· Six

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A Bandeja de Manjar Turco

Os dias desde então foram extremamente chuvosos, o passa tempo preferido de Edmundo estava sendo atormentar a irmã mais nova com o pais fantástico que achou.
Eu e Lúcia estávamos na sala desenhando quando ele chegou zombando da menina, que correu chorando.

– Parabéns seu idiota. — eu disse correndo até ela.

– Ei! — ele me seguiu.

Edmundo passou dos limites, eu estava furiosa, se acha tão bobo e idiota porque ainda toca no assunto? eu prometo que qualquer dia desses eu sumo com ele e nunca mais ele vai ser visto com vida.
Lúcia entrou na saleta do guarda roupa, entrei na sala e olhei para o móvel, só agora me dei conta que era o mesmo das histórias de vovô e é o mesmo da foto no relicário.

“ Quando fui a Nárnia, trouxe uma fruta para curar minha mãe, com parte que sobrou do fruto, plantei e ela cresceu, isso em Londres, mas uma tempestade a derrubou, com sua madeira fiz um guarda roupa, está dentro dessa casa, as vezes passo pelo corredor onde ele está e escuto barulhos, passaros cantando, cavalos trotando, um leão rugido...„

Lembrei do dia que ele contou esse fato, levei um susto quando Edmundo me chamou, estava ao meu lado.

– Meredith, ela está aí dentro né?

Assenti, ele entrou no guarda-roupas chamando por Lúcia, eu fui atrás dele, andamos até o fundo, mas ele não chegava nunca.

– O chão está molhado! — falei.

– Os casacos espinhentos... Ai! — ele gritou e nós caimos.

Olhei para cima ainda caida no chão, neve? árvores? um lampião?... um lampião! É Nárnia! Finalmente estava aonde meu avô tanto falava, olhei para o relicário e esbocei um sorriso de orelha a orelha.

– Saia de cima de mim Meredith! — disse Edmundo me empurrando, finalmente me "acordando".

– Edmundo... Não vê? Isso é Nárnia! — disse sorrindo. – Mas...

Eu me levantei, finalmente me dando conta, Edmundo me olhava com cara de reprovação.

– Está é a Terra de faz de conta de Lúcia, como conhece? — ele perguntou de braços cruzados.

– Longa história... Mas... Era para ser verão... Não há neve em Nárnia... — sussurrei para mim mesma.

Andamos devagar para ver o que tinha nós arredores, ouvimos um barulho de sinos e cascos de algum animal batendo contra a neve, um arrepio me percorreu a espinha.

– Edmundo, é melhor nos escondermos... — falei.

– Não vou a lugar algum. — ele protestou.

Respirei fundo.
Um lindo trenó se aproximou de nós, no acento de cocheiro um gnomo, anão, seja o que for, um homenzinho, e na garupa uma mulher alta e imponente, seus olhos eram frios seu cabelo loiro puxado para trás e uma coroa de gelo na cabeça, seu rosto era delicado e ao mesmo tempo ameaçador, ela era toda palida, a não ser seus lábios vermelhissimos, o trenó era puxado por renas.

– Quem são vocês? — a mulher disse alto num tom amedrontador.

– Eu sou Meredith Amare-Kirke, ele é Edmundo Pevensie. — disse nervosa.

– Como ousa se dirigir a Imperatriz de toda Nárnia sem se curvar? — falou ríspida.

Imperatriz? Uma Rainha? Mas... Eram o Rei Frank e sua esposa Rainha Helena que governavam, o que houve com eles?

– Me desculpe majestade... — disse dando uma leve reverencia, Edmundo fez o mesmo. – Me perdoe a pergunta, mas, vossa majestade é filha de Rei Frank e Rainha Helena?

The Golden Age [01]Onde histórias criam vida. Descubra agora