi que aquele panaca estava conseguindo o que eu sempre quis, sua atenção, que tinha concorrência, achei que realmente fosse acontecer, fiquei com ciúmes, Princesinha, por favor, por favor me deixe fazer algo para ajudá-la.

– Ed...

– Eu me vejo no dever de fazer isso.

O abracei forte, ele pareceu confuso com meu ato, mas logo retribuiu, com a mão livre acariciou meu cabelo, ele era um pouco mais alto que eu agora, a uns anos atrás costumava ser o contrário.

– Eu nunca admiti, mas também tive ciúme seu e de Âmbar... eu nunca o vi, ou melhor, nunca gostei pensar que um dia daqui a uns anos você estaria casado, com uma moça de sabe Aslam de onde. — disse ainda o abraçando. – eu o amo também Ed, nunca quis dizer, mas é a verdade, talvez eu tenha demorado mais que você para reconhecer, mas é isso.

– Princesinha, se um dia eu casar, seria com você, senão...

– Você ficaria pra titio? — eu disse rindo.

Ele gargalhou.

– Estragou o momento, Meredith! — ele disse.

– Desculpe mas é exatamente isso que falou! — disse rindo junto a ele, nós separando o suficiente para vermos o rosto um do outro.

Nós olhamos por alguns segundos, esbocei um sorriso tímido e ele me imitou, seus olhos nós meus, os dele como sempre brilhando, ele me olhava como se eu fosse o ser mais precioso de Nárnia, senti algo no estômago, um friozinho, nunca o senti, a mão esquerda de Edmundo foi até meu rosto, pondo uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha, meus braços estavam envolta de seu pescoço agora, ele me puxava levemente para perto se seu rosto.
Mas antes de acontecer qualquer  fui puxada por garras de alguma coisa, ou melhor alguém, para longe dele, harpias, duas harpias enormes de penas negras nos agarraram, bela hora para não ter minha espada comigo.
Me senti uma menininha novamente, parecia que tudo estava acontecendo do mesmo jeito, já é algum tipo de marcação que esses seres tem comigo! só pode, uma delas pegou uma pedra e bateu na cabeça de Ed quando ele tentava se debater até se soltar.

– Não! Ave desgraçada! — gritei e tentei puxar meu braço e assim mas o mesmo foi feito a mim.

Tudo começou a ficar mais e mais embaçado e aos poucos escurecendo, meu corpo pesava, com certeza estava com os braços e cabeça sangrando, fui desmaiando rezando a Aslam que alguma das árvores nos ajudem, que dentro de alguma delas tenha uma Ninfa que nos ajude, será possível que não tenho um dia de paz?
Mesmo sem enxergar nada consegui ouvir algumas coisas, abafadas, mas consegui, eram três ou mais vozes conhecidas, não conseguia distinguir de quem eram, mandavam ter cuidado conosco, pois precisavam de nós vivos e conscientes. — sinceramente uma coisa que nós não estamos é totalmente conscientes, caso o dono ou dona dessa voz não tenha notado. — outra chamou as harpias de imbecis e dementes e uma outra mandava elas se apressarem.
A partir daí não consegui ouvir, ver, lembrar ou sentir mais nada.

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• Notas da autora •

FINALMENTE MEU ASLAM 😭
E eu fico toda boiolinha... KSKSKKSKSKS qro um Edmundo p mim meu Deus...
Qm me conhece do grupo de Percy Jackson sabe q eu tenho alguma coisa c Harpia, um medo incontrolável delas, por isso meto elas em toda coisa, fora q eu qria fzr um paralelo né... KKKKKKKK
Espero q gostem desse cap pq esse é um dos meus favs (ou o meu favorito de todos)
Clica na estrelinha please ★

The Golden Age [01]Onde histórias criam vida. Descubra agora